A deslocação a Coimbra traz, habitualmente, dificuldades aos homens que vestem de encarnado: nos dois últimos confrontos em reduto «estudante», registaram-se dois equilibrados empates (2-2 e 0-0) e duas vitórias forasteiras pela margem mínima (0-1 e 2-3), atestando bem da provação que os benfiquistas costumam enfrentar cada vez que se opõem à Académica na sua fortaleza. Ainda assim, o favoritismo parte do lado do Benfica, que,embalado pelo competente jogo frente ao Nacional, terá hoje (20:30h) uma hipótese de vencer para pressionar os seus rivais directos. As poupanças para a Liga dos Campeões podem esperar – a prioridade, segundo Jorge Jesus, é, de facto, o campeonato. Siqueira fica de fora por lesão, Ola John por opção.

Regressos sérvios para baralhar as contas?

Se olharmos para o lote de jogadores que viajaram para Coimbra, rapidamente colocamos pontos de interrogação na composição das alas encarnadas: Markovic e Sulejmani estão de regresso depois de recuperarem de lesões, o que poderá relegar o jovem Ivan Cavaleiro para o banco, hipótese que deverá ser somente remota, devido ao empolgante momento do português. Na frente, Jesus tem misturado as soluções em busca da fórmula ideal: ora Cardozo com um travo de Lima, ora Cardozo com o samba espanhol de Rodrigo (frente ao Nacional), ora Cardozo com o apoio de Djuricic (frente ao Anderlecht). Nesta rotatividade que mais parece uma avaliação de pares, a dupla habitual deverá ganhar a aposta do técnico encarnado – no último jogo entre as duas equipas, foram os atacantes goleadores a marcarem os golos e, hoje à noite, Jesus deverá fiar-se de novo no instinto matador de Cardozo e Lima.

Cavaleiro e Gaitán: as asas de Jesus

Os sistemas táctico de Jorge Jesus sempre se sustentaram na potência impulsiva dos seus extremos e, quando o momento exibicional desses elementos não é o ideal, toda a equipa carbura uns furos abaixo do seu potencial concreto. Depois da dura lesão de Salvio, da intermitência de Gaitán, Markovic e Sulejmani, e do péssimo momento de Ola John, o Benfica abanou ofensivamente neste início de época e só a garra de Cavaleiro – aliada à boa segunda parte de Gaitán frente ao Nacional – parece ter galvanizado de novo a estrutura táctica encarnada. A velocidade e inquietude mostrada pelo internacional sub-21 português empurrou, com alma, o Benfica para a frente e até Gaitán parece ter acordado a tempo: na Luz, fintou um adversário e serviu o golo de bandeja a Cardozo, no 2-0 frente ao Nacional. Será que a dupla será reeditada em Coimbra?

Na melhor altura, diz Sérgio Conceição

O técnico da Académica diferenciou este Benfica do Benfica da época passada, enaltecendo ao mesmo tempo o valor dos seus jogadores: «(...) o Benfica não está igual ao ano passado (...) A equipa não tem a mesma alegria, mas tem potencialidades para voltar a jogar esse futebol», afirmou Sérgio Conceição. «Temos uma equipa com qualidade e que está sempre pronta a vencer», prosseguiu, na conferência de antevisão da partida, desvendando a estratégia para hoje: «Prometo uma organização defensiva igual à do último jogo», disse o treinador que, na semana passada, viu a sua equipa bater, na Pedreira, o sc Braga por 0-1. Ivanildo e Djavan regressam às opções de Conceição e poderão ser armas adicionais para a estratégia dos «estudantes».

Onze provável da Académica:

Onze provável do Benfica: