Não se pode afirmar, contudentemente, que o onze apresentado por Jesus tenha surpreendido: Maxi voltou a ser dono da lateral direita, dando descanso a André Almeida, e Ivan Cavaleiro pegou nas rédeas da faixa dextra devido às lesões dos concorrentes, completando assim três estreias consecutivas nas três competições em que o Benfica participou: Taça de Portugal primeiro, Liga dos Campeões depois, e por fim a Liga Zon Sagres. A única (e grande) surpresa partiu do ataque: Lima ficou no banco e Rodrigo foi lançado no jogo. Da parte do Nacional, nenhuma alteração imprevista: Candeias, Rondón e Djaniny (o regressado) formavam o triunvirato de ataque ao sector recuado das águias, orientados pelo cérebro Claudemir e guardados por Aly Ghazal, pilar defensivo no esquema de Manuel Machado. 
 

Vontade de impressionar

O Benfica entrou com vontade de mandar na partida: Cavaleiro e Gaitán tentaram desde cedo furar pelas alas nacionalistas, com Cardozo a desempenhar bem o papel de «pivot» ofensivo, distribuindo jogo para os flancos e aguentando os defensores alvinegros, na esperança de atrair atenções: desse plano nasceu o golo inaugural encarnado, depois de uma óptima combinação entre Siqueira e Cardozo, com o paraguaio a fugir da área para devolver o passe, mortal, para o brasileiro, no coração da área. Siqueira, em cima do quarto de hora, atirou e desfeiteou Gottardi. 
 
Depois de quebrar o gelo, o Benfica acalmou e foi o Nacional e arriscar mais, mas o ímpeto dos forasteiros nunca foi suficiente para amedrontar as águias. Aliás, foi o Benfica que, farto da monotonia dos quinze minutos seguintes, resolveu assustar Gottardi: Matic desenvencilhou-se de 3 adversários e cruzou para a área, onde Cardozo, isolado, rematou fraco para boa parada de Gottardi. Ivan Cavaleiro ainda tentou, por duas vezes, completar a ameaça, mas a mira do benjamim encarnado estava por calibrar. Além disso, ainda dispôs a bola à mercê do remate de Rodrigo, que voou por cima da barra alvinegra.
 

Cardozo gosta mesmo do Nacional

Manuel Machado lançou Diego Barcellos (para a saída de Aly Ghazal) e deu um aviso à navegação: a segunda parte teria de ser de maior atrevimento. Mas, para lançar os planos do técnico dos madeirenses por água abaixo, foi preciso pouco: Gaitán perfurou a defesa descompensada do Nacional, e, depois de uma finta deliciosa, isolou Cardozo. O Tacuara recebeu calmamente e marcou, comprovando aquilo que o seu histórico contra o Nacional diz: o paraguaio gosta mesmo de fazer o gosto ao golo contra a formação da Madeira. A partir daí, pouco Nacional se viu, sofrido que tinha sido o golpe duro do 2-0, logo aos 49 minutos. O Benfica foi dispondo de oportunidades para carregar o marcador, mas Ivan Cavaleiro, esforçado e sempre em foco, não conseguiu estrear-se a marcar: aos 68 minutos, a bola sobrou na ponta esquerda da área e o jovem extremo atirou para boa mancha de Gottardi.
 
Com três jogadores e operarem o meio-campo encarnado (Rúben Amorim entrou para a saída de Rodrigo) o Benfica conseguiu deter o controlo total dos ritmos da partida, superiorizando-se na maioria dos lances e podendo, a espaços, encostar o Nacional às cordas na tentativa de desferir o golpe final: Ola John, que rendeu um calorosamente aplaudido Cavaleiro, ainda vagabundeou com perigo, mas não mais o resultado se alterou. Cumprida a tarefa de vencer, o Benfica fica agora à espera do resultado entre os líderes Porto e Sporting, deitando um olho ao Dragão para saber quantos pontos poderá recuperar.