No sábado (14) o SC Braga recebeu a afinada máquina canarinha de Marco Silva, o Estoril, e conseguiu, perante o seu público, carimbar os três pontos e assumir consequentemente a terceira posição da Liga Zon Sagres, atrás de Porto e Sporting. A vitória bracarense foi suada, e o encontro, sempre equilibrado, foi manchado pela má actuação do árbitro João Capela, que se equivocou ao assinalar duas grandes penalidades por faltas cometidas fora da área de castigo – a controvérsia acompanhou todas as incidências do jogo (três jogadores foram expulsos) mas foi o extremo brasileiro Alan a chamar para si o maior protagonismo, ao marcar dois golos e ao ser decisivo na reviravolta dos «guerreiros» do Minho. Com esta vitória o técnico do Braga, Jesualdo Ferreira, acalma a contestação de que foi alvo na jornada anterior e lança a equipa para a perseguição a Sporting e Porto, líderes da prova.

A Pedreira ameaçou ruir

O Braga vinha de uma pequena comoção interna e tinha no jogo frente ao Estoril um teste de fogo – perder agudizaria as críticas mas a vitória seria um bom prenúncio para o futuro. Mas a ameaça da derrota foi a primeira a pairar na Pedreira: Baiano travou Evandro, que fugia na cara do guarda-redes Eduardo, totalmente desamparado. Expulsão e penalidade convertida por Evandro: 0-1 para o Estoril e um súbito calafrio na Pedreira deixou o estádio prestes a ruir de desilusão. A jogar com menos um, os da casa colocaram mãos à obra e empataram ainda antes do intervalo: grande jogada de Éder que assistiu Alan para um remate à entrada da área, de belo efeito. Havia esperança apesar das contrariedades, e os «guerreiros» teriam de o ser efectivamente, se queriam ter hipóteses de dar a volta ao marcador no segundo tempo.

Cambalhota no resultado

A segunda parte veio confirmar que o árbitro João Capela seria, indubitavelmente, uma das figuras da partida: nova grande penalidade assinalada, novamente mal julgada, (falta outra vez fora da área de castigo máximo) mas que Alan não desperdiçou, completando, com um bis, a cambalhota no resultado: 2-1 para os de Braga. A partir do segundo golo e com a expulsão de Yohan Tavares e de Gerso, o Braga controlou a partida e o médio defensivo português Custódio tranquilizou as bancadas com um cabeceamento na pequena área: 3-1 e Jesualdo respirava de alívio. Mas o Esotril não baixou os braços e ofereceu aos da casa um final de jogo de nervos à flor da pele – o jovem Sebá reduziu a diferença numa bonita jogada de Luis Leal e no últimos instantes da partida o central do Braga, Santos, salvou a vitória com um corte providencial que impediu o empate.

A cambalhota no resultado premiou a entrega dos «arsenalistas» mas os pupilos de Marco Silva poderiam ter, facilmente, tido outra sorte no fim dos 90 minutos. Jesualdo, no entanto, fez questão de sublinhar a resposta da equipa perante a adversidade: «Queria valorizar esta vitória, fomos uns justos vencedores. Nos últimos dois jogos todos viram que fomos a equipa que podia ter ganho e não conseguiu fazer o mais fácil, no caso, marcar golos. Por isso, a pior coisa que nos podia acontecer era ficarmos com dez e sofrer um penálti. Por isso, tenho de dizer que os jogadores foram fantásticos, tiveram uma reação de campeões», afirmou o técnico de 67 anos. Com esta vitória o Braga permanece à frente do vice-campeão Benfica, e espreita de perto o Sporting, que apenas tem mais um ponto que a formação de Braga.