Apesar do quarteto defensivo ter sido aquele que tão boa imagem deixou na temporada 2015/2016, a verdade é que o mesmo não manteve a mesma consistência na temporada seguinte. Motivos para tal podem estar associados, curiosamente (ou não) com alterações profundas nos restantes sectores e que, obrigatoriamente, alteraram a dinâmica e rotinas defensivas da equipa.

Independentemente desta análise, a verdade é que Jorge Jesus e a sua equipa tomaram o reforço da defesa como uma das principais prioridades para a nova época. No que às laterais diz respeito, os alvos foram prontamente seleccionados. Piccini chegou para o corredor direito, enquanto que Fábio Coentrão será o provável dono da lateral esquerda, isto apesar da concorrência de Jonathan Silva.

Foto: maisfutebol.iol.pt
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Assim, restava o centro nevrálgico do sector: a dupla de centrais. Assumindo o papel de Coates como titular indiscutível, e depois da venda de Rúben Semedo, restava saber quem iria completar o dueto no centro da defesa.

Ainda na temporada passada foi anunciado André Pinto, central de 27 anos que chegara oriundo do Sp.Braga com quem terminara contrato. Trata-se de um central com um profundo conhecimento do futebol português e que, à semelhança de Coates, consegue sair a jogar desde a defesa, demonstrando assim capacidade técnica. Apesar do seu 1 metro e 96, André Pinto é rápido e tem um sentido posicional apurado.

Na última semana chegou o reforço desejado por Jesus para a defesa: Jeremy Mathieu. O francês de 33 anos desvinculou-se do Barcelona, chegando assim a Alvalade a "custo zero". Este foi sempre o alvo preferido dos leões; Jesus queria um central canhoto para poder sair a jogar desde o sector defensivo. Mathieu fez grande parte da sua carreira em Espanha, mostrando-se sempre como um elemento útil, quer em Valência, quer em Barcelona. Apesar dos 33 anos e da sua estatura física, é um central veloz, e cuja capacidade técnica o permite também alinhar como defesa lateral.

Ainda no plantel está Paulo Oliveira. O famalicense inicia a sua terceira temporada de leão ao peito, sendo o elemento com maior conhecimento da realidade leonina. Com Jorge Jesus, o central foi ganhando o seu espaço a pulso, tal como sempre nos habituou; de tal forma que, na parte final da época, chegou a roubar o lugar a Rúben Semedo. Apesar de não ter as mesmas capacidades para sair a jogar, Paulo Oliveira é de uma fiabilidade e consistência extraordinárias, sendo raras as vezes em que compromete. Trata-se de um central sólido e que, tal como vem "nos livros", não complica em momentos de aperto.

Se olharmos para este trio - e partindo do princípio que Paulo Oliveira permanece no plantel leonino - é de esperar que Mathieu seja a escolha natural. Todavia, quer o francês, quer Coates não podem acomodar-se à titularidade, isto porque na calha estão dois centrais motivados e trabalhadores, bem capazes de tomar o seu lugar no onze dos leões. Tal situação apenas demonstra a qualidade que Jorge Jesus tem ao seu dispor no que ao eixo da defesa diz respeito.

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