Num mundo como o futebolístico, em que cada jornada pode pressupor a ascensão ao céu ou a descida ao inferno, um mês é uma vida e 671 dias são várias. E na verdade esse foi o tempo que tardou ao FC Porto para sair de um jogo da Liga Zon Sagres sem somar nenhum ponto, facto que não acontecia desde 29 de Janeiro de 2012, na jornada 17 da época 2011/12.

O fácil é pensar que a derrota aconteceria contra uma das equipas com as que os Dragões lutam pelo título, mas daquela vez também foi, tal como a Académica, um rival com objectivos opostos. O Gil Vicente venceu por três bolas a uma e não deu hipóteses aos homens de Vítor Pereira, treinador do Porto nessa altura.

Após a derrota em Barcelos, tiveram que passar 53 jogos para que o clube da Invicta perdesse outra vez, agora em Coimbra. Nesse intervalo de tempo, 43 partidas ganhas e 10 empatadas, mais duas Ligas conquistadas e outras tantas Supertaças vencidas, consequências directas das vitórias na competição regular.

E se as sensações que o actual FC Porto deixa sobre o relvado fazem os adeptos ter dúvidas, eles mesmos podem esperar que haja uma reacção à altura, com a que existiu quase há dois anos atrás, pois nas treze jornadas finais do campeonato de 2011/12 os dragões só deixariam voar 4 pontos, em dois empates, contra Académica e Paços de Ferreira, proclamando-se campeões pela 26ª vez.

Serão Braga, Rio Ave e Olhanense as equipas que confirmarão se os jogadores portistas estarão feridos no orgulho, e se estes tentarão passar por cima dos rivais, ou então, se a ferida trá consequências graves e se trata dum paciente que precisará de outros medicamentos para sua própria cura.