Empatado com o Olympiakos na tabela do Grupo C, o Benfica precisa de ultrapassar a formação helénica na recta final para poder acompanhar o líder Paris Saint-Germain, oponente que o Benfica terá de bater hoje para angariar três pontos, esperando por uma escorregadela grega em Atenas, contra a formação mais fraca do grupo, o Anderlecht, que soma apenas um ponto. Se a tarefa encarnada não se afigura nada fácil, a do Anderlecht também não será menos espinhosa tendo em conta a capacidade das duas equipas em debate na casa dos atenienses, portanto, o Benfica precisará de uma conjugação bastante favorável de resultados para poder progredir para a próxima fase da competição milionária. 

O adversário das «águias» está tranquilo na primeira posição do grupo, com 13 pontos contra 7 de Olympiakos e Benfica, tendo os gregos a vantagem no confronto directo. Na Luz, perante o seu público, o Benfica terá a complicada tarefa de desmontar o habitual domínio do Paris Saint-Germain, que goleou os encarnados por 3-0 no Parque dos Príncipes, com dois golos de Ibrahimovic e um do defesa Marquinhos. A fraca prestação europeia da equipa de Jorge Jesus tem sido alvo de duras críticas, críticas essas que caracterizam o grupo como «acessível» e de dificuldade mediana, pese embora o poderio milionário do galáctico Paris Saint-Germain. Vindo de um empate chocante que deixou os adeptos à beira de um ataque de nervos, a «águia» terá de dar à Luz, como quem diz, terá de puxar pela sua plateia, tentando mostrar o potencial do seu futebol para galvanizar o estádio e embalar para uma exibição que encha o olho aos adeptos benfiquistas, frustrados com a perda de pontos diante do antepenúltimo colocado da Liga Zon Sagres, o modesto Arouca. 

Ganhar e esperar uma surpresa em Atenas

Serão precisos dois resultados positivos para que o Benfica celebre a passagem aos oitavos-de-final, um na Luz, na tentativa de redimir a péssima imagem deixada no Parque dos Príncipes, e outro no estádio Karaiskakis, que seja favorável ao Anderlecht. Jorge Jesus cedo catalogou o Olympiakos de «rival» directo na luta pelo apuramento, ao mesmo tempo que dava ao Paris Saint-Germain uma alargado favoritismo, colocando a equipa de Laurent Blanc entre as «quatro ou cinco equipas» capazes de disputar seriamente a Liga dos Campeões. Mas mais que um resultado positivo, os adeptos encarnados anseiam por um compromisso de atitude e perseverança assumido pela equipa, que tem brindado constantemente as suas plateias com exibições desligadas, frouxas e confusas: as constantes alterações tácticas provam o desnorte estrutural de uma formação que ainda não se fixou confortavelmente numa táctica base na qual confie totalmente.

Retornar ao 4-3-3 mas ainda sem Amorim

Para o confronto de hoje o Benfica deverá retornar ao esquema do 4-3-3, táctica abandonada por Jesus depois do jogo contra o Sporting. Desde então, o técnico voltou às origens, reavivando o 4-2-4 que apenas a espaços se transformou no 4-3-3, com a reintrodução de Fejsa no miolo. A lesão de Amorim, na Luz diante do «leões», coincidiu com o abandono da táctica composta por três médios centrais, mas tudo indica que, frente ao campeão francês, o Benfica aposto nesse tridente nuclear a meio-campo, composto por Fejsa, Matic e Enzo, de modo a consolidar o centro do terreno, concentrando maior poderio táctico ao «modus operandi» dos encarnados. 

Há estrelas que não brilharão na Luz

O Paris Saint-Germain trará de Paris uma atitude bem diferente daquela que o Benfica, aflito, precisará de ter para encarar do modo mais profissional possível este duelo. Entre a espada e a parede, sem margem para errar, as «águias» necessitam de dar o litro para bater os franceses, cuja bela campanha na fase de grupos lhes permite entrar nas quatro linhas da Luz com uma tranquilidade considerável, pressão reduzida e, consequentemente, maior liberdade para errar, não querendo isto implicar, claro está, que a formação que lidera o campeonato francês vá facilitar ou jogar abaixo das suas potencialidades. Apesar das ausências de Ibrahimovic e Thiago Silva e dos castigos de Marco Verratti e de Van der Wiel, o PSG terá elementos de tarimba elevada no onze, como Edison Cavani, Lavezzi, Lucas, Pastore ou Matuidi, todos eles jogadores chave na estratégia gaulesa. 

Onze provável do Benfica:

Onze provável do PSG: