Último jogo da fase de grupos da Champions League. O F.C. Porto chega com muitas coisas por ganhar e algumas a perder. A equipa de Paulo Fonseca sabe que o pior que pode acontecer na classificação é perder e passar à Liga Europa, mas também sabe que uma vitória no Vicente Calderón daria força e moral a um plantel que passou um Novembro para esquecer.

Além de sair vitorioso do estádio do líder do grupo G, o «dragão» pode acabar no segundo lugar e manter-se na máxima competição continental; facto pelo o qual os portistas devem dar a imagem que mostraram na primeira metade do jogo da primeira mão contra o próprio Atlético de Madrid, em que apresentaram um bloco que não permitiu aos espanhóis chegar à baliza de Helton e onde ainda desfrutaram de algumas boas oportunidades.

A solidez do Atlético

Porém, a equipa de Simeone não é aquela que visitou a Invicta há uns meses. A melhoria no tempo decorrido é notável, e esta é agora uma equipa ainda mais difícil de bater. Assim o confirmam os apenas quatro golos sofridos nos últimos doze jogos dos «colchoneros», a que acresce ainda o seu poderio ofensivo: com treze golos, eram, antes da 6ª jornada, a quarta equipa que mais vezes marcava aos rivais nesta Liga dos Campeões.

É também de assinalar que o jogo do Atlético de Madrid tem regressado às suas origens, o jogo do contra-ataque que sempre caracterizou o clube vermelho e branco e que «Cholo» Simeone tem recuperado para levar a seus homens a lutar directamente pelo título da Liga espanhola, assim como convertê-los num dos favoritos para chegar mais longe na Champions League 2013/14.

Com o passaporte da ronda e a liderança do grupo carimbados, será também possível ver alguns dos homens menos habituais do Atlético, e que já têm mostrado algumas boas qualidades nos minutos que jogaram nesta época. Se o treinador adversário decidir fazer alterações no seu onze de gala, os jogadores portistas deverão aproveitar a aparição de jogadores menos experimentados, como Óliver Torres, para cair mais em cima do seu rival.

O problema do nunca acabar

Já se viu no último jogo da Liga Zon Sagres contra o Braga que parte do problema deste Porto é uma notória falta de atitude. Além das variações tácticas propostas por Fonseca desde o início da época, a equipa tem feito um percurso contrário ao que se espera de jogadores do nível dos que há no plantel do «dragrão», que passaram, de um bom jogo, a fazer cada vez piores exibições, culminando na sua queda frente à Académica, na 11ª jornada.

O meio-campo deverá ser a maior preocupação do treinador portista, depois dos problemas do argentino Lucho no abdutor, e com a equipa a demonstrar nos últimos jogos grandes dificuldades para criar bom futebol ofensivo e jogadas de perigo na área dos rivais. Fernando é um fixo como médio defensivo e parece que Herrera está a ganhar a posição de cérebro. Carlos Eduardo deu a impressão de merecer mais oportunidades, e se o capitão não recuperar a tempo para a partida, poderá mesmo ser o eleito para formar o trio no centro do campo.

Talvez a melhor notícia para o F.C. Porto no passado fim-de-semana tenha mesmo sido o regresso aos golos de Jackson Martínez, sendo que o avançado leva quatro golos nos quatro últimos jogos, à excepção da partida em que ficou em branco quando a equipa perdeu em Coimbra por uma bola a zero. Certo é que muitas das opções do «dragão» no jogo de hoje passam pela efectividade do goleador.

Os Onzes prováveis