Em tarde de nuvens cinzentas no Estádio Cidade de Coimbra, houve um factor que coloriu o jogo: golos! E foram seis ao todo, algo pouco expectável visto que frente-a-frente estavam dois dos piores ataques da prova (Académica com sete e Paços com dez golos respectivamente).

Início de jogo dominado pela equipa de Coimbra, com o trio de meio-campo formado por Fernando Alexandre, Makelele e Cleyton a tomar as rédeas do jogo. Sem surpresa surge o primeiro golo, ao minuto 11 e para a Académica, com Magique a aproveitar má intervenção de Degra após livre indirecto e a encostar para o fundo das redes. 

Reacção pacense

Após o golo a equipa de Coimbra baixou as linhas permitindo a reacção imediata dos castores. Após tentativas ou sem nexo ou com Ricardo em bom plano, o golo do empate surge através de grande penalidade, a castigar mão de Halliche. Chamado a converter Manuel José não tremeu. Quem tremeu foi a equipa de Sérgio Conceição que à passagem do minuto 31 viu-se em desvantagem, com Bebé a aproveitar corte incompleto de João Real e, na quina da área, a atirar sem hipótese de defesa para Ricardo.

Marcar nas melhores alturas

É certo que todos os momentos são bons quando se fala em fazer golos, mas marcar a fechar a primeira parte ou a abrir a segunda parte dá certamente mais moral para o que falta do encontro. Ora a equipa de Coimbra conseguiu precisamente isso, marcar dois golos a fechar e abrir ambas as partes. A fechar a primeira parte é João Real a restabelecer a igualdade ao encostar de cabeça após defesa de Degra. A abrir a segunda parte, mais precisamente ao minuto 47 é Cleyton quem faz o golo da reviravolta, ao aparecer sozinho na área e com um remate seco a não dar chances a ao guardião argentino.

Ivanildo protagoniza momento do jogo

Vendo-se em vantagem, a equipa dos estudantes não cometeu o mesmo erro da primeira parte. Bem pelo contrário, continuou sempre em busca do golo, não baixando as linhas nem deixar sequer a equipa pacense aproximar-se da área. O golo da tranquilidade teve o toque mágico de Ivanildo, com o avançado de 28 anos a apontar um golo da belo efeito. Descaído sobre a direita, o guineense puxa a bola para o seu pé esquerdo e bate em arco fazendo um golo de belo efeito, importante para trazer tranquilidade máxima à equipa da casa. Com vantagem de dois golos e sem a pressão do resultado a equipa de Coimbra geriu a seu belo prazer o jogo, praticando um bom futebol a dois toques. Até final nota para duas magníficas defesas de Ricardo, que levaram o Estádio Cidade de Coimbra a cantar em coro «Seleção!». A verdade é que o guardião português parece cada vez em melhor forma e cresce a legião de críticos que defende a sua ida à selecção. Com o Mundial mesmo à porta quem sabe se não há uma surpresa na convocatória final..