Na antevisão do encontro, Sérgio Conceição havia dito que era preciso uma Académica a entrar de forma forte no jogo e, se possível, marcar cedo. Ora nem uma coisa, nem outra. A equipa dos "estudantes" entrou em campo de forma adormecida, a jogar a um ritmo baixo e com processos muitos lentos. A equipa de Sérgio Conceição nunca foi capaz de ultrapassar um Académico de Viseu bem organizado defensivamente, que conseguiu sempre anular as intenções da briosa tanto na primeira como na segunda parte. Com maior posse de bola, o único lance de perigo aconteceu à passagem do minuto 8, com Nuno Piloto a aparecer bem na área e a cabecear ligeiramente por cima. Direcionados apenas para o contra-ataque, a equipa treinada por Filipe Moreira apenas em rasgos individuais dos seus homens mais atacantes como Ouattara ou Leonel criava algum "frisson" na área academista.

Esperava-se que o intevalo pudesse trazer outra reacção das equipas mas tal não aconteceu. A toada foi a mesma e o nível futebolístico praticado continava pobre. Aos 56 minutos Marinho aparece em boa posição na área, passando por um desamparado Ricardo Janota mas um enorme corte de Marco Lança impediu o golo do capitão academista, que viria a ser substituído minutos mais tarde. Mantendo a mesma estratégia, o Académico só por uma vez incomodou Ricardo na 2ª parte, com um remate de longa distância de João Martins a ser parado em dois tempos pelo guardião português. O público presente no estádio manifestou por várias o seu desagrado, coroando a equipa com várias assobiadelas. Chegou-se com naturalidade e sem surpresas ao fim dos noventa minutos.

Prolongamento "frenético" 

Chegado o prolongamento chegou também um jogo complemtamente diferente, vivo e com grande intensidade. A ajudar a este facto foi o golo ao minuto 92 apontado por Diogo Valente, num remate a 25 metros da baliza e que contou com a grande ajuda do guardião Ricardo Janota. A partir daí o jogo partiu-se, com a equipa da Beira a procurar desde logo o golo do empate, numa pressão constante à área da Académica. Por vários momentos a equipa de Viseu "sufocou" a equipa de Coimbra, dispondo de inúmeras ocasiões sempre negadas por um inspirado Ricardo

Mas nem um inspirado Ricardo impediu o golo do Académico de Viseu, que surgiu ao minuto 114, depois de uma jogada de insistência de João Martins que assistiu primorosamente José Rui que só necessitou de enconstar. O homem que havia entrado ao minuto 66 deu assim um merecido e justo empate. Até final destaque apenas para um enorme "sururu" entre os jogadores das duas equipas, prontamente separados pela equipa de arbitragem e elementos de ambos os bancos.

O herói Ricardo

À semelhança da eliminatória transata, a Académica disputaria a passagem à próxima fase na lotaria das grandes penalidades. O Académico de Viseu foi o primeiro a marcar a penalidade com Diogo Alves a atirar para grande defesa de Ricardo. Seguiu-se Cleytom que imitou o seu oponente, atirando a bola ao lado da baliza de Janota. Na 3ª ronda de penalties eis que Ricardo surge mais uma vez a parar um penalty, desta feita batido Luisinho. Diogo Valente tinha a oportunidade de colocar a Académica na frente e não tremeu. Até final mais nenhuma grande penalidade foi desperdiçada, cabendo a Magique, que entrara ao minuto 77, a bater o penalty decisivo. A Académica segue assim em frente na Taça de Portugal, derrotando por 4-3 nas grandes penalidades um honroso Académico de Viseu.