Melhores jogadores em campo

Rodrigo e Garay

Os dois autores dos golos dos encarnados foram os dois melhores jogadores em campo. Não só porque marcaram os golos da vitória do Benfica frente ao Futebol Clube do Porto, mas também porque fizeram um dos melhores jogos desde o início da época.

Rodrigo: uma aposta ganha

Rodrigo tem sido a aposta de Jorge Jesus quando Cardozo está impossibilitado de jogar. Durante todo o Clássico, Rodrigo conseguiu mostrar a todos os adeptos encarnados o porquê de ser o escolhido. Logo ao minuto 13’ e depois de duas idas à baliza de Helton sem sucesso, Rodrigo fez o primeiro golo do Benfica. Depois de uma grande jogada de Markovic e de um grande passe pela direita, Rodrigo encontrou Helton pelo caminho e pontapeou para o lado direito, trocando as voltas ao guarda-redes e colocando assim o Benfica na frente do marcador. Mas esta não foi a única vez que o avançado Brasileiro esteve presente no jogo. Ao longo de toda a primeira parte do encontro, Rodrigo conseguiu estar presente em quase todas as oportunidades de golo para os encarnados. Já no segundo tempo, o Brasileiro conseguiu manter o ritmo de jogo. Ao minuto 47’ e depois de um livre cobrado por Gaitan, Rodrigo quase que consegue apanhar a bola, ao minuto 52’ aparece novamente num lance que poderia ter dado o segundo golo. Um contra-ataque conduzido por ele e com um passe bonito para Markovic, o sérvio ainda atirou forte mas Helton fez uma boa defesa para canto. Dez minutos antes de sair, o avançado do Benfica ainda desperdiçou outra oportunidade, na cara de Helton: o hispano-brasileiro atirou por cima. Um jogo concentrado e bem definido pelo avançado, que resultou na marcação do primeiro golo do Benfica ao minuto 13. Num jogo em que Eusébio foi homenageado por todos os jogadores, que usaram o seu nome da camisola. O minuto treze foi, não só o minuto de sorte para Rodrigo, como também um número da sorte, dado que figurava nas costas do Pantera Negra na Selecção portuguesa. Uma homenagem bonita e que Rodrigo concretizou em golo encarnado.

Garay: o multifacetado

Garay levou o Estádio da Luz ao rubro quando marcou o golo da vitória encarnada (foto: AFP)

Garay foi outro dos escolhidos como melhor jogador em campo. Foi o autor do segundo golo e da consequente vitória encarnada sobre os actuais campeões nacionais, mas foi cedo que o defesa central do Benfica apareceu no jogo. Ao minuto 41’ Garay fez um grande corte de um lance que poderia ter dado o empate ao Futebol Clube do Porto. Jackson centrou a bola em direcção à baliza de Oblak, valendo o corte do argentino que salvou o guarda-redes encarnado de perigos maiores. Já no segundo tempo e ao minuto 53, na sequência da marcação de um canto Garay saltou mais alto que a defesa portista e cabeceou… para o fundo da baliza. Um golo que levou o Estádio da Luz ao rubro e que mostrou a Jorge Jesus que Garay vai fazer falta ao plantel quando rumar a terras russas. Ainda antes do jogo terminar, Garay esteve presente mais uma vez. Corria o minuto 72’ quando o Argentino fez outro corte crucial. Ricardo Quaresma estava decidido em ir na direcção da baliza de Oblak, mas encontrou Garay que cortou para fora. Salvando mais uma vez a baliza encarnada de uma situação de perigo. Ao minuto 83’ o argentino é substituído por Jardel e assim terminou a sua excelente prestação no Clássico do passado Domingo. Um jogo especial e com sabor a provável despedida do central do Estádio da Luz.

O pior do clássico

Alex Sandro e Varela

Tendo em conta a superioridade do Benfica em praticamente todos os níveis da partida, seria de supor que os piores elementos em campo vestissem de azul e branco. As escolhas realizadas prendem-se, mormente, com o rendimento habitual dos jogadores. Assim, Alex Sandro e Varela poderão não ter sido os piores em campo, mas certamente foram aqueles que viram a sua “cotação” cair de forma mais acentuada, isto se tivermos em conta o desempenho usual de ambos.

Alex Sandro: Voador de asas cortadas

Alex Sandro não teve de modo algum vida fácil no Estádio da Luz. O habitual pendor ofensivo do lateral esquerdo foi reprimido, em muito devido à presença de Markovic na sua área de acção. A principal dificuldade neste aspecto prendeu-se com as movimentações do jovem sérvio; apesar de colocado na direita, Markovic teve sempre a tendência de flectir para o interior, desiquilibrando na zona intermediária portista e deixando Alex Sandro sem adversário directo.

É a indiscutível qualidade de Alex Sandro que destaca ainda mais a fraca produtividade defesa azul-e-branca no clássico de domingo, principalmente a nível ofensivo. Poucas foram as vezes que vimos o brasileiro a subir no terreno, voando pelo corredor e impondo a sua velocidade; um elemento fundamental na dinâmica de ataque dos dragões, oferecendo aquela profundidade impar que permite abrir a defesa adversária e proporcionar espaços para os companheiros do ataque. O FC Porto nunca conseguiu importunar verdadeiramente a defesa do Benfica, e uma das razões esteve na inoperância dos seus laterais no processo ofensivo, Alex Sandro como o caso de maior realce.

Varela: abre-latas na gaveta

É caso para dizer que o internacional português mal se viu no relvado da Luz. Habituado a ser um «abre-latas» na selecção nacional e por vezes no FC Porto, Varela nunca teve oportunidade de provocar desiquilibrios na defesa adversária. Para além do mérito táctico dos encarnados em anular por completo as combinações entre os extremos e laterais do FC Porto, é necessário destacar a incapacidade dos portistas em contrariar esta situação.

O FC Porto apresentou uma exibição soturna, e Varela é bem o espelho disso. Pelos flancos o português nunca ganhou um duelo individual, acabando por ser anulado pela defensiva benfiquista. Ao tentar o jogo mais interior, algo não tão característico do extermo azul-e-branco, Varela apresentava uma total falta de soluções, algo comum à restante equipa. Desinspiração poderá muito bem ser o termo correcto a aplicar a um jogador habituado, não só a movimentos de ruptura, como também a aparecer frequentemente em zonas de finalização, beneficiando em muito do ímpeto ofensivo dos laterais. É caso para dizer que este abre-latas ficou na gaveta.

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Sobre o autor
Mariana Cordeiro Ferreira
Transpiro futebol por todos os poros