Depois de Luca di Montezemolo, Presidente da Ferrari, se ter queixado de que os novos regulamentos da F1 para 2014 convertem os pilotos em «taxistas», preocupados em poupar combustível, juntando-se às iniciais críticas do homem-forte da modalidade, Bernie Ecclestone, é agora Paddy Lowe, Director Técnico Executivo da Mercedes, quem vem decidiu vir a público, mas para defender as actuais regras.

Críticas absurdas

Para Paddy Lowe, que nas primeiras três provas da temporada viu os seus homens rodar sempre nos lugares cimeiros de qualificações e corridas, as críticas são «absurdas», e algumas das soluções discutidas «completamente irrealistas». Foi nestes termos que o britânico se referiu a sugestões como a do aumento do combustível por corrida para 110kg, 10kg a mais do que a actual centena permitida, questionando: «Já alguém percebeu que não é possível colocar 110kgs de combustível nestes carros?»

Paddy Lowe no pitwall (Foto: SkySports)

Para Paddy Lowe, igualmente absurda é a sugestão de tornar as corridas mais curtas para criar um excedente de combustível, já que de momento não é possível colocar nos actuais monolugares depósitos com maior volume. Para o técnico da Mercedes isso seria impossível de vender junto do público, e equivaleria a admitir que «actualmente os atletas já não estão em condições de fazer a maratona, por isso correrão só 25 milhas em vez de 26». Lowe afirmou ainda que o Bahrain foi boa prova de que os limites impostos pelas regras estão correctos, uma vez que houve ataques do início ao fim da corrida sem que ninguém se queixasse de problemas com o combustível disponível.

A favor de maiores restrições

Mais do que concordar com as actuais imposições, Paddy Lowe afirmou ainda ser a favor de restrições mais severas. Para Lowe, a Fórmula 1 trata-se manifestamente de investigação e desenvolvimento tecnológico, e «de esticar os limites. Talvez no próximo ano o limite devesse ser de apenas 95kg por corrida. A natureza da F1 é puxar a tecnologia ao limite e além disso. A ideia de recuar perante isto no próximo ano é, para mim, absurda.»