Costuma ser rara a equipa portuguesa, fora do círculo dos “quatro grandes”, a conseguir gerir o desgaste e o esforço físico decorrentes da competição em várias frentes. A queda precoce nos play-offs ou nas fases de grupos das competições europeias é aliás um habituê nas formações nacionais de pequena e média dimensão, sempre habituadas a pagar cara a factura da participação em provas internacionais.

Com plantéis muito curtos e orçamentos mais que limitados, o “luxo” de jogar na Europa acaba também por se reflectir no rendimento caseiro, sendo até frequente o número de equipas que na mesma época em que disputam a Liga Europa ou a Liga dos Campeões acabam por descer de divisão.

Um exemplo óbvio desta relação é o Paços de Ferreira, a viver aos sobressaltos na actual temporada. Mas há casos que contradizem esta tendência, e que mostram como um bom planeamento pode permitir uma gestão equilibrada e eficaz de todas as provas, como acontece com o Estoril.

Para além de ainda estarem na luta europeia (ainda que com reduzidas possibilidades de passagem à próxima fase), os canarinhos não só têm conseguido fazer frente ao maior grau de dificuldade na Liga Zon Sagres, em virtude do melhor conhecimento por parte dos adversários, como inclusivamente vêem o seu registo melhorado relativamente à temporada passada, quando à 9.ª jornada contavam com 3 vitórias, 3 empates e 3 derrotas.

Em 2013/14, a formação de Marco Silva segue no sexto lugar da classificação, em igualdade pontual com o Nacional e a somente três pontos do quarto lugar ocupado pelo Gil Vicente, com 17 pontos. São 4 vitórias, 2 empates e 3 derrotas a comprovar que a participação europeia é uma coisa e o campeonato outra.

A juntar ao desgaste provocado por Campeonato e Liga Europa, junta-se a participação na Taça de Portugal e na Taça da Liga, onde a equipa da linha continua em prova. No total são 17 jogos realizados e um rácio de 47 % de vitórias, números que mostram a competitividade de uma equipa que alia  o seu perfil de jogo, e que mantém desde a época transacta, aos resultados francamente positivos. Daí que a repetição do objectivo europeu nesta temporada não comporte qualquer tipo de receio ou risco para a formação da Amoreira: o Estoril gosta da Europa e sente-se bem nela, que não restem dúvidas sobre isso.