Em 2010 o Benfica defrontou o Arouca para a Taça de Portugal, ainda com Saviola nas suas fileiras, mas desde então, o cenário mudou: Saviola não está na Luz e o Arouca foi promovido ao escalão máximo do futebol nacional, e apesar de lutarem por objectivo totalmente díspares, tanto Benfica como Arouca têm um único objectivo imediato, que se resume a um verbo: fugir. Por caminhos diferentes, é certo: o Benfica, com 26 pontos às costas, quer tentar cavar um fosso para os rivais directos, tendo, neste jogo antecipado, uma oportunidade de ouro para vencer e passar a bola, ou a pressão, para o campo dos oponentes, Sporting e Porto; já o Arouca tenta, também, fugir, mas aos lugares de despromoção, pois no pecúlio tem apenas oito pontos, os mesmo que Paços de Ferreira, último classificado.

Pressionar ganhando

Com oportunidade de pressionar o Porto, os encarnados jogam em casa face a um adversário teoricamente mais fraco e terão perante si a obrigatoriedade de amealhar, pelo menos temporariamente, cinco pontos de avanço em relação aos «dragões», que tropeçaram em Coimbra e foram, posteriormente, brindados com uma recepção violenta que só adicionou pressão à formação de Paulo Fonseca. O panorama interno parece ser favorável ao Benfica: um jogo relativamente acessível em contraposição com um duelo complicado para o rival directo do Norte, o Porto, que navega por mares turbulentos e não vence para a Liga Zon Sagres há três jogos consecutivos. Por tudo isto, adivinha-se a utilização do habitual 4-2-4, com Lima e Rodrigo a compor a dupla atacante, dois extremos colados à linha e uma linha média composta por dois médios centrais, com Enzo a ser acompanhado por Fejsa, devido ao castigo do imprescindível Matic.

Lima e Rodrigo para repetir golos de Vila do Conde

Sem Cardozo, a contas com uma lesão nas costas, o Benfica deverá alinhar Rodrigo e Lima na linha de ataque, reeditando uma dupla que valeu os três golos marcados em Vila do Conde, na vitória encarnada sobre o Rio Ave por 1-3. Ambos os avançados foram aposta de Jesus e ambos quebraram o jejum de golos que os vinha atormentado: Rodrigo abriu a contagem e Lima bisou, assinando uma exibição esforçada e essencial para as aspirações encarnadas. Na Luz, os adeptos benfiquistas esperam mais golos da dupla que viveu na sombra de Cardozo, mas que agora saltou do banco para provar que pode ser uma alternativa viável ao goleador paraguaio. O brasileiro leva 4 golos marcados nesta época, enquanto que o hispano-brasileiro tem 3, um deles essencial: salvou o Benfica de um empate fatal na Champions League, diante do Anderlecht.

A dupla que deverá atacar o Arouca impõe às defensivas contrárias uma forma de defender diferente daquela que normalmente é praticada aquando da utilização de Cardozo: com os dois avançados móveis, as combinações entre os dois tornam-se mais rápidas e mais afoitas, o que obriga as zonas recuadas adversárias a mobilizar marcações menos estáticas e mais flutuantes. Rodrigo, com o seu poder de drible e velocidade, e Lima, com a sua astuta movimentação, poderão causar danos a defesas lentas. O Arouca deverá, por isso, fechar-se na sua linha recuada, juntando os sectores e negando aos encarnados o máximo de espaço possível, impedindo desmarcações entre linhas e passes feitos para a profundidade, tanto de Lima como de Rodrigo.

Arouca sacode a pressão

Apesar dos escassos oito pontos, Pedro Emanuel, treinador do Arouca, afasta indícios de pressão e remete-a, toda, para o campo do adversário: «O Benfica tem um plantel fortíssimo, o mais valioso da Liga, mas a pressão está do lado deles», afirmou, na antevisão da partida de hoje. A grande novidade nos convocados é Lassad Nouioui, avançado que se juntou ao grupo de trabalho comandado por Pedro Emanuel, reforço que incrementará o ataque da equipa de Arouca. Um dos intervenientes da partida será o centrocampista David Simão, que, tal como Nuno Coelho, já representou o Benfica e hoje lidera com Bruno Amaro o meio-campo do Arouca; «Já havia pressão e vai continuar a haver. Se há jogo que não vamos ter pressão é este porque só temos coisas positivas a trazer de lá, por isso, há sim uma grande responsabilidade de fazer as coisas bem e pôr em prática aquilo que o mister nos pede», disse Simão.

Onze provável do Benfica:

Onze provável do Arouca: