Apesar de a liderança da Liga ZON Sagres se encontrar na posse do Benfica por uma margem ampla e confortável, nem por isso o Clássico disputado entre Sporting e FC Porto se tornará menos importante, tanto no que à disputa do título nacional diz respeito, dado que para quem eventualmente não vença estará afastado em definitivo a conquista desta edição da prova, como inclusivamente pelo segundo lugar, que pode conhecer definições mais claras.
Se o Sporting sair vencedor, também o segundo posto ficará praticamente garantido para os leões; caso sejam os dragões a vencer, esta disputa em particular poderá mesmo marcar as últimas jornadas da Liga. Como tal, é de esperar uma abordagem ofensiva por parte de ambas as equipas, dividindo-se a responsabilidade entre a equipa da casa, o Sporting, e o FC Porto, que assaltará o lugar que para já é pertença do leão. Começando pela equipa da casa, mais do que as queixas sobre a arbitragem o encontro frente ao Vitória de Setúbal comprovou que comparativamente com o faustoso início da época o leão se encontra em baixa, especialmente na sua frente ofensiva, apresentando um sistema táctico que começa a parecer tão usado quanto as pernas dos já desgastados jogadores que o definem – como se esperava, o Sporting começa a ‘rejeitar’ o 4x3x3.

Leões deverão colocar jogadores dinâmicos nas suas alas

Sem extremos especialistas em procurar a linha apesar de possuir um excesso de oferta no que concerne aos médios-ala, mais tarde ou mais cedo os verde-e-brancos se renderão às evidências de que o 4x4x2 será uma realidade e que até seria a táctica mais adequada para levar de vencida o dragão, colocando Fredy Montero e Islam Slimani em dupla. Para que tal suceda, William passará a deter as tarefas defensivas no meio-campo quase em exclusivo, ao jeito do que sucede… com Fernando no Dragão, e Adrien Silva terá de passar a ser uma ‘fonte de alimentação’ a trabalhar com unidades dinâmicas como Wilson Eduardo, útil para oferecer movimentos interiores na frente, e Diego Capel para ganhar a linha de fundo de forma efectiva. Por fim, Carlos Mané será um joker a ter em conta, assim como Heldon, extremo que se disfarça de avançado, usando das suas diagonais rápidas e da sua facilidade em buscar espaços de finalização.
Por outro lado, o FC Porto visita Alvalade em convalescença, animicamente bem melhor do que há uma semana e acima de tudo a necessitar de continuidade nas suas apostas para atingir patamares de sucesso como poderia mesmo ser uma vitória no terreno de um rival como os leões.

Ataque azul-e-branco deverá apresentar uma só mexida

Desta forma, e tendo a frente de ataque utilizada recentemente na recepção ao Napoli, pouco haverá a mudar para os azuis-e-brancos, esses sim talhados para uma frente de ataque composta por três unidades, visto que uma das alas terá necessariamente de passar por Ricardo Quaresma, que regressou ao clube quase ao ritmo que detinha quando o deixou, e o goleador-mor da equipa e da própria Liga, Jackson Martinez. Maicon, lesionado, não viaja para Lisboa e o central Abdoulaye será novamente o dono do lugar, como vem sendo hábito.
(Foto: Fábio Poço | Global Imagens)
Por fim, um lugar sobra para os dragões, que poderão retirar um Silvestre Varela em perda nas últimas semanas e dar oportunidade a alternativas que começam desde já a ‘espreitar’, podendo apontar-se algum favoritismo para Licá, que tem entrado bem sempre que é chamado à acção, ou até Ricardo, que constituiria uma surpresa embora tenha dado muito boa conta de si na recente vitória da Selecção Nacional sub-21 sobre a Macedónia. Ponto da situação: muitas dúvidas sobre a estratégia a apresentar pelos dois conjuntos, mas o espectáculo e os golos parecem já estar garantidos por duas equipas que entrarão em campo com a vitória como único objectivo…

Dois confrontos sem festejo verde

Este será o terceiro «clássico» entre azuis e verdes: nas duas últimas ocasiões, nunca o Sporting venceu o campeão nacional, precisando agora de bater os «dragões» para aumentar para 5 pontos a distância que actualmente é de apenas 2 pontos, fruto do empate em Setúbal. No primeiro encontro os portistas venceram por 3-1 em sua casa, com Josué a inaugurar o marcador, William a empatar e Danilo a desfazer a igualdade. Lucho fechou a contagem. Na segunda vez que se defrontaram, as duas equipas não alteraram o nulo, acabando por empatar a zeros, depois de uma fantástica exibição de Fabiano: o Sporting dominou a partida mas foi incapaz de se sobrepor à sua própria ineficácia.

Onzes prováveis