3 pontos em disputa dividos a meio no Estádio da Madeira. O Nacional de Manuel Machado recebeu o Sporting num terreno onde os leões tiveram algumas dificuldades em aguentar o controlo do jogo. Djaniny foi furando e teve até algumas oportunidades, valendo o guardião Rui Patrício a salvar as desatenções da defesa. Sem Adrien e sem Marcos Rojo por castigo, Leonardo Jardim teve de fazer mudanças no onze, mudanças essas que se fizeram sentir na prestação dos leões.

Um auto-golo de Campos ainda no primeiro tempo e um erro de Patrício depois de um pontapé de Diego Barcellos ditaram o resultado final e a divisão os três pontos, no jogo que foi a despedida do campenato para a equipa a jogar em casa.

A sorte esteve tão perto!

Equilibrio, agressividade e dinamismo. Estas são as palavras que podem definir os primeiros quarenta e cinco minutos do jogo. O Sporting entrou concentrado criando desde o inicio algumas situações de perigo, contudo o Nacional foi ganhando espaço e conseguiu ir passando pelo meio-campo ocupado por Gerson Magrão. André Martins também contou com uma oportunidade flagrante de golo à passagem dos 15' minutos, mas faltou calma para que o golo pudesse ter acabado no fundo das redes de Gottardi. Numa jogada de contra-ataque estudada o Sporting fez o que lhe competia, ultrapassou a defesa e no remate final a força foi tanta que a bola acabou mesmo por sair por cima da baliza.

Mas se pensa que foi só André Martins que falhou a oportunidade, engane-se. Também o argelino Slimani teve o golo nos pés por diversas vezes e não conseguiu concretizar. Há mais de cinco jogos que o avançado adorado de Alvalade não faz o gosto ao pé e já se pergunta se se terá rendido à mesma seca de Fredy Montero. Ainda assim oportunidades não faltaram. De um lado e do outro. Na conferência de imprensa antes do jogo, Leonardo Jardim e Manuel Machado estiveram de acordo quando disseram que no jogo, o bom futebol era esperado, e foi o que se viu.

Por outro lado, o Nacional só não marcou, porque como dissemos, Patrício não deixou. Apesar de Dier estar a fazer o papel de Marcos Rojo, a verdade é que os extremos alvi-negros iam passando e brincando com a defesa. Ora era Patrício a negar o golo, ora era Djaniny a falhar o alvo no último segundo, e numa altura em que já pensava que o resultado ia ser nulo ao intervalo, o golo do Sporting apareceu.

Numa jogada construída nos flancos, Cédric correu o suficiente para chegar ao lado direito da área do Nacional e cruzou. Era para Slimani, mas quem chegou foi Campos. Numa fracção de segundo, o corte para fora acabou por sair ao lado e enganar Gottardi. Estava feito o primeiro da partida numa altura do jogo onde o Nacional tinha crescido o suficiente para merecer estar na frente do marcador.

(Foto: MaisFutebol)

Depois do golo, o Sporting cresceu, mas com o relógio a bater nos 45' foi Eric Dier a negar o golo à equipa da casa. Um corte «in extremis» do defesa inglês evitou males maiores e deixou Patrício respirar para os quinze minutos de pausa que aí vinham. À saída para o intervalo, nas caras dos jogadores era visível o cansaço e a fadiga. Se o Sporting precisava de outra atitude ao longo do segundo tempo, o Nacional precisava apenas de continuar a jogar da mesma forma, fechando as portas da defesa e construindo todas as situações necessárias para o golo.

Tantas vezes a bilha vai à fonte.....

Na segunda parte a atitude leonina foi outra. O Sporting entrou melhor e conseguiu agarrar o jogo desde o primeiro segundo. Já Manuel Machado fez entrar Reginaldo e mandou para o banco Campos, o autor do golo do Sporting, a verdade é que a alteração desde cedo surtiu o efeito pretendido. Com o Sporting a criar o perigo nas saídas de Carrillo, valeu o jogador do Nacional a negar a passagem da bola.

Também Leonardo Jardim foi fazendo algumas substituições, contudo as mesmas não surtiram o efeito que se pretendia. Por mais trocas que se fizesse, o Sporting continuava a precisar de alguém que nem estava no banco estava: Adrien Silva. Apesar de estar na frente do marcador, os leões acusaram a falta do comandante a meio-campo. Ainda assim William e André Martins foram fazendo o trabalho pretendido e foram dando também uma perninha na defesa, auxiliando Dier que pouco ou nada jogou ao serviço da equipa ao longo de toda a época.

Slimani, tal como no primeiro tempo, foi falhando. A mais evidente chegou aos 57'. Capel correu tanto que quando cruzou se não desse golo, era porque o marcador não se ia alterar até ao fim. O cruzamento foi perfeito e o argelino ainda cabeceou, mas a bola acabou por sair ao lado. Não era a tarde de Slimani e o técnico verde e branco apercebeu-se disso mesmo, fazendo entrar Fredy Montero. Contas feitas: vão seis jogos sem festejar um golo.

Jefferson ainda tentou, mas Gottardi estava atento o suficiente para evitar a passagem da redondinha, pouco depois chegou o empate. Numa jogada de contra-ataque o Nacional chegou à grande área de Patrício. Reginaldo rematou forte, mas a bola foi de encontro ao poste esquerdo, na recarga, Diego Barcellos aproveitou a sobra e só teve de encostar.

(Foto: MaisFutebol)


Estava feito o empate que até ao final da partida não iria ser alterado, ainda assim quer Candeias, quer Rondon ainda foram criando a oportunidade de voltar a festejar o golo, valendo mais uma vez a atenção de Patrício. Ao fechar os 90 minutos, ainda houve tempo para uma cabeçada de Dier acabaria nas mãos de Gottardi. Um resultado justo, mostrando a qualidade das equipas em campo e a falta de concretizaçõ de ambos os avançados.

Tudo disponível para o Estoril

Para a recepção ao Estoril na última jornada, Leonardo Jardim tem o pantel todo disponível. Adrien e Rojo regressam de castigo e poderá ser desta que Shikabala poderá estrear-se com a camisola verde e branca num jogo da equipa principal. Para fechar a época os leões vão apenas jogar para «cumprir calendário» dado que os lugares cimeiros já estão todos decididos.

No que toca a saídas e a novas entradas, Leonardo Jardim disse apenas que o Sporting está «pronto para ir ao mercado». Já na saída evidente de Candeias para o Benfica, Manuel Machado reconheceu a qualidade técnica do avançado dizendo ainda que sabe que o jogador «tem a qualidade necessária para chegar muito longe no futebol português». Na última jornada, o Nacional vai até Barcelos para jogar com a equipa de Cesár Peixoto e também Manuel Machado poderá levar todo o plantel se assim o desejar.