Desde Junho de 2016, passando pelo Euro 2016 e pela Taça das Confederações 2017, foram cinco as vezes em que a seleção ao comando de Fernando Santos acabou por recorrer ao prolongamento para tentar resolver definitivamente o rumo do jogo. Relembremos, finda a competição deste verão, e de forma breve, os jogos que levaram os portugueses a sofrer mais 30 minutos e, em alguns casos, a arrastar a decisão - e o sofrimento - para as grandes penalidades.

6 jogos a eliminar, 5 prolongamentos

Se, à primeira vista, falar em 5 prolongamentos num espaço temporal que ronda um ano (desde 25 de Junho de 2016 até 2 de Julho de 2017) já pode parecer, per si, substancialmente significativo, o cenário torna-se ainda mais interessante de analisar se tivermos em conta que, no período referido, Portugal participou em 6 jogos a eliminar.

No fundo, desde então, Portugal apenas viu a sua partida resolvida em 90 minutos - para o bem ou para o mal - nas meias-finais do Euro 2016, mais precisamente diante do País de Gales - um jogo que acabaria com a vitória lusa por 2-0, com golos de Ronaldo e Nani, carimbando a passagem à épica final de Paris. Não contabilizando esse duelo, todos os jogos que não corresponderam a fases de grupos ou a amigáveis acabaram, irremediavelmente, em prolongamento, e dois deles apenas ficaram resolvidos através da marcação de penalties.

De um modo geral, um bom registo

Apesar de acarretar um maior cansaço dos jogadores e de aumentar o sofrimento dos portugueses, a verdade é que, até ao recente jogo frente ao Chile (perdido nos penalties por 0-3), Portugal havia vencido todos os jogos que, neste período, tinha levado a prolongamento e, inclusivamente, aos penalties.

De facto, começando pelo Euro 2016, passando pela Croácia (vencida por 0-1, com um golo de Quaresma aos 117'), pela Polónia (o outro jogo que acabou em grandes penalidades, embora este tenha ditado a vitória portuguesa por 3-5), pela França (com o histórico golo de Éder aos 109') e incluindo o último jogo disputado até ao momento, já em 2017, (de atribuição dos terceiro e quarto lugares com o México, que Portugal venceu por 2-1, com Adrien a colocar um ponto final aos 104', na cobrança de um penalty), a equipa portuguesa soma um registo bastante positivo em jogos com mais de 90 minutos jogados - ou não tivesse sido esse surpreendente desempenho um dos principais responsáveis pela conquista do Euro 2016. 

No que respeita às grandes penalidades, alargando um pouco o espaço temporal, acresce ainda que o desaire frente ao Chile foi apenas a segunda derrota de sempre da seleção portuguesa neste método de desempate (a primeira havia sido em 2012, frente à Espanha, nas meias-finais do Euro 2012, quando a formação portuguesa perdeu por 2-4, depois de um nulo em 120 minutos de jogo).

No final de contas, seja somente uma coincidência ou um facto deliberadamente sustentado por uma estratégia do selecionador nacional, existe, efetivamente, um historial recente de recurso ao prolongamento (5 partidas, num total de 6) por parte da seleção portuguesa para resolver os encontros, algo que só não jogou a favor de Portugal no passado dia 28 de Junho, frente ao Chile.

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