O Benfica não deixou os seus créditos por mãos alheias e venceu o Leixões como era sua obrigação. Com uma equipa superior e jogando em casa, os encarnados bateram a equipa liderada por Pedro Correia com dois golos, um do sérvio Djuricic e outro do luso Cavaleiro, perto do minuto 90. Com uma linha pouco utilizada, a armada benfiquista controlou a partida com razoável facilidade, somando mais um jogo com a baliza inviolada e dando rodagem a jogadores menos utilizados. Artur voltou à guarda das redes, e Steven Vitória, habitual presença na equipa B, foi titular ao lado do brasileiro Jardel. Amorim, capitão, foi o comandante das tropas, o cérebro da equipa e um dos elementos em maior destaque.

Armada pouco rodada chegou para garantir apuramento

A equipa apresentada por Jorge Jesus executou o plano de modo eficiente e levou de batida a erquipa do Leixões, que, apesar dos esforços, não conseguiu baralhar o jogo das «águias». Repleta de jogadores pouco utilizados, a formação da Luz impôs, naturalmente, a sua lógica superioridade, impedindo surpresas e garantindo o objectivo primordial: a passagem às meias-finais da Taça da Liga. Artur voltou a defender as redes depois da lesão sofrida frente ao Olhanense, tendo à sua frente uma dupla inédita de centrais: Jardel e Steven Vitória, secundados por André Almeida na direita e Sílvio na faixa esquerda. Amorim foi pilar central, jogando ao lado do médio defensivo Fejsa, permitindo que o desmotivado Ola John e que o jovem formado no Benfica, Cavaleiro, atacassem pelas alas. Djuricic apoiou Funes Mori no ataque. O jogo foi de bonança, navegação controlada e sem perigos de maior para os da casa: o golo inaugural aconteceu por intermédio de Djuricic depois de uma lição laboratorial bem executada. Amorim centrou, Jardel cabeceou para assistir Djuricic e o médio criativo fuzilou Chastre. Antes, já Vitória avisara o jovem guarda-redes com um pontapé de bicicleta espectacular. A vantagem magra prolongou-se até ao minuto 87, quando, assistido pelo maestro de serviço chamado Rúben Amorim, Ivan Cavaleiro mostrou dotes tecnicistas, ludibriando o adversário e fuzilando o guarda-redes leixonense. 

Talles tentou mas nem sempre da melhor maneira

O Leixões alinhou com um 4-1-4-1 com Anderson a trinco, desempenhando  bem o papel defensivo em auxílio dos colegas da linha recuada. Mailó jogou na posição de ponta-de-lança, apoiado por um sector intermédio de quatros jogadores: Lenho, Saldanha, Rui Coentrão e Talles. E foi mesmo Talles a abanar o jogo do Leixões, com arrancadas bravias (uma delas valeu uma boa intervenção a Artur, aos 45 minutos) e iniciativas corajosas pelo meio da fortaleza benfiquista. Apesar de disso, foi também ele protagonista da maior perdida da sua equipa: na sequência de uma inacreditável oferenda de Artur, Talles rematou ao lado, perante uma baliza deserta.

Amorim foi capitão, na ficha de jogo e dentro do campo

Rúben Amorim foi um dos melhores jogadores em campo, liderando a equipa através da segurança do seu futebol, do acerto dos seus passes e da perspicácia da sua visão dentro do campo. Manipulando o ritmo da partida e servindo os companheiros, o português mostrou aptidão suficiente para ser alternativa a Matic, transferido para o Chelsea. O médio versátil esteve nos dois golos: primeiro abrindo o lance estudado que proporcionou o golo de Djuricic, depois assistindo na perfeição Ivan Cavaleiro, já no interior da área adversária. Amorim desempenhou o papel de médio organizador de jogo, estando coberto pela postura mais defensiva do sérvio Fejsa, que fechou a zona mais recuada no meio-campo. 

«Não joga o Matic, joga o Manel», diz Jesus

Não será fácil ao Benfica substituir Matic, isso é um facto que o próprio treinador benfiquista realça: «Matic é o melhor médio defensivo do mundo», afirmou Jesus. Na conferência de análise ao jogo, o técnico reconheceu que terá de adaptar a equipa à ausência do médio sérvio, colocando Fejsa e Amorim na linha da frente para sucederem ao jogador agora a militar no Chelsea, ao mesmo tempo que relativizou a saída do médio: «Não joga o Matic, joga o Manel», atirou. O treinador deu ainda indicações quanto à corrida pela titularidade da baliza encarnada: «O futebol é o momento. Neste momento o Oblak tem vindo a jogar no Campeonato, mas isso não quer dizer que o Artur não seja jogador para o Campeonato. Neste momento a vantagem no Campeonato está no Oblak, que tem correspondido nos jogos que fez», realçou.