A 9 jornadas do final do campeonato, o actual campeão nacional, o Futebol Clube do Porto, vê o objectivo de chegar ao título a uma distância considerável de 9 pontos. Os portistas empataram 2-2 com o Vitória de Guimarães e o pesadelo do jogo em casa, frente ao Frankfurt, parece ter assombrado os azuis e brancos que, depois de terem uma vantagem de 0-2 (Quaresma e Licá) viram Maazou e Marco Matias, anular o marcador com o 2-2 final. No jogo grande da jornada, o Sporting recebeu o Braga e, depois de estar em desvantagem, mais uma vez, com auto-golo de Rui Patrício, voltou a surpreender com mais uma remontada; desta feita, as vítimas foram os arsenalistas. Os marcadores de serviço foram Jefferson e o suspeito do costume, Slimani, que assim mantiveram os verde e brancos, a 5 pontos do líder Benfica.

Os encarnados deslocaram-se até ao Restelo, para um dos dérbis mais emocionantes da história do futebol português e, num jogo complicado, a magia de Gaitán voltou a sobressair dentro das 4 linhas, com mais um golo extraordinário do extremo, que deu 3 preciosos pontos às águias. No mini-campeonato entre os 3 grandes, verificamos que o Benfica se encontra em 1º lugar com 52 pontos, num global de 38 golos marcados e 13 sofridos (melhor defesa da prova), logo seguido dos comandados de Leonardo Jardim, na 2ª posição, com 47 pontos (mais 5 pontos que na época passada), sendo o ataque mais concretizador, com 40 tentos marcados e 14 sofridos. A fechar o pódio, encontra-se o FC Porto, com 43 pontos e um total de 39 festejos e 16 sofridos.

Três grandes numa luta que parece ser a dois

Dos candidatos ao título, o Estádio de Alvalade foi o palco para o 1º embate desta jornada, com o Sporting a receber o renovado Braga de Jorge Paixão, com um resultado final de 2-1 favorável aos leões. Numa primeira parte em que os pupilos de Leonardo Jardim entraram a todo o gás, destaque para a ineficácia de Slimani e Carrilho, que não permitiu aos sportinguistas inaugurarem o marcador nos primeiros vinte minutos da partida. No decorrer deste primeiro tempo, o Braga equilibrou as hostes e, num falhanço de Rui Patrício (sai em falso a um cruzamento), o guardião acabou por introduzir o esférico na própria baliza, depois de um remate deRafa que rechaçou no poste direito das redes leoninas.

Na segunda parte, os de Alvalade não baixaram os braços e, na marcação de uma grande penalidade, chegaram ao empate por intermédio de Jefferson. Com William Carvalho a ser mais uma vez o elemento com maior preponderância no centro do terreno dos verde e brancos, a garra do leão veio ao de cima nos últimos minutos do encontro e o inevitável Slimani não facilitou diante de Eduardo e festejou, pela 5ª vez no campeonato, contribuindo para a 4ª reviravolta do Sporting nesta Liga Zon Sagres. Do lado bracarense, Rafa foi o elemento mais irreverente dos arsenalistas mas nada pôde fazer para se superiorizar à consistência que o meio-campo dos leões impôs ao longo dos 90 minutos. Perante isto, temos o Sporting na 2ª posição com 47 pontos, a 5 do líder e o Sporting Clube de Braga em 9º, com apenas 27 pontos, já a 7 de chegar ao ambicionado e difícil lugar europeu.

A formação do Sport Lisboa e Benfica teve uma curta viagem até ao Restelo e venceu o Belenenses pela margem mínima de 0-1. Em plena capital e com um estádio repleto de recordações, este dérbi fez relembrar outros tempos e, na tarde deste Domingo, as águias bateram os azuis do Restelo com um mais um golaço de Gaitán, neste que foi o segundo tento do argentino na prova. Este golo demonstrou, mais uma vez, as reais capacidades técnicas do extremo e, com um chapéu perfeito, deixou o guardião Matt Jones incrédulo, dando assim sequência ao tiro magnífico do ala, na passada Quinta-Feira, contra o PAOK.

Nesta partida, Enzo Pérez, que regressou ao onze, foi incansável e deu uma dinâmica fantástica ao futebol do Benfica, que não foi aproveitada pelos pouco acutilantes atacantes das águias. A segunda metade do jogo foi repartida e, não fosse o golo mal anulado a Tiago Caeiro e a expulsão do jovem Fredy, os da casa poderiam ter travado a equipa do estratega Jorge Jesus. As águias mantêm a liderança isolada do campeonato, com 52 pontos e vêem o título cada vez mais perto. Na posição inversa dos benfiquistas encontra-se o Belenenses, em 15º lugar, em igualdade pontual com Olhanense e Paços de Ferreira (todos com 16 pontos).

Os actuais campeões nacionais deslocaram-se ao histórico D. Afonso Henriques e, com as bancadas bem compostas, não foram além de um empate a duas bolas. Apesar do ímpeto inicial dos dragões, os comandados de Paulo Fonseca não conseguiram concretizar as oportunidades na fase inicial da partida. Com o Vitória a equilibrar o jogo a meio-campo, foi o Porto que beneficiou de uma grande penalidade, convertida por Quaresma e, mais tarde, ainda no primeiro tempo, o português Licá aumentou a vantagem para 0-2 que era, aparentemente, confortável. No último lance dos primeiros 45 minutos acentuou-se a instabilidade defensiva do Porto e a incapacidade que os azuis e brancos demonstram em segurar a vantagem no marcador, com exibições desastrosas de Abdoulaye, Maicon e Fernando, que permitiram ao Vitória de Guimarães reduzir a desvantagem para 1-2, por intermédio de Maazou, que assim, voltou a marcar depois de 20 jornadas de jejum (3 golos na Liga).

No segundo tempo, o Vitória superiorizou-se ainda mais e com André Santos e principalmente André André, organizaram tacticamente a sua formação e fizeram bem as transições da defesa para o ataque, onde o melhor marcador da equipa, Marco Matias, repôs a igualdade, com o seu 6º festejo na Liga Zon Sagres. Até final, destaque ainda para uma bola ao poste dos homens de Rui Vitória que tudo fizeram para somar os 3 pontos, reduzindo o Porto a uma equipa banal e sem ideias de jogo. A situação do técnico Paulo Fonseca agrava-se com o FC Porto a manter o 3º lugar, agora com 43 pontos que os deixa praticamente arredados das contas do título, assistindo à perseguição do Estoril que se encontra apenas a 4 pontos dos dragões. Os minhotos continuam em 6º lugar e o objectivo de chegar à Liga Europa permanece legítimo, com os vimaranenses a somarem 30 pontos, a 4 do 5º classificado.

Estoril ensaia hino da Champions com o Nacional consistente no 5º lugar

A cada vez menos surpreendente equipa do Estoril-Praia recebeu no Coimbra da Mota o Olhanense e, com um futebol bem praticado, esmagou os algarvios, por contundentes 4-0, naquela que foi a 4ª vitória consecutiva, do conjunto orientado por Marco Silva. Num encontro de sentido único, os estorilistas começaram por beneficiar de um auto-golo de Mladen, para inaugurar o marcador e, mais tarde, dois tentos da grande figura da partida, João Pedro Galvão, que com estes dois tiros certeiros, é agora o 2º melhor marcador da equipa, depois de ter balanceado a rede pela 5ª vez na prova, encontrando-se a 4 do melhor marcador, Evandro (9 golos). Para fechar a festa goleadora dos canarinhos, o estreante Ricardo Vaz não tremeu diante das redes algarvias e, com um castigo máximo, estabeleceu o resultado final em 4-0. É assinalável este desempenho do Estoril que, para além dos dois primeiros classificados, é de longe das equipas que melhor futebol pratica neste campeonato, com uma defesa sólida, um meio-campo equilibrado e um ataque letal que já concretizou neste campeonato 34 tentos, em 21 jornadas. A equipa do Olhanense ainda levou perigo às redes de Wagner, com duas bolas ao poste que, ainda assim, não superaram o ascendente estorilista neste encontro.

O Estoril parece estar confortável no que à Liga Europa diz respeito mas, com este 4º lugar, com 39 pontos conquistados, começa a espreitar a pré-eliminatória da Liga dos Campeões que está apenas a 4 pontos de distância. O Olhanense não conseguiu dar sequência à vitória alcançada na jornada passada e, perante um Estoril dominador, mantém-se em zona complicada na tabela classificativa, num 16º lugar, em igualdade com Paços de Ferreira e Belenenses. Numa partida que opôs dois dos melhores conjuntos deste campeonato, na Madeira, Nacional e Rio Ave defrontaram-se e, em causa, estava a luta pelo 5º lugar. Neste jogo, muito táctico e preso a meio-campo, verificou-se um empate, com um golo para cada lado. Os comandados de Nuno Espírito Santo que, na jornada anterior ainda assustaram o Sporting, adiantaram-se no marcador, por intermédio de Hassan mas, a acutilância imposta pelo Nacional, culminou com o 5º golo de Diego Barcellos na prova, restabelecendo assim a igualdade, que se manteve até final, com as duas equipas a não quererem arriscar demasiado, para chegar ao 2º golo e, assim, repartiram os pontos no estádio da Madeira. O Nacional mantém o 5º lugar, agora com 34 pontos e o Rio Ave permanece confortável na tabela, num 11º lugar, com 23 pontos em 21 jornadas.

Para disputar a Liga Europa na próxima época, Estoril e Nacional estão bem lançados mas, é de realçar a proximidade do Vitória de Guimarães, que se encontra em 6º, a 4 pontos do Nacional. Um pouco mais abaixo na tabela, o 7º, o 8º e o 9º, Académica, Marítimo e Braga, todos com 27 pontos, encontram-se a 7 da Europa mas o sonho permanece intacto.

Jorge Costa tira castores da toca e pressiona Olhanense e Belenenses

A formação do Gil Vicente recebeu, na tarde de Domingo, a consistente equipa do Vitória de Setúbal e, inesperadamente, bateu a equipa do Bonfim, por 1 bola a zero. Os setubalenses não apresentaram o habitual ímpeto ofensivo imposto por José Couceiro e, num jogo desinteressante, para os poucos adeptos presentes em Barcelos, valeu o único golo da partida marcado por César Peixoto, na conversão de uma grande penalidade que fez balançar a rede do guardião Kieszek. O Vitória de Setúbal desce para a 10ª posição, com 25 pontos, 9 acima da linha de água. Já a formação do Gil Vicente quebrou o enguiço e, depois de um triunfo no já longínquo mês de Novembro, voltou a saborear uma vitória, subindo agora ao 12º lugar, com 22 pontos, com uma margem de 6 pontos em relação aos últimos classificados.

O Estádio Capital do Móvel foi palco de mais uma partida do Paços de Ferreira e, desta feita, o adversário foi o Marítimo e, depois de várias jornadas sem conseguir triunfar, os agora comandados de Jorge Costa, venceram de forma surpreendente, os verde-rubros por 3-1. A partida começou por ter um golo do inevitável ponta-delança Derley que, com 12 golos marcados na prova, está a 1 de Montero e a 2 de Jackson, fechando assim o pódio dos melhores marcadores do campeonato. Quando todos esperavam mais uma derrota dos castores, eis que os pacenses, munidos de uma motivação extra, proveniente da chicotada psicológica, deram a volta ao marcador, com golos de Seri, Boaventura e Bebé que, assim, apontou o seu 5ºgolo no campeonato e é o melhor artilheiro da sua equipa. O Marítimo beneficiou da derrota do Braga e mantém os mesmos 27 pontos, no 8º lugar, a 7 do Nacional. Já o Paços deu finalmente três pontapés na crise e soma agora 16 pontos, na 14ª posição.

A fechar a jornada, o Arouca recebeu a Académica de Coimbra e, perante o seu público,foi castigado com uma derrota imposta pelos estudantes, por 0-3. Se é verdade que os arouquenses começaram por cima, foram os visitantes a inaugurar o marcador, com o tento de Marcos Paulo a ditar o resultado ao intervalo. Na segunda metade do encontro, os internacionais portugueses pelas camadas jovens, Salvador Agra e Diogo Valente, carimbaram o resultado final, a favor dos estudantes, em 0-3, acabando por ser um resultado demasiado pesado para a equipa do Arouca, que demonstrou, mais uma vez, uma boa atitude dentro das 4 linhas. Os estudantes sobem agora a um surpreendente 7º lugar, em igualdade pontual com Braga e Marítimo, somando 27 pontos, estando mais perto de chegar à Liga Europa, do que propriamente se encontrar numa posição de descida à 2ª Liga. O Arouca mantém o 13º posto com 19 pontos, com apenas 3 de conforto, em relação aos 3 últimos.

Para evitar a descida à 2ª Liga, os 5 emblemas que estão directamente visados estão separados somente por 6 pontos (entre o 12º e o 16º lugar). Esta competição parece estar cada vez mais empolgante, com o Gil Vicente em 12º, com 22 pontos, o Arouca em 13º com 19 e, finalmente, Paços, Olhanense e Belenenses, todos com 16 pontos, nos últimos 3 lugares da tabela classificativa. Até final, os confrontos prometem grande emoção e, certezas sobre quem irá descer, parecem não existir.

Bis de Galvão é o destaque da jornada para o Vavel

O rosto da garra, ambição e querer da equipa do Estoril foi João Pedro Galvão (foto: Lusa) que, segundo o Vavel, foi a grande figura da jornada, por ter sido preponderante, na consolidação do 4º lugar dos canarinhos e a séria aproximação à Liga dos Campeões. Desde a saída de Luís Leal do clube que Evandro tem sido o principal artilheiro mas, João Pedro Galvão, nesta vitória frente ao Olhanense, destacou-se como o 2º melhor marcador da formação da linha, com 5 tentos apontados.

Na luta pelo título, Slimani e Gaitán, travaram um braço de ferro nas respectivas partidas, com a vitória do Benfica frente ao Belenenses e do Sporting frente ao Braga que deixa a luta de campeão nacional entregue a estes dois emblemas. Se, com magia, Gaitán marcou o 2º golo na Liga, Slimani, com garra, apontou o 6º tento na prova, representando, igualmente, duas das principais figuras da jornada 21 da Liga Zon Sagres.

Ainda nesta jornada, destaque também para o 6º golo de Marco Matias ao serviço do Guimarães que, na partida frente ao Porto, restabeleceu a igualdade em 2-2. Também César Peixoto e Bebé deram um grande contributo, tanto a Gil Vicente, como a Paços de Ferreira que, depois de um longo jejum, reencontraram o caminho das vitórias, reequilibrando, assim, a luta pela permanência, no principal escalão do futebol português.

Golo da jornada: e ao minuto 8… Gaitán deslumbrou no Restelo

Perante um início de partida pressionante do Benfica frente ao Belenenses, foi ao minuto 8 que Gaitán, não satisfeito com a obra de arte que brindou os adeptos, na passada Quinta-Feira frente ao PAOK, deslumbrou, com mais um gesto técnico notável, fabricando um «sombrero» que sobrevoou o desorientado guardião do Belenenses, fazendo assim o golo que representou a obtenção de 3 pontos, nesta difícil deslocação ao Restelo e, para a equipa Vavel, é um golo que não cansa rever.