Numa partida aguerrida e muito disputada a meio campo, a determinação e experiência portistas, levaram a melhor sobre a juventude e a irreverência leoninas. Os dragões assumem cada vez mais o posto de principal candidato ao título. Os leões voltam ao seu papel de outsider.

Surpresas 

Leonardo Jardim e Paulo Fonseca acabaram por apresentar uma surpresa, cada um, no onze das duas equipas. O treinador leonino apostou na continuidade de Piris e não promoveu o esperado regresso de Jefferson que viu mesmo o jogo da bancada. Do lado portista, Fonseca voltou a apostar em Herrera – expulso a meio de semana frente ao Zenit, em detrimento do esperado Defour.

Combate táctico

O mexicano justificou a aposta e foi determinante no trabalho defensivo tapando a ala esquerda leonina onde Adrien não conseguiu apoiar Carrillo. Contudo foi no lado direito da defesa verde e branca que nasceram as jogadas de maior perigo dos dragões. Num desses lances Alex Sandro aproveitou o espaço livre entre William Carvalho e Cédric, infiltrou-se na área e só foi travado por Maurício. Penalti que Josué converteu à passagem do minuto 10. Os leões finalmente acordaram, subiram no terreno e disputaram de igual para igual o resto da primeira etapa. O FC Porto foi de forma justa para o intervalo a vencer uma partida truncada e intensa mas sem oportunidades claras de golo.

O combate táctico entre Jardim e Fonseca manteve-se na segunda etapa: FC Porto muito pressionante, com Josué a juntar-se aos três homens do miolo, estancando o jogo leonino; Sporting a subir no terreno e explorando bem as alas, a partir da entrada de Diego Capel.

A estratégia de Jardim teve sucesso relativo e num livre lateral, William aproveitou a recarga para fazer o empate. O Sporting não teve tempo para comemorar: dois minutos depois, mais uma vez, flectindo das alas para o meio o FC Porto aproveitou a passividade defensiva dos leões para chegar ao 2-1. Desta vez numa grande jogada individual de Danilo. O belo lance do lateral brasileiro teve o condão de agitar os dragões para um final de jogo esmagador. O leão ferido viu Helton negar o golo a Montero e Piris e não teve mais forças para superar a garra azul e branca. Os dragões estavam por cima e em mais uma transição rápida mataram o jogo num cabeceamento de Lucho Gonzalez. Uma vitória justa de um FC Porto agressivo que soube aproveitar as fragilidades no processo defensivo dos leões.

Fonseca e Jardim de acordo

Paulo Fonseca considerou a vitória justa e mostrou-se feliz com a aposta em Hector Herrera. Leonardo Jardim assumiu a justiça do resultado e culpou os erros leoninos pela vitória portista.

Paulo Fonseca: “Foi uma vitória justíssima da melhor equipa em campo. A equipa reagiu muito bem ao golo sofrido. Um golo algo injusto porque o Sporting não conseguiu entrar na nossa defesa sem ser com remates de meia distância. Herrera esteve num excelente nível, mas há coisas a melhorar já que está ainda a adaptar-se ao futebol europeu.”

Leonardo Jardim: “Porto começou a ganhar quando não merecia mas na segunda parte justificou o triunfo. O momento da partida foi o 2-1 logo a seguir ao empate. Tentamos seguir o nosso DNA, mas não conseguimos. Não tivemos a circulação de bola e a movimentação que costumamos ter. Os erros nestes jogos de alta intensidade pagam-se caros e acabamos por sofrer golos por erros nossos."