O 2º classificado da Liga Zon-Sagres, o Sporting Clube de Portugal, defronta hoje em Alvalade o Estoril-Praia, 4º classificado e que mais uma vez, sob os comandos de Marco Silva, provou ter muito para dar ao nosso campeonato. Na lista de convocados do clube de Alvalade, o destaque vai para os regressos de Rojo e Adrien e para o facto de Shikabala ter sido de novo chamado pelo técnico madeirense. Existe alguma expectativa criada em volta do internacional egípcio, e mesmo sendo o último jogo do campeonato, pode ser o dia em que Leonardo Jardim finalmente estreia o jogador na plateia do reino do Leão.

Do lado do Estoril, o destaque vai para o regresso de Vagner após lesão, ao comando das redes canarinhas, enquanto que Bruno Miguel, Sebá e João Pedro continuam de fora devido a lesão. Num campeonato de contas já acertadas, este embate nada muda nas contas de ambas as equipas, mas será certamente um jogo que o Sporting quer ganhar, para finalmente se libertar do fantasma e das dificuldades que tem sempre que defronta a equipa de Marco Silva, enquanto que o Estoril quer de novo fazer eco em Portugal, vencendo mais uma vez um dos gigantes portugueses.

Inverter o fado ditado pela primeira volta

Na última jornada da primeira volta do campeonato, o Sporting deslocou-se à Amoreira para defrontar o Estoril. Nos horizontes da equipa de Leonardo Jardim, estavam patentes a possibilidade e o desejo de vencer e aproveitar para o Sporting se isolar na liderança do campeonato, colocando assim pressão sobre Benfica e Porto, que um dia mais tarde se defrontariam na Luz. Contudo, o rumo dos acontecimentos não ditou mais do que um nulo entre a duas equipas. O jogo foi equilibrado, mas a equipa leonina demonstrou-se algo apática e desprovida de criatividade, enquanto que o Estoril, a jogar em casa, foi uma equipa igual a si mesma: ocupou bem o espaço, disputando cada bola e tentando não deixar o Sporting assumir o domínio do jogo. Na retina ficou uma exibição quase perfeita do meio-campo canarinho que sufocou durante 90’ minutos a equipa visitante, numa “teia” muito bem lançada por Marco Silva que ainda não perdeu com o Sporting desde que o Estoril subiu ao primeiro escalão português.

Rojo e Adrien de regresso para atacar o Estoril

Durante esta época, foi notória a evolução de Marcos Rojo. Contratado na época passada ainda pela direção de Godinho Lopes, após uma quente novela de verão na qual rejeitou o Benfica, o internacional argentino começou como titular, mas a instabilidade que a equipa vivia não beneficiou em muito a sua adaptação. A qualidade era conhecida, mas o jovem jogador parecia, muitas das vezes, desprovido de prudência nas suas abordagens aos lances, fosse devido a entrada mais duras e desnecessárias, ou devido a acções que comprometiam o resto da linha defensiva dos leões.

Durante esta época, muito mudou. Com Leonardo Jardim, Marcos Rojo encontrou estabilidade e acima de tudo regularidade, criando uma dupla muito rotinada com Maurício. Ganhou maturidade, moderou as abordagens menos próprias aos lances e tornou-se para além de uma muralha quase intransponível na defesa, um defesa goleador, que conseguiu até, marcar em dois jogos consecutivos. Com rótulo de estrela no Sporting, surge agora associado a alguns colossos europeus, como por exemplo o Inter. Esta tarde, o patrão da defesa leonina volta para assumir as despesas de um jogo que, quem sabe, poderá ser o último do argentino com o manto verde e branco.

Adrien Silva é também um caso semelhante ao de Rojo. Jogador da formação, lançado na “era Paulo Bento”, o jogador português regressou do empréstimo à Académica na época passada, atravessando um polémico processo de renovação, no qual ficou estiupulado um salário anual a rondar o milhão. A época caótica que os leões tiveram em 2012/2013 também não permitiu que o jogador mostrasse todo o seu potencial, sendo até relegado para o banco durante grande parte da época, tornando-se no alvo de muitas críticas dos adeptos leoninos.

No entanto e à semelhança de Rojo, tudo foi diferente esta época. Adrien teve a sua primeira época de ouro no clube que o viu crescer. Leonardo Jardim “espremeu” ao máximo o potêncial do jogador português, que se tornou em peça fulcral do meio-campo leonino. Tal facto ficou por demais evidente em cada jogo que Adrien falhou esta época, fosse por castigo ou qualquer tipo de mazela física. A equipa ressente-se em muito da falta do jogador no meio-campo, perdendo um dos motores daquela zona do terreno. Adrien é um dos jogadores que mais dinamiza e trabalha para a equipa em constantes intromissões no ataque e em missões defensivas. Dotado de uma boa visão de jogo e capacidade de finalização, o jovem que faz a posição “oito” no meio-campo do Sporting, contribuiu ainda com alguns golos e assistências, numa época em que a consistência e a exibição diante do FC Porto em Alvalade para a liga, foram a prova de que o médio formado em Alcochete é uma mais-valia para o seu clube.

Estoril que não é surpresa para um Leão que se quer vencedor

Na antevisão do jogo, Leonardo Jardim não se mostrou surpreendido pela grande época realizada pelos canarinhos, destacando o excelente campeonato que já havia sido realizado na época transata. « É uma das boas equipas da Liga, bem orientada e com bons jogadores», manifestou o técnico em relação à qualidade dos jogadores e também do seu colega de profissão, Marco Silva.

Mesmo sendo um jogo que já não altera em nada as aspirações de ambos os clubes, Leonardo Jardim alerta, tal como havia feito na jornada anterior na antevisão ao Nacional, para a responsabilidade que é envergar a camisola do Sporting: «A nossa maior motivação é de representar o Sporting e isso tem de ser um factor de motivação seja qual for o adversário. O plantel está consciente disso». A mensagem é portanto clara para dentro do seu balneário. Objetivo sempre de olhos postos na vitória, fazendo sempre jûs ao símbolo que todos os fins-de-semana os jogadores envergam ao peito.

«Superação» é o mote na Amoreira

Para Marco Silva, técnico cuja especulação sobre a saída para um grande é agora intensa, não há também outro objetivo senão partir em busca da vitória. O quarto lugar e a Liga Europa já são uma garantia, independentemente do resultado, portanto, sem nada a perder, o técnico do clube da linha de Cascais ressalva a capacidade de superação que os seus jogadores têm nos jogos contra os ditos “grandes”. «O objetivo é fechar a época com a mentalidade que mostrámos ao longo do ano e fazer um bom jogo. Disputar a última jornada já com a Liga Europa assegurada, no Estádio de um grande, é um prémio merecido para os jogadores e é também nestes jogos que nos superamos».

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