Já não é segredo nenhum: Islândia, Roménia, Suécia e França são as selecções que se poderão cruzar no caminho de Portugal rumo ao Mundial do próximo ano. Uma delas será a última barreira entre a selecção das quinas e o tão ansiado Brasil, país anfitrião da competição. Atentendo, logo de imediato, aos nomes, é consensual o sentimento de receio quando se pronuncia a hipótese «França», colosso europeu habituado a estar entre os melhores do mundo. De seguida, o sensor de alerta avisa, com prontidão, para o estofo da Suécia, outra selecção calejada, rija fisicamente e reincidente em derrotar Portugal. Depois tudo acalma um pouco quando ouvimos os restantes nomes: Roménia e Islândia. De facto, estas últimas são as selecções mais fracas do lote, o que não deve impedir o tal sensor de alertar para possíveis perigosidades que não devem ser subestimadas. Daí Paulo Bento necessitar de leccionar aos seus pupilos a regra de ouro: nunca subestimar ninguém é meio caminho para estar preparado face a qualquer eventualidade.

França: enterrar o passado recente

A França faz tremer qualquer adversário: autêntica besta negra de Portugal, a selecção tricolor nunca foi misericordiosa frente aos lusitanos, embora tenha sido obrigada a suar para levar de vencida a equipa lusa. Nos últimos 3 jogos (1 amigável e 2 em fases finais de um Euro e Mundial) os gauleses bateram sempre Portugal e, tirando o jogo amigável (goleada por 4-0), os jogadores portugueses bem que tiveram dificuldades em engolir as derrotas: recorde-se, por exemplo, a polémica meia-final do Euro 2000, decidida através da marcação de uma grande penalidade que Zidane não desperdiçou. Apesar desta possível barreira psicológica estacionada em lado luso, também os franceses trazem cicatrizes, fruto dos seus próprios desaires - no Mundial da África do Sul, em 2010, os franceses envergonharam os seus fãs brindando-os com o último lugar do Grupo A, com um ponto apenas. 

Nas suas fileiras a França conta com jogadores de craveira mundial, uns totalmente estabelecidos na cena internacional, outros em plena ascenção, autênticos novos valores futebolísticos a ter em conta. A baliza conta com o valor inegável de Lloris (Tottenham) e a defesa com jogadores rápidos, possantes e habituados aos grandes palcos: ClichySagna, ou Evra dão dinâmica às laterais, enquanto os promissores Sakho, Varane e as certezas Rami e Abidal  dão corpo ao centro da defesa. O meio-campo demolidor conta com o virtuosismo de Nasri, Ménez e Ribéry nos flancos e com a pujança e disponibilidade de Sissoko, Matuidi e do benjamim Pogba. No ataque, Giroud, Benzema e Remy são os poderosos avançados que têm mais assiduidade nas útimas chamadas.

Suécia: problemas à vista?

A selecção nórdica não é sinal de facilidade para Portugal: nos últimos 4 jogos os portugueses apenas conseguiram bater os suecos por uma vez, tendo empatado as outras três vezes. A tal vitória data de 2002 - desde então nunca mais Portugal ganhou à Suécia, tendo empatado as duas últimas vezes aquando do apuramento para o Mundial de 2010. Os suecos apresentam uma formação dura e apta a dobrar o adversário pelo cansaço, pela impetuosidade dos duelos físicos e pela coesão táctica. Aos pilares experientes Lustig, Granqvist e Olsson, na defesa, junta-se um miolo musculado e «todo-o-terreno», capaz de travar duras batalhas: Wernbloom, Elm, Larsson e Svensson (capitão), são mouros de trabalho, que contam com o apoio do pendor ofensivo de Kallstrom. No ataque, a vedeta da companhia é nada mais nada menos que Ibrahimovic, mas não nos podemos esquecer de Elmander ou de Toivonen

Roménia: habitual osso duro de roer

A selecção da Roménia foi e é composta, na sua maioria, por jogadores que são desconhecidos dos portugueses mas tal nunca impediu ter-se revelado um autêntico osso duro de roer, e o saldo registado entre as duas selecções legitima esta afirmação: nos últimos seis encontros disputados, a Roménia obteve 3 vitórias, Portugal 2, tendo-se verificado dois empates. No último duelo, em pleno Euro 2000, esse equilíbrio esteve patente e só um golo solitário de Costinha fez cair a formação romena. A habitual selecção romena edifica-se, na baliza, pelo experimentado Lobont, depois Ravzan Rat, Tamas e o capitão Chiriches (transferido para o Tottenham) na defesa. No meio-campo, a solidez colectiva dos seus intérpretes disfarça a sua medíocre habilidade técnica: Nicolitã, Tanase e Lazar dão respaldo às incursões furtivas da coqueluche Torje, no apoio a um ataque que conta com Marica e Mutu, goleadores máximos da actual selecção, secundados por Stancu.

Islândia: do frio vem o apetecível

Analisando o lote de opções em sorte, qualquer português fará o mesmo exercício lógico de exclusão: sobrará sempre a Islândia como brinde de um sorteio que terá a Suécia e a França como favas. De facto, a selecção islandesa é de longe a menos experiente, pouco acostumada a desfilar nos palcos internacionais e débil a nível individual. Mas do gelo vem, actualmente, uma nova vaga de talentos que tem impulsionado a Islândia para novos rumos, muito devido ao bom trabalho de formação que tem vindo a ser efectuado no país. Entre vários desconhecidos, alguns nomes teremos obrigatoriamente que reter: o meio-campo apresenta-se abnegado e talentoso, com Sigurdsson, Gunnarsson e Bjarnason, a incorporarem um modelo esforçado e apto a organizar saídas rápidas para o ataque, que é composto por talentos emergentes como Sigborsson, Finnbogason e, claro, o incontornável Gudjohnsen

VAVEL Logo
Sobre o autor