Se falássemos do histórico de encontros, a vitória portista estava não só garantida como estava segura desde o primeiro minuto. O Futebol Clube do Porto entrou em jogo sem saber como estão Sporting e Benfica na tabela, dado o adiamento do jogo da capital, mas uma coisa era certa: os pupilos de Paulo Fonseca precisavam de acabar o jogo com mais três pontos para não deixarem fugir os rivais lisboetas.

E assim foi, Quaresma, Jackson e Ricardo fizeram os três golos que acabaram com as esperanças do Paços de Ferreira em escapar à linha de água. Um Paços sem medo e um Porto apagado marcaram 90 minutos de jogo que se julgava serem fáceis para os campeões nacionais.

Paços, o onze sem medo

Era esperado que o Paços de Ferreira chegasse à cidade do Porto a medo. A antiga equipa de Paulo Fonseca está a fazer uma época bastante apagada e tem ocupado os últimos lugares da tabela classificativa. Na chegada ao Dragão, Henrique Calisto optou por um onze bastante defensivo, colocando Boaventura, Valente, Hélder Lopes e André Leão na defesa, e colocando Del Valle na frente para desequilibrar a defesa portista.

O tempo não ajudava a formação portista, que em terreno molhado acabaria por jogar mais refreada, explorando menos os seus trunfos técnicos. Em face disto, Calisto optou por colocar Bebé no onze inicial, sabendo da velocidade que traria às alas e ao apoio que garantiria aos colegas da frente. E de facto, ao longo de todo o primeiro tempo, a equipa pacense mostrou-se segura e bem organizada, chegando a criar até alguns lances de perigo junto à baliza de Helton. Corria o minuto 24 quando Seri entrou pela esquerda e esteve perto de marcar. Valeu a intervenção do guarda-redes azul e branco a negar o golo ao jogador do Paços de Ferreira.

na segunda parte foi Bebé a figura da equipa visitante. O menino que já fez parte do Manchester soube o que fazer na defesa e na frente: três remates à baliza que poderiam ter dado golo.

Três golos e muitas oportunidades

A equipa de Paulo Fonseca parecia perdida em campo, face a este Paços corajoso. Quaresma e Varela bem tentaram, mas Jackson ora deixava a bola fugir ora permitia que fosse a defesa dos castores a agarrar a redondinha. Faltou a concentração e a capacidade de jogar em posse ao longo de todo o primeiro tempo, e principalmente faltou a finalização que o melhor marcador da equipa não conseguiu agarrar. Ao minuto 43, Ricardo Quaresma converteu a grande penalidade que punha o Porto na frente do marcador, mas que deixava a desejar face àquilo que aconteceu ao longo de toda a primeira parte.

No segundo tempo, a história foi outra. Logo ao minuto 46 já o Porto criava perigo junto da defesa pacense. Boaventura estava nos seus dias e acabou por evitar o golo por diversas vezes, mas ao minuto 86 não conseguiu dizer novamente não a Jackson, com o colombiano a aumentar a vantagem azul e branca. O avançado desmarcou-se e, já junto ao poste direito da baliza de Degra, rematou a bola para o fundo da baliza. O resultado final parecia estar feito e Paulo Fonseca optou por fazer a troca entre Varela e Ricardo.

Ricardo entrou e Ricardo marcou. Bastaram 60 segundos para que o golo aparecesse. Licá levou a bola até à baliza e Degra ainda defendeu, mas não conseguiu agarrar a bola que sobrou para o extremo que, de calcanhar, colocou a bola no fundo da baliza. Um resultado pesado para a equipa de Henrique Calisto, que sem olhar à sua posição na tabela classificativa se mostrou preparada para lidar com o Futebol Clube do Porto.

Os adeptos não esquecem

Embora com os três pontos garantidos, o Porto voltou a ouvir o descontentamento do tribunal do Dragão. As perdas de bola, o medo do contraataque, a falta de concentração e a substituição de Ricardo Quaresma foram vários dos motivos que levaram os adeptos presentes nas bancadas do Dragão a assobiarem a equipa de Paulo Fonseca.

Saindo vitoriosos do seu jogo, os actuais campeões nacionais não conseguiram alcançar o primeiro lugar da tabela, e terão mesmo de esperar pelo resultado do derby de terça-feira (caso a data se concretize), para saberem como ficarão as contas no topo da tabela classificativa.