As chicotadas psicológicas que assolaram, tanto o Olhanense como o Paços de Ferreira, abriram, novamente, a janela de oportunidade para Paulo Alves e Henrique Calisto no principal escalão do futebol português: Alves, de 43 anos, tomou, no passado dia 29, as rédeas do Olhanense, substituindo o demissionário Abel Xavier; já Calisto, experimentado técnico de 60 anos de idade, estrear-se-á no próximo fim-de-semana no banco da Mata Real, à frente dos destinos do Paços de Ferreira, actual último classificado da Liga Zon Sagres, ocupando o lugar vago deixado por Costinha, que abandonou o cargo depois da derrota caseira frente ao Vitória de Guimarães.

Perder sem tempo para respirar

Paulo Alves apresentou-se ao serviço e nem tempo teve para inspirar fundo: entrado a frio, o técnico que já passou por Leiria, Barcelos e Vizela, teve, ontem, o seu primeiro grande teste, frente ao Sporting da Covilhã. O resultado não foi o mais animador - um empate caseiro a duas bolas e consequente afastamento da Taça da Liga, já que os de Olhão perderam por 1-0 na Covilhã na primeira mão da eliminatória. Apesar nem ter gozado de um (mínimo) período sabático para organizar as tropas, Paulo Alves tem bem afixadas as metas a que se pretende veicular: «O que me foi pedido passa por manter o Olhanense o mais afastado possível dos lugares complicados da tabela. Sou um treinador com os pés bem assentes no chão», declarou Alves na conferência de imprensa de apresentação do seu novo cargo em Olhão.

Calisto pela quarta vez na Mata Real

Esta é a quarta passagem de Henrique Calisto pelo Paços de Ferreira: depois de conhecer os cantos à casa pela primeira vez (em 1997), o treinador natural de Matosinhos voltou à Mata Real em 1998, para lá permanecer até ao ano 2000. A terceira estadia de Calisto foi em 2011, intercalando este seu regresso com uma passagem por Angola, para treinar o Recreativo de Libolo. Agora, de volta a uma casa que bem conhece, Calisto definiu as prioridades para o que o se segue da temporada: «Acho que é um grupo forte, mas a classificação e as derrotas afectam a moral e temos de estar atentos. A primeira tarefa é recolher dados da equipa e o grande desafio é permanecer na I Liga. Foi o que o presidente me pediu, como é óbvio, e o mais rapidamente possível», explicou o treinador. ontem (30), durante a sua apresentação. 

A seu favor joga a experiência de lidar com situações difíceis, cuja situação actual em nada difere da anterior: «Esta é uma situação que já vivemos, foi lidada há dois anos com sucesso, mas, acreditando sempre que é possível, são desafios diferentes», relembrou Henrique Calisto, que no vasto currículo de treinador conta com passagens pelo Boavista, Salgueiros, SC Braga, Rio Ave, Académica, Đồng Tâm Long An F.C. (Vietname), Muangthong United F.C. (Tailândia), Libolo e pela selecção vietnamita.