Karl Heinz-Rummenigge, tinha dito que o Munique seria um "inferno" para o Real Madrid. Pois bem o feitiço virou-se contra o feiticeiro e foi a equipa espanhola a deixar em "cinzas" os mais de 70 mil espectadores, que encheram o estádio. Os merengues aplicaram a mesma receita de à uma semana, deixando o Bayern assumir as despesas do jogo, até porque eram os bávaros quem precisava de marcar. Só que na primeira vez que foi à baliza de Manuel Neuer, os blancos fizeram golo. Canto de Di Maria e Sérgio Ramos a saltar mais alto e sozinho de cabeça atirou para o fundo das redes, estavam decorridos 16' minutos.

O Bayern não aprendeu a lição e quatro minutos volvidos nova bola parada, desta feita um livre lateral, com o esférico a cair de novo na cabeça de Sérgio Ramos a não dar novamente hipóteses a Neuer, colocando um "par de bandarilhas" e desfazendo quaisquer dúvidas que pudessem existir quanto ao vencedor da eliminatória.

Cristiano para a história

O Bayern acusou e de que maneira os dois golos de rajada e perdeu o controlo do encontro e o próprio controlo emocional. Rybery envolveu-se em picardias com Pepe e depois uma série de entradas duras dos germânicos, com destaque para Dante que entrou autenticamente ao tornozelo de Cristiano Ronaldo. O árbitro Pedro Proença, não querendo estragar o jogo poupou o central brasileiro à expulsão admoestando-o apenas com o cartão amarelo. Soube o Real Madrid tirar mais uma vez proveito da situação e num contra-ataque mortífero, Bale arrancou em direcção da área alemã e depois serviu CR7, que se limitou a rematar para dentro da baliza. Era o 15º golo do avançado português na Liga dos Campeões, entrando para a história com o maior número de golos marcados numa só edição da prova.

Pouco depois o aspecto negativo deste desafio na perspectiva merengue, com o amarelo mostrado a Xabi Alonso, que deixa o médio fora da final. Ao intervalo Pep Guardiola abdicou do ponta-de-lança Mandzukic e reforçou o meio-campo com a entrada de Javi Martinez. Só que a etapa complementar não mais foi do que deixar o tempo correr. Robben foi um dos mais inconformados e foi dele o primeiro remate de maior perigo, perto da hora de jogo fazendo a bola passar perto do poste de Casillas. Na resposta foi Fábio Coentrão que aproveitando a displicência da defensiva germânica, quase marcou.

Outra vez Ronaldo

Á medida que os minutos passavam o ritmo de jogo ia caíndo cada vez mais e aproveitou Carlo Ancelotti para tirar Sérgio Ramos, que estava em risco de também falhar a partida decisiva e colocar em campo Varane. Gareth Bale dava asos a uma ou outra arrancada graças aos passes milimétricos de Modric. O público ia abandonando o recinto e foram muitos os que já não viram o 0-4 final. Livre directo à entrada da área bávara e quando todos esperavam um pontapé colocado e forte de Cristiano Ronaldo, o camisola 7 aproveitou o salto da barreira para atirar rasteiro deixando Neuer pregado ao relvado.

Foi uma vitória do Real Madrid em toda a linha, que soube ao longo de 180 minutos tirar proveito das "setas" Bale e Di Maria para lançar contra-ataques que se revelaram mortíferos para um Bayern que não conseguiu criar uma verdadeira ocasião de perigo em dois jogos frente aos merengues, que vão agora para Lisboa em busca da tão ambicionada décima Liga dos Campeões.

Fotos: Real Madrid