André Gomes tarda em somar aparições consecutivas com a camisola do Benfica.«Nos jogos mais fáceis em que o Benfica vai ganhar deveria ser pensada a utilização de André Gomes para somar minutos» assim sugeriu há algumas semanas o carismático e veterano treinador Manuel José no programa televisivo ‘Grande Área’, no que parece, na verdade, ser a melhor opção a ter em conta para o jovem jogador no momento. No entanto, e em virtude do excelente momento que a equipa encarnada atravessa e ainda pelo facto de o plantel se encontrar dotado de vários futebolistas de enorme craveira para as funções que o jovem internacional por Portugal ocupa, tal não tem vindo a acontecer, podendo mesmo verificar-se que a sua participação, para além de residual, pode mesmo ser vista como irrisória, como sucedeu em Paços de Ferreira, palco no qual entrou em campo… aos 89 minutos.

A situação de André Gomes tornou-se ainda mais inusitada dias antes, quando por altura da vitória na Luz sobre o Sporting o médio foi chamado a entrar, dirigiu-se ao centro do terreno para protagonizar a última substituição para o Benfica, mas não teve sequer tempo para o fazer face ao apito final do árbitro Marco Ferreira. Somados os dois jogos, um minuto de utilização – e certamente o jovem centrocampista aspirará a mais.

Médio português é para já a quarta escolha por um lugar no meio-campo

Começa a ser difícil prever quando será a hora de André Gomes no Benfica, e mesmo se esse dia irá mesmo chegar. Bastará retirar como exemplo a mais recente ronda da Liga ZON Sagres, na qual se abria uma possibilidade, ainda que ligeira, de uma titularidade para o médio face à exclusão de Enzo Perez por castigo, o que não veio, como é sabido, a suceder. Mesmo sem Enzo, na dianteira por um lugar ainda está Ruben Amorim. Assim sendo, André Gomes vê-se para já remetido à condição de quarta escolha para o centro do terreno dentro do plantel encarnado, contando já com o restante titular no sector intermediário, o sérvio Ljubomir Fejsa.

No entanto, e para desconsolo de André, este virtual ‘quarto lugar’ pode inclusivamente não se confirmar, uma vez que poderão existir outras variantes tácticas que poderão adiar de forma cada vez mais consecutiva a sua titularidade, passando também pela possibilidade cada vez mais real de Nico Gaitán passar a desempenhar funções de organizador de jogo, até porque Eduardo Salvio parece de volta e se deverá juntar a Lazar Markovic nas alas.

Médio português deverá juntar-se ao Valência sem ter alcaçando posição dominante na Luz

Para além de partir atrás de Enzo, Amorim e previsivelmente Gaitán, para André Gomes juntou-se o ónus relacionado com o facto de a tão desejada oportunidade ter aparecido na véspera no encontro ante o PAOK sem que tenha conseguido contribuir com uma prestação condizente com o seu valor e, mais importante, justificativa para nova titularidade em breve – acrescendo a isso, existem ainda dois «jokers».

Esses nomes fora da órbita do meio-campo, mas ainda assim rivais de André na luta por um lugar num onze são Oscar Cardozo, que assim que esteja restabelecido fisicamente poderá reocupar o seu lugar na frente de ataque benfiquista e assim obrigar ao recuo territorial de outra unidade, e Rodrigo, que até poderá ser o escolhido para essa função quando tiver lugar o regresso de Tacuara dadas as suas características que podem também torná-lo um mortífero ‘9,5’. Com a venda do seu passe a um fundo pertencente ao milionário Peter Lim por 15 milhões de euros, o que em princípio deverá levar a que assine pelo Valencia no final da época visto que o clube espanhol deverá ser adquirido por esse mesmo empresário, e até pelo peso que a verba envolve, seria de esperar que o jovem português pudesse sair em grande.

No entanto, face aos obstáculos acima mencionados, e mesmo com a atenuante de a desapontante exibição em Salónica ter sucedido num encontro no qual alinhou fora do seu lugar natural, dado ter jogado descaído para a ala direita, ainda assim não parece crível que tal venha a suceder, pelo que deverá valorizar-se o excelente negócio realizado pelos encarnados na venda de um activo que não sendo excedentário pelo menos não seria facilmente valorizável pela sua escassa utilização.