Os dragões entram em campo para esta ronda da Liga Zon Sagres, com a certeza que o título não passa de uma miragem. Com o Benfica a 12 pontos de distância, o FC Porto irá disputar as restantes jornadas do campeonato, com o objectivo de ainda alcançar o Sporting no 2º lugar e assim poder garantir a entrada directa na fase de grupos da Liga dos Campões. Para um dos embates mais históricos do futebol português, os invictos têm 3 baixas de peso, nos 3 sectores de jogo: na defesa, Danilo, no meio-campo, Fernando e no ataque, Ricardo Quaresma. O estreante Lito Vidigal espera conquistar pontos no Dragão, com a motivação extra que uma chicotada psicológica pode trazer ao plantel. O técnico conta com jogadores rápidos como Fredy ou Miguel Rosa para surpreender no contra-ataque e, assim, aproveitar as baixas dos portistas.

Jogo da 1ª volta: Mangala no melhor e no pior, frente aos azuis do Restelo

A contar para a 9ª jornada do campeonato, o Belenenses recebeu o ainda campeão nacional, o FC Porto e, num jogo com fraca qualidade, verificou-se um empate a uma bola, depois de uma tarde desinspirada dos atacantes de ambas as equipas. A marcha do marcador iniciou-se com uma subida feliz à área contrária por parte de Mangala que, assim, colocou os dragões em vantagem. Com o resultado manifestamente injusto, para a equipa da cruz de Cristo, João Pedro, aproveitou uma “fífia” de Mangala e repôs a justiça no marcador e a igualdade manteve-se até final.

Pêndulo Fernando e mágico Quaresma fora de combate para o jogo com o Belém

Com um FC Porto visivelmente mais ambicioso desde a entrada de Luís Castro, com um meio campo a jogar com as linhas mais subidas, a formação azul e branca espera reagir ao desaire frente ao Sporting e, assim, sonhar de forma legítima com o 2º lugar. Para este jogo frente ao Belenenses, Danilo, Maicon, Fernando e Quaresma estão de fora. No entanto, o técnico já poderá contar com Alex Sandro e Abdoulaye que estiveram de fora no jogo contra o Nápoles.

Para alcançar os 3 pontos frente aos azuis do Restelo, a estabilidade portista começa logo na baliza. ComFabiano a aproveitar a infelicidade de Helton, o brasileiro tem correspondido às expectativas. Um grande sinal disso mesmo foi a brilhante prestação frente ao Nápoles, com uma mão cheia de defesas que conseguiram iludir os adeptos do Nápoles, que chegaram a festejar antes de tempo, com remates que aparentemente eram indefensáveis. O quarteto defensivo azul e branco terá uma autêntica revolução, com o extremo Ricardo, a adaptar-se mais uma vez a lateral-direito, na ausência de Danilo, o regresso de Abdoulaye ao onze, depois da exibição intermitente de Reyes na Europa e, claro, o regresso esperado do lateral esquerdo, Alex Sandro que, na ausência de Quaresma, será não só importante a defender, como também a apoiar constantemente nas manobras ofensivas, por se tratar de um defesa com grandes propensões ofensivas. Ainda no sector mais recuado, Mangala, que marcou na 1ª volta, será o elemento mais estável, num sector defensivo que está longe de ser equilibrado.

No centro do terreno, Fernando é baixa confirmada e, para o 4x3x3 habitual do técnico, tudo muda. A ocupar a posição 6 estará Defour que não tem as mesmas características do habitual titular e obriga Herrera a ajudar, muito mais, no meio-campo defensivo, desguarnecendo um pouco o ataque. Para disfarçar as fragilidades de Defour, se o Porto quiser manter a mesma toada ambiciosa na abordagem ao jogo, terá que exercer uma pressão sobre o adversário, que irá obrigar o médio ofensivo, Carlos Eduardo a um trabalho extra. Resumindo, o miolo portista terá Defour e Herrera a equilibrar as saídas da defesa para o ataque, com Carlos Eduardo a apoiar os alas e o ponta-de-lança.

Para o ataque e para desespero dos adeptos dos dragões, o artista Quaresma estará na bancada e no seu lugar poderá estar merecidamente, o argelino Ghilas, que foi um dos heróis de Nápoles ao apontar um golo decisivo. Sendo dois jogadores com características diferentes, a interrogação de Luís Castro estará entre o argelino e Josué. De um lado, o africano que terá tendência para se colar ao ponta-de-lança, Jackson Martinez e, por outro, o português que tem capacidades mais idênticas a Quaresma e poderá desempenhar a ala com maior critério. No entanto, deverá pesar na decisão do estratega, o nível exibicional que um e outro têm demonstrado, devendo ser Ghilas a escolha mais provável. Sem surpresa, Varela e Jackson deverão compor as restantes posições de ataque e o colombiano ainda procura o 1º golo frente ao Belenenses.

Estreia de Lito Vidigal galvaniza azuis de Belém

Numa época em que o Belenenses já conheceu 2 treinadores, depois de Mitchell van der Gaag e Marco Paulo, chega agora a vez do experiente técnico Lito Vidigal que entra numa fase em que os do Restelo ocupam o 15º posto com 17 pontos, os mesmos do último classificado, Olhanense. Neste embate com o Porto, o Belenenses procura, no mínimo, 1 ponto e, como tal, o técnico não terá problemas em apresentar um conjunto defensivo, onde os defesas, Filipe Ferreira e Gonçalo Brandão, serão preponderantes para essa mesma estratégia, a jogar com um bloco médio-baixo, espreitando o contra-golpe, por forma a surpreender o frágil sector defensivo dos dragões. Sem grandes alterações na convocatória, destaque apenas para as ausências de Kaká, Jonsson, Deyverson e Sturgeon e para o regresso de João Meira, após cumprir castigo. Atendendo à adaptação de Ricardo na lateral-direita da defesa do Porto, apostar no contra-ataque torna-se mais evidente, por parte da equipa de Belém, uma vez que jogadores como Fredy, Tiago Silva e Miguel Rosa poderão aproveitar as descompensações defensivas de Ricardo, para alvejar com maior facilidade a baliza de Fabiano, podendo residir aí a pouca margem de favoritismo que os azuis do Restelo têm para esta partida.

O confiante Luís Castro - o estreante Lito Vidigal

A ocupar, neste momento, a 3ª posição do campeonato, com 46 pontos, para o Porto não existe margem de erro nesta partida frente ao Belenenses e, como diz o técnico Luís Castro: «Quando há uma mudança de treinador há claramente uma mudança de ideias de jogo. Será um Belenenses diferente, mas a nós compete-nos assumir o jogo. Somos a equipa que tem de procurar a vitória, contudo, ninguém pense que o Belenenses não vai procurar a vitória também (…) Claro que gostaria de ter todo o plantel ao dispor para escolher de forma mais confortável, mas eu olho sempre para os jogadores disponíveis e de certeza que eles vão procurar dar uma resposta forte.»

O novo técnico Lito Vidigal, galvanizado pela estreia afirma: «Desenganem-se se acham que não foi ainda possível trabalhar aspectos táticos em tão pouco tempo. Claro que não foi o ideal, mas o sucesso passa pelo querer e a ambição. Quero um Belenenses com caráter. (…) O mais importante, neste momento, é fazer os jogadores acreditarem que ainda temos possibilidade de fazer algo positivo. Vamos ter um Belenenses com vontade de ganhar. Essa é a minha forma de trabalhar, acredito sempre que, com muito trabalho, é possível vencer, independentemente do adversário».

Foto 1: JN
Foto 2: Jornal a cores
Foto 3: Maisfutebol

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