A jogar sem Adrien e Montero, duas das referências da equipa ao longo desta época, Leonardo Jardim teve que mexer e colocar Gerson Magrão e Slimani no onze principal, perspetivando-se assim um Sporting diferente nas suas dinâmicas ofensivas. Ainda antes do apito inicial de Artur Soares Dias, destaque para o minuto de silêncio em memória de Mário Coluna, respeitado por larga maioria dos adeptos, com infeliz excepção feita às claques leoninas.

Já diz o ditado, «Quem não marca, sofre»

Os pupilos de Leonardo Jardim entraram fortes no jogo, dominando os primeiros quinze minutos com intensas e sucessivas ofensivas, principalmente pela faixa esquerda, por intermédio de Jefferson e Carrillo. Já o SC Braga, por sua vez, apostou no contra-ataque e na transição ofensiva rápida com Rafa como elemento de destaque. Contudo, esta supremacia leonina (que teve sempre um ligeiro ascendente nesta primeira metade) foi-se apagando. O Sporting acusava a falta de Adrien e Montero nas suas jogadas de ataque, recorrendo inúmeras vezes ao passe aéreo, enquanto que o Braga acertou marcações. O jogo tornou-se algo desinteressante e marcado por rasgos atacantes tanto de uma como outra equipa. A equipa minhota, agora comandada por Jorge Paixão, após aviso de perigo, conseguiu mesmo chegar ao primeiro golo da partida, por intermédio de Rafa que ao minuto 36’ remata ao poste, com a bola a “tabelar” por fim num azarado Rui Patrício. Na resposta, Slimani, dispôs de duas oportunidades claras de golo: na primeira, após cruzamento de Carrillo, o cabeceamento não levou a direcção desejada, enquanto que na segunda, após cruzamento de Jefferson, os dois remates em insistência do Argelino acabaram sempre travados, quase em cima da linha de golo. Para surpresa dos 30.294 adeptos que se deslocaram nesta noite chuvosa a Alvalade, o jogo acabou por ir para intervalo com resultado desfavorável aos Leões.

Lusa

Para a resolução dos males, há sempre Slimani

Nos primeiros minutos da segunda parte, pouco mudou. O Sporting mantinha um ligeiro ascendente, mas sem criar qualquer perigo evidente, enquanto que o Braga se manteve fiel às transições rápidas. No entanto, a partir do minuto 57’, Leonardo Jardim apostou em reforçar o ataque, substituindo André Martins por Héldon e passando Carlos Mané para o apoio a Slimani. Com esta alteração e mais tarde, com a entrada de Diego Capel, a equipa verde e branca ganhou mais mobilidade na frente de ataque e conseguiu, ao minuto 68’, ganhar um penalty por falta clara de Sasso sobre o jovem Carlos Mané.

O eleito para converter o castigo máximo, face às ausências de Adrien e Montero foi Jefferson, que não desiludiu e apontou o seu primeiro tento com a camisola do Sporting. Foi a bola para um lado e Eduardo para outro, estava restabelecida a igualdade no reino do Leão. O Sporting, empurrado pelo golo e pelos seus adeptos, agigantou-se na partida e partiu para cima da equipa visitante, atingindo o segundo tento, quatro minutos depois, por um nome que já vem sendo habitual na resolução de jogos complicados, Slimani. O argelino rematou forte à entrada da área e a bola ainda sofreu um desvio num jogador do Braga, traindo Eduardo. O Braga reagiu e bem, enquanto que o Sporting se encolheu nos últimos dez minutos de jogo, mas a verdade é que o resultado já estava sentenciado e pendia a favor dos leões que conseguiram, ainda que provisoriamente, manter-se na perseguição ao Benfica e aumentar a distância em relação ao FCPorto.

Jorge Paixão, uma estreia agri-doce

Jorge Paixão teve hoje uma noite para recordar, tanto pela positiva, como pela negativa. Orientou pela primeira vez um jogo de uma equipa do escalão principal do Futebol Português, contra o Sporting, mas acabou por saír com o resultado que não desejava. Em conferência de imprensa, o ex-treinador do Farense disse que «apenas faltou a vitória»a uma equipa que montou «uma estratégia para ganhar» e «fez o que poucas ou nenhumas equipas fizeram em Alvalade esta época, jogando olhos nos olhos com o Sporting». Questionado ainda sobre o facto de chegar à primeira liga, o treinador do Braga foi assertivo nas suas declarações, dizendo que já deveria ter alcançado esse objetivo há mais tempo e confirmando que está «preparado para assumir o desafio».

Leonardo Jardim defende uma vitória difícil, mas justa para a sua equipa

Quando questionado sobre o jogo, o treinador madeirense admitiu que o jogo foi de facto difícil e que «o valor individual dos jogadores era muito maior do que o que a classificação demonstrava». Foram necessários «trabalhos extra» em mais um jogo no qual a equipa leonina introduz a bola na sua própria baliza. Destaque ainda, por parte do treinador verde e branco para alguma «imaturidade» da equipa nos «últimos sete, oito minutos de jogo» quando permitiram que o Braga subisse linhas e criasse iniciativa. Slimani foi, mais uma vez tema de destaque na conferência de imprensa. Leonardo Jardim referiu que o internacional argelino é uma «alternativa válida» e que é «um jogador diferente de Montero, um jogador menos de construção e mais de movimentos de rotura e jogo aéreo» e que até ao final do campeonato será utilizado em mais jogos fruto dos seus golos e da importância que tem tido para a equipa.

Fotos: LUSA