Na 19ª jornada da Liga Zon Sagres foi altura de primeiro e último classificado da tabela se encontrarem de novo, para uma disputa que não deixava quaisquer dúvidas relativamente ao resultado esperado: face à clara diferença de pontuação existente entre ambos, e as próprias posições dos dois clubes, previa-se vitória das águias que lhes atribuiria mais três pontos e ajudaria a manter a liderança com a vantagem relativamente confortável que regista. Foi precisamente isto que sucedeu: a equipa visitante adquriu a vitória após dois golos marcados na 2ª parte, de Garay aos 53 minutos e Markovic, aos 67.

Os encarnados iam com a manutenção da liderança assegurada, o que de certa forma se apresentava como uma motivação para a equipa; o Paços de Ferreira, por sua vez, independentemente da posição que ocupava na tabela, prometeu apresentar-se, pelas palavras do treinador, como com «ambição». Henrique Calisto assegurou ainda que a sua equipa se apresentaria numa dinâmica de contra-ataque. A equipa da casa contava, contudo, com a ausência de André Leão, que acabou a ser substituído por Romeu; no Benfica, por sua vez, Enzo Pérez via-se impossibilitado de jogar devido a castigo por excesso de amarelos, sendo sustituído por Rúben Amorim, que segurou com êxito fulgor do meio campo benfiquista, oferecendo-lhe consistência.

Primeiros 45 minutos marcados pela inércia

Sem dúvida alguma que a entrada da equipa da casa no jogo foi decisiva para todo o desenrolar da primeira parte. O Paços de Ferreira entrou com abnegação, pressionando o meio-campo benfiquista que se viu por diversas vezes com dificuldades em parar o avanço adversário, ainda que este nunca acabasse por resultar em ocasiões de perigo. Face a esta insistência, o Benfica viu-se obrigado a recuar nos primeiros minutos de jogo frente a um Paços de Ferreira que deixou logo de início bem claras as suas intenções de não facilitar a tarefa ao líder do Campeonato. Foi só aos 12 minutos de jogo que a consistência do ataque das águias foi atingida, conseguindo invadir com mais frequência o meio campo da equipa da casa.

Com muitas bolas a serem perdidas, o Benfica viu durante todo o primeiro período um Paços insistente em fechar as suas linhas de passe e a não criar quaisquer espaços, com uma formação bem organizada. Foi só aos 37 minutos que sucedeu a talvez mais próxima hipótese de golo dos encarnados na 1ª parte, em que na consequência de um livre Maxi Pereira remata à baliza de Degra, que a agarra a tempo. Registou-se por isso uma primeira parte de certa forma surpreendente, com um Paços mais forte que o esperado a contrariar as investidas do Benfica. Lances de grande perigo foram inexistentes, e não restaram espaços ao Benfica para furar a defensiva dos oponentes rumo ao golo. A equipa da casa destacou-se, nomeadamente devido à sua rapidez de jogo em cortar a velocidade e progressão dos encarnados. Ainda assim, e apesar da oposição gerada pelo Paços, o Benfica controlou os primeiros 45 minutos de jogo, ainda que sem eficácia ou hipóteses de golo significativas, registando ambos os clubes uma posse de bola extremamente equilibrada numa primeira parte, aborrecida.

Segunda parte mais ritmada à laia da batuta de Amorim

Se os primeiros 45 minutos foram aborrecidos, a segunda parte veio contrastar com os mesmos: um Benfica mais ofensivo marcou presença, sempre a procurar criar espaços de forma a invadir a área adversária. Com mais confiança e pujança, o Benfica não se deixou intimidar pela defensiva do Paços e procurou ocasiões de golo, surgindo a primeira aos 54 minutos quando Garay invadiu as redes adversárias com um cabeceamento excelente após um belo cruzamento de Rúben Amorim. Ainda que as oportunidades continuassem a ser escaças, o Benfica trabalhou mais consistentemente e com maior eficácia, criando espaços e chegando mais vezes à área do Paços, assegurando o domínio da partida e procurando novo golo, que surgiu aos 67 minutos - Markovic, após uma primeira parte pobre, ganhou destaque ao corresponder às expectativas que vinham a ser criadas ao longo do desempenho dos encarnados na segunda metade do jogo. Após uma boa recuperação de Rúben Amorim, Markovic correu com a bola até á área adversária e acrescentou mais um golo aos 4 que já marcou esta época pelos encarnados.

Após o primeiro golo, como seria de esperar, os encarnados desceram e dificultaram a vida ao Paços, que se via com problemas em penetrar pela defesa adversária. Registou-se, assim, um Benfica com mais hipótese, mais consistente e ofensivo, ainda que a situação relativa à posse de bola se revertesse - de acordo com as estatísticas, o Benfica registara maior posse no primeiro bloco de jogo; na segunda parte, contudo, o Paços inverteu a situação, ainda que nenhuma influência essa posse tivesse no resultado final.

Registou-se assim um jogo sem grandes lances ou grandes perigos, talvez até aborrecido em alguns momentos, cujas estatísticas acabaram por transmitir aquilo que foi feito; destaque para uma segunda parte mais emocionante e que transpareceu mais o jogo benfiquista que já estamos habituados a ver, resolvendo-se portanto a partida nestes últimos 45 minutos, entregando-se assim mais três pontos ao líder, que consegue manter a sua vantagem frente ao Sporting e ao Porto.

Maxi e Gaitán de fora contra o Vitória de Guimarães

Na consequência do jogo desta tarde, Gaitán e Máxi não poderão marcar presença na próxima jornada do Campeonato, frente ao Vitória de Guimarães, já que ambos foram amarelados e atingiram o máximo permitido, cumprindo castigo na próxima jornada.