Uma semana depois se repetiu a históra, se calhar não toda. Desta vez o Marítimo arrancou na liderança no resultado e não permitiu aos homens de Paulo Fonseca nenhuma reviravolta. O clube portista tem muitas coisas para pensar na viagem de regresso à cidade Invicta, depois de fazer outro jogo sem ideias na criação de oportunidades de golo.

Pedro Martins conhecia as linhas a seguir para abrir a ferida que apenas estava semi-fechada na facção azul e branca. Uma defesa forte com boa pressão no centro do campo e sobretudo aproveitar as oportunidades na área de Helton. Também era importante começarem o jogo concentrados e acabá-lo dessa mesma forma.

A nova terna não conecta

Com Lucho já fora e Fernando fora da lista de convocados, o treinador estava obrigado a mexer as peças no meio campo. Defour foi o mais atrasado dos três homens da medular e em posições mais avançadas o par Carlos Eduardo - Josué, que devia levar o peso da direcção do jogo dos dragões. Os primeiros minutos fizeram pensar que o momento do Porto podia ter chegado, mas nesse sentido iam a ficar dissipados muito cedo tais pensamentos. Começaram a jogar a partida a um ritmo mais baixo e as bolas longas da defesa do Marítimo sempre eram um problema para a defesa azul: ao 13 minutos chegaria a jogada que marcaria o destino do jogo.

Derley quase não tinha entrado na grande área quando Danilo bateu o seu pé e não a bola, assim que a decição indiscutível do árbitro Nuno Almeida foi assinalar o ponto fatídico. De grande penalidade, Derley pôs ao insulares a à frente no placar e incutiu dúvida nos onze jogadores do Porto. Nessa altura os dragões tentaram subir o ritmo do jogo, sem sucesso, voltando o velho fantasma desta época: a pouca velocidade da condução de bola. Josué e Carlos Eduardo não apareciam e a táctica do Marítimo era muito simples: deixar que Defour fosse o único com hipóteses de sair com a bola nos pés.

Quaresma é um oásis

Sem encontrar ideias na criação do jogo, Fonseca mexeu, tirando do relvado Defour, com cartão amarelo, e refrescando as ideias, com Juan Quintero. Porém, o problema é de mobilidade dos homens ofensivos e depois de ter essa qualidade, há que superar os grandes espaços entre jogadores. Nesse panorama só havia um homem com suficiente ambição para pôr-se a equipa nas costas e tentar o impossível. Ricardo Quaresma foi o mais activo no ataque portista e quem mais incomodou o guarda-redes local, mas o Salin sempre respondeu com boas defesas.

E se neste relato faltam ocasiões de golo por parte das duas equipas, é porque na verdade só um disparo muito longe de Derley fez aparecer Helton, e outro remate, com mais intenção que convicção, de Josué, merecem ser lembrados num jogo que só deixa contente o Marítimo pelos três pontos obtidos. Pois é mesmo uma bolha de ar que recebe um clube que já olha para abaixo sem tanta agonia. Pelo contrário, o Porto do Paulo Fonseca que pode ver o Benfica a 6 pontos ao fim da noite.