Completamente arredado de todas as competições resta aos dragões lutar pelo prestígio e deslocarem-se até ao sul de Portugal para ajudar a decidir o futuro do Olhanense, no principal escalão do futebol português. Sem Mangala, Alex Sandro e Josué, os azuis e brancos procuram mais 3 pontos na Liga, por forma a devolver alguma tranquilidade a uma época tão turbulenta para os lados da Invicta. Do lado do Olhanense, o técnico italiano tem baixas de vulto como Diakhité e Dionisi, que tornam a missão dos algarvios praticamente impossível, frente aos dragões.

O FC Porto tem a classificação assegurada, fechando o pódio, com um desprestigiante 3º lugar. O Olhanense ainda tem tudo por resolver, no que há permanência diz respeito. Os algarvios terão mesmo a difícil tarefa de vencer os azuis e brancos, se ainda quiserem aspirar à permanência na 1ª Liga, uma vez que ocupam neste momento, o 16º e último lugar da classificação.

Para o Olhanense é simples: é ganhar ou ganhar…

A contar para a 29ª jornada, o Olhanense chega à penúltima ronda no último lugar da Liga Zon Sagres, com 21 pontos e vencer o FC Porto é quase obrigatório.

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A classificação dita, neste momento, que três equipas lutem directamente para não ocupar a vaga que fará com que um destes três emblemas seja despromovido à 2ª Liga. A tabela classificativa atribui ao Belenenses 24 pontos na 14ª posição e dita que o Paços ocupe o 15º posto, com 23 pontos, o que faz com que estas duas instituições dependam somente de si próprias para garantirem a permanência. Este Domingo é amplamente decisivo nesta luta a três, com os jogos a iniciarem-se todos às 18 horas. O Paços desloca-se até ao estádio dos Arcos para defrontar o Rio Ave e o Belenenses vai até à Amoreira para confrontar o europeu Estoril. Caso o Olhanense queira alimentar o sonho de não descer terá, no mínimo, de pontuar frente ao Porto mas mesmo com um empate complica em muito a sua situação, na medida em que não depende de si para cumprir esse objectivo. Se o Olhanense não vencer e se o Paços e o Belenenses triunfarem nas suas partidas, os algarvios são automaticamente a equipa despromovida, o que acentua o grau de importância que é atribuído a este jogo frente aos portistas.

Goleada portista na 1ª volta

Na 14ª jornada da Liga Zon Sagres, o Porto recebeu, em pleno estádio do Dragão, o Olhanense e, num jogo tranquilo para os então campeões nacionais, o resultado ditou uma goleada dos azuis e brancos, por expressivos 4-0. Neste jogo, o Olhanense demonstrou o porquê de ser uma das equipas mais frágeis do futebol nacional e, mesmo o Porto que esteve longe da consistência doutros tempos, conseguiu imprimir um futebol organizado e derrotar os algarvios, com tentos de Mangala, Jackson, Carlos Eduardo e Herrera.

Sem Mangala, Josué e Alex Sandro

O 3º classificado do campeonato, FC Porto, irá disputar a penúltima jornada do campeonato no Algarve e é com o futuro incerto que Luís Castro orientou a equipa, sem poder contar com o trio Mangala, Alex Sandro e Josué, que estão castigados devido à acumulação de amarelos.

O brasileiro Fabiano, que tem vindo a substituir o lesionado Helton, tem sido uma das excepções no conjunto azul e branco, uma vez que tem apresentado consistência e regularidade entre os postes, características essas que têm faltado aos restantes sectores do futebol dos invictos. A defender as redes, Fabiano tem demonstrado elasticidade e segurança nas abordagens aos lances e, para este jogo, deverá ter à sua frente, no último reduto portista, Danilo, Reyes (deverá render o castigado Mangala e tem assim mais uma oportunidade para justificar os 9 milhões investidos no seu passe) e Maicon. Para o lugar de lateral esquerdo, Luís Castro tem um dilema, com a dúvida a recair sobre a utilização de Vítor ou Ricardo, que deverão disputar o lugar.

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No meio campo, o técnico deverá voltar a apostar em Fernando para médio defensivo e em Defour a número 8, uma vez que tem sido nestas duas posições que o treinador mais se tem equivocado. As características de Defour não lhe permitem substituir Fernando a número 6, uma vez que o belga tem tendência para sair demasiado da posição e balancear-se para o ataque, distribuindo jogo, no apoio ao número 10 e aos alas. Com Fernando a ocupar o lugar mais recuado do miolo e Defour, enquanto pivot a distribuir e a organizar as propensões ofensivas, o Porto ganha aquela dinâmica que lhe foi reconhecida nos jogos, por exemplo, frente ao Nápoles e na 1ª mão da Taça de Portugal frente ao Benfica. Como tal, o treinador deverá voltar a apostar nesse sistema, persistindo a dúvida no médio ofensivo, com Herrera e Carlos Eduardo a serem a incógnita até à hora do jogo.

Se, em termos colectivos, o Porto nada poderá ganhar, a nível individual, o conjunto dos dragões tudo fará para ajudar Jackson Martínez a ganhar o título de melhor artilheiro do campeonato. O colombiano soma até esta jornada 19 tiros certeiros e espera repetir a proeza da 1ª volta frente ao Olhanense. Para apoiar o mortífero ponta-de-lança, o Porto conta com a genialidade do Harry Potter e com a velocidade de Varela para assistirem criteriosamente o colombiano.

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Para o Porto juntar mais 3 pontos aos 58 já somados terá de bater o frágil Olhanense e dar alguma alegria aos adeptos que, esta época, já viram o seu clube perder por 6 vezes neste campeonato, empatar por 4 e, para um candidato ao título, apenas 18 triunfos, em 28 jornadas.

Algarvios com “Olhão” na vitória

Olhanense entra para esta jornada com o pensamento na permanência e, apesar do técnico italiano ter conhecimento da grandeza e da dificuldade que será defrontar o Porto, terá, obrigatoriamente, de apresentar uma estratégia ofensiva, para surpreender os comandados de Luís Castro.

Na maioria dos casos em que equipas deste calibre defrontam os grandes do futebol português, é regra que apresentem um bloco baixo, por forma a apanhar o adversário descompensado e partir para contra ataques perigosos. Neste caso, os algarvios terão que elaborar um futebol continuado e apoiado, o que fará antever dificuldades redobradas para uma equipa que necessita drasticamente de pontos e que tem a infelicidade de defrontar um candidato ao título, na penúltima ronda do campeonato.

Para esta batalha decisiva, os homens da casa não poderão contar com os indiscutíveis Diakhité e Dionisi mas, ainda assim, mantêm viva a esperança de ultrapassarem o Paços de Ferreira ou o Belenenses, por forma a permanecer no principal escalão do futebol português.