Desta vez, a montanha não pariu um rato - valeu mesmo a pena esperar por um Clássico tão falado durante os últimos dias, colocando o líder FC Porto e o tetracampeão Benfica a medirem forças entre si para não apenas valorizarem o espectáculo como também para reforçar candidaturas à conquista do título nacional. Cada um à sua maneira, dragões e águias justificaram as atenções que protagonizam e que a conquista do título irá passar em grande parte por estes dois contendores e apenas faltaram golos para que este duelo tivesse sido mais aliciante ainda.

Recolocado na corrida após uma conjugação entre empate do FC Porto na Vila das Aves e uma goleada fácil sobre o Vitória de Setúbal, finalmente o Benfica defendeu com a sobriedade e eficiência de um tetracampeão e detentor de 7 das 10 edições já realizadas da Taça da Liga, isto após ter entrado sem complexos na casa do seu rival que se foi apoderando do controlo do jogo, especialmente na segunda parte e que até celebrou por instantes quando aos 50 minutos Bruno Varela arrancou grande defesa a um remate colocado de Yacine Brahimi.

Erro de arbitragem (e não do VAR) anula golo legal ao FC Porto

Já Moussa Marega aprestava-se a endossar a bola no fundo das redes benfiquistas… mas normalmente em posição irregular prontamente sancionada pela equipa de arbitragem ou a não ser certeiro em momentos em que o seu voluntarismo de nada lhe não valeu. O maliano seria claramente a unidade mais perdulária em campo de uma forma que certamente o fará recriminar-se pela quantidade de ocasiões flagrantes que desperdiçou.

Apesar de o dragão liderar a Liga NOS, também Julen Lopetegui chegou a liderar a competição e a sublinhar esse estatuto durante a sua passagem pelo clube… Apenas 6 minutos volvidos o FC Porto voltaria a ter uma finalização anulada minutos depois; desta feita, numa decisão errada não apenas por parte do juiz da partida Jorge Sousa e restante equipa de arbitragem - não podem ser atribuídas culpas ao vídeo-árbitro que não poderia intervir em função de o árbitro principal ter anulado de imediato a acção de Vincent Aboubakar sem se ter apercebido do posicionamento de Toto Salvio.

Uma vez que se encontrava no lado contrário àquele em que o camaronês se encontrava tornava absolutamente legal o golo que seria obtido por Hector Herrera, Salvio terá escapado ao ângulo de visão dos árbitros que se encontravam no relvado. Já fora dele… provavelmente nunca se saberá: com o jogo a ter sido interrompido no momento em que Aboubakar jogou a bola, qualquer intervenção do VAR passou a ser inviabilizada pois o jogo estaria já parado quando Herrera coloca a bola na baliza à guarda de Bruno Varela.

Mesmo com menos uma unidade nos minutos finais o Benfica soube resistir ao ímpeto adversário

Tudo isto após os dois jogadores azuis-e-brancos terem sido bem solicitados por cruzamento tirado pela esquerda por aquele que terá sido uma das melhores unidades dos dragões no encontro, o lateral Alex Telles. Se pelos dragões o pior terá estado em Marega e o melhor em Telles, no Benfica o ponto mais negativo estará na passagem em estilo foguete de Andrija Zivkovic que aos 82 minutos se fez expulsar em 6 minutos e tornou-se a mais rápida expulsão de toda a longa história de confrontos entre dragões e águias.

A precoce saída do sérvio não seria a única nas águias pois também o director-geral Tiago Pinto seria afastado do banco de suplentes já perto do final numa acção anti desportiva em que retirou a bola do alcance dos jogadores portistas a fim de se perderem alguns segundos junto ao banco onde se daria de imediato lugar a um conflito devido a essa situação.

Tudo isto complicou a tarefa benfiquista mas não a impossibilitou, com os detentores do título a conseguirem resistir à pressão e a saírem incólumes do Dragão com um nulo que não agrada a por completo a ninguém…mas não desagrada por completo.