Apesar do favoristimo lusitano, nesta sexta-feira (06), a batalha adivinhava-se difícil e foi sem surpresa que Portugal viu uma Irlanda do Norte aguerrida, tenaz nas marcações e agressiva nos duelos individuais, com Ronaldo a merecer atenções redobradas por parte do sistema táctico montado por Michael O’Neill. No entanto, o primeiro golo surgiu do pé do central Bruno Alves, que, à entrada da área adversária, rematou uma bola perdida na sequência de um canto. E quando se imaginava uma travessia calma no estádio Windsor Park para a selecção portuguesa, eis que surgiu a resposta, um quarto de hora depois: canto de Ferguson e cabeceamento de McAuley, indefensável para Rui Patrício. Tudo piorou para Portugal, à beira do intervalo – Hélder Postiga agrediu McAuley e viu o árbitro brandir o cartão vermelho. A necessitar desesperadamente da vitória, a formação comandada por Paulo Bento encarava um empate na casa do adversário, tendo pela frente 45 minutos em inferioridade numérica. Quem poderia mudar o guião de tal filme de terror?

Se tudo corria mal, péssimo ficou com o segundo golo norte-irlandês, apontado por Ward, que marcou na sequência de outro canto batido por Ferguson. Apesar de irregular (fora-de-jogo de Ward) o golo deixava Portugal em maus lençóis e com a corda na garganta – uma derrota em Belfast significaria um mais que provável adeus ao sonho do Mundial de 2014, no Brasil. Mas se o génio de Ronaldo estava prestes a tomar conta do campo, o médio Chris Brunt decidiu antecipar-se e dar uma mão a um Portugal em sérias dificuldades: depois de uma entrada perigosa, Brunt foi expulso e o jogo nunca mais foi o mesmo. De novo em igualdade numérica, Portugal empolgou-se e Ronaldo fez, de cabeça, o empate, correspondendo de modo fatal a um canto de Moutinho. O 2-3 demorou pouco: cruzamento milimétrico de Coentrão e Ronaldo a bisar outra vez de cabeça, solto de marcação.

Portugal ficou em superioridade numérica aos 77 minutos, depois da expulsão de Lafferty. O jogo estava já totalmente controlado por parte da selecção das quinas, que ainda viu Ronaldo completar o seu hat-trick, num remate potente a punir uma falta à entrada da área. Jogo memorável de Ronaldo, que decidiu a partida e foi essencial na obtenção dos três pontos que permitem aos portugueses continuar a sonhar com o Mundial do próximo ano – o jogador do Real Madrid soma agora 43 golos (em 106 partidas oficiais) com a camisola nacional tendo ultrapassado a marca de Eusébio, que possui 41 golos (em 64 partidas oficiais) pelo emblema lusitano. A selecção puxou dos galões para trazer os três pontos para casa e Paulo Bento bem pode agradecer a Ronaldo: é caso para dizer que Portugal abanou mas não caiu.

Grupo F:

Resultados:
Rússia - Luxemburgo, 4-1
Irlanda do Norte - Portugal, 2-4

Classificação:
1. Portugal 17 pontos/ 8 jogos
2. Rússia 15/ 7 
3. Israel 11/ 6 
4. Irlanda do Norte 6/ 7 
5. Azerbaijão 4/ 7
6. Luxemburgo 3/ 7