O Benfica continua imparável em todas as frentes. Esta noite os encarnados bateram o Futebol Clube do Porto nas grandes penalidades e estão agora na final da Taça da Liga juntamente com o Rio Ave de Nuno Espírito Santo. Num jogo que pendeu claramente para o lado azul e branvo, a equipa comandada por Jorge Jesus teve de saber sofrer para garantir a passagem. 

Um jogo irreconhecível por parte dos actuais Campeões Nacionais fazia prever que seria a equipa da casa a ir até Leiria no próximo dia 7, valendo Oblak por diversas vezes a salvar o resultado até ao minuto 90. Exibição apática tiveram também Ricardo Quaresma, Óscar Cardozo e Steven Vitória, que acabou expulso à meia hora do primeiro tempo. A bola ao poste de Fernando acabou com a época portista e com a certeza de que seria com a Taça da Liga que a má prestação em todas as frentes acabaria esquecida. 

Muitas mudanças para um jogo apagado 

Jorge Jesus deixou Luisão e Artur em Lisboa e já se sabia que não podia contar com Fejsa, Salvio e Gaitan. Perante este cenário o técnico encarnado só teve uma solução: a revolução no onze inicial. Na baliza nada de novo, mas foi na defesa que as mudanças começaram André Almeida, Jardel e Steven Vitória fizeram companhia a Siqueira e a meio-campo o regresso de Rúben Amorim e de Ivan Cavaleiro (jogo competente e esforçado do extremo luso). Na frente foi a vez de Rodrigo ver o jogo da bancada e ter o merecido descansado até ao jogo com a Juventus,e qual sobra no ataque que a dupla acabou com Lima e Cardozo. Já Luís Castro tinha Varela em dúvida, mas acabou mesmo por colocar o internacional português no onze inicial. Quanto ao onze nada de novo, com Kelvin a ser o renegado do técnico azul e branco e a acabar a ver o jogo da bancada. 

O Benfica entrou melhor, mas só se viu Campeão até ao minuto 5. Os encarnados entraram confiantes e aos dois minutos de jogo já se estudava a jogada para o contra-ataque, ao minuto 4 foi a vez de Lima rematar forte, com a bola a sair ao lado da baliza de Fabiano. A partir daí não mais se viu Benfica até ao intervalo. O FC Porto foi furando, furando e acabou mesmo por chegar à baliza de Oblak. Foram tantas as oportunidades desperdiçadas por Jackson, após outras tantas assistências de Herrera, que se chegou a perguntar nas bancadas do Dragão onde estava o melhor marcador da Liga Zon Sagres. 

Ainda antes da meia-hora de jogo, a expulsão. Steven Vitória estava a deixar muito a desejar ao ocupar o lugar de Luisão e foram muitas as vezes em que deixou que a redondinha sobrasse para o ataque portista e em jeito de redenção, ao minuto 32' tentou tirar a bola a Jackson Martinez, esqueceu-se foi de tirar as pernas do caminho e acabou mesmo por fazer falta. Marco Ferreira não perdoou e tirou o primeiro cartão do bolso. O defesa central viu o Cartão Vermelho directo e foi mandado mais cedo para o balneário, fazendo recordar o jogo de há 11 dias atrás. O lance foi polémico, contudo a decisão estava feita e Marco Ferreira fez valer o castigo máximo para o jogador do Benfica.

Jorge Jesus viu-se obrigado a fazer Garay saltar do banco e deu descanso a Lima para o jogo com a Juventus da segunda-mão das meias-finais da Liga Europa. Até ao intervalo, mais do mesmo, o FC Porto foi ganhando espaço e tempo para fazer o que queria, ainda assim continuava a faltar a finalização. Na segunda parte Jackson precisava de acordar, tal como o Benfica de Jorge Jesus. A fraca exibição precisava de outro alento e se, efectivamente, se queria chegar à final da Taça da Liga era preciso agarrar o jogo de frente e não deixar o ex-campeão nacional brincar com a defesa encarnada.

Devagar, devagarinho 

No segundo-tempo, o FC Porto voltou a entrar forte e o Benfica voltou a ver jogar até à entrada de Lazar Markovic. Ao minuto 63' Jorge Jesus acreditou que o jogo precisava de consistência e fez Cardozo regressar ao banco, mas também Luís Castro acreditou que ainda poderia fazer a diferença e mandou Quaresma para o banco para fazer entrar Ghilas. Uma saída algo caricata e que acabou por deixar o português bastante chateado e sair com alguma demora. 

A partir da entrada de Markovic, o Benfica voltou a criar o perigo. Apesar de estar a jogar à defesa, os encarnados voltaram a acreditar que poderiam chegar ao golo. Contudo a finalização continuou sem aparecer. O tempo ia passando e os golos continuam sem aparecer. A resolução através das grandes pebnalidades era cada vez mais uma certeza e por isso meso, Jesus voltou a pensar mais à frente, fazendo entrar Enzo Pérez e dando o merecio descanso a Rúben Amorim, que ao longo de todo o jogo carregou a braçadeira de capitão de equipa. 

O momento chegou e nas bancadas do Dragão gritava-se por heróis. Siqueira foi o primeiro a bater Fabiano e logo a seguir foi a vez de Quintero bater Oblak. Chamado a marcar, Gaay atirou à barra e as esperanças estavam agora postas em Jackson Martinez.... rematou forte sim, mas para o meio do nada. A equipa encarnada respirou de alívio e estava agora na hora de voltar a marcar. Jardel rematou com tanta força que fez a bola bater na barra e entrar directa, logo a seguir foi a vez de Ghilas bater Oblak e manter a eliminatória igual para a equipa da casa. Chegava a vez de André Gomes e Fabiano parou a bola a tempo, já Maicon ganhou pouco balanço para aquele que era necessario e acabou por deixar Oblak defender. Enzo voltou a marcar e Varela copiou o argentino. Chegava agora a altura da morte súbita e Ivan Cavaleiro não podia falhar!.... e não falhou! Já para a Fernando, a sorte foi outra. No momento decisivo o médio portista até conseguiu fazer com que Oblak não chegasse ao esférico, mas esqueceu-se do poste direito! A bola acabou mesmo por ir contra o poste e a época estava perdida.

Quem desdenha....

A Taça da Liga sempre foi menosprezada pelo FC Porto. Contudo era nessa mesma Taça que a equipa da cidade Invicta tinha as esperanças de salvar a época. Depois do campeonato entregue ao Benfica, depois da eliminação na Liga dos Campeões, do K.O. na Liga Europa, da meia-final da Taça de Portugal perdida com o Benfica, era na Taça da Liga que estava a salvação da época. Época essa que acabou sem único troféu de compensção, sem uma única vitória crucial e sem um único sinal de melhorias. Estará a era de Jorge Nuno Pinto da Costa perto do fim?