A Selecção Espanhola chega ao Brasil com o título de Campeão do Mundo ainda fresquinho. A qualidade mais que evidente do plantel deu-lhe o favoritismo na fase de grupos, onde os pupilos de Vicente del Bosque ultrapassaram as selecções francesas, filandesas, georgiana e bielorussa. A experiência, a credibilidade, o estilo de jogo e a coerência em campo dão à Selecção Espanhola o estatuto necessário para ser uma das favoritas na chegada à Final.

Com Iniesta e Fernando Torres ao comando da equipa, cabe a Diego Costa e David Villa jogarem nos desiquilibrios e provarem ao Mundo o porquê do Título de Campeão do Mundo em 2010. Sem pontos fracos evidentes e com um dos melhores planteis do Mundo do Futebol, a Selecção Espanhola chega ao Brasil com o objectivo de fazer aquilo a que está há muito habituada: vencer.

A tranquilidade do Campeão

Muitos são aqueles que dizem que a Selecção Espanhola perdeu o favoritismo depois de ter ganho tudo o que havia para ganhar. A verdade é que o rendimento da equipa não baixou e a qualidade mantém-se. Com a experiência a tomar conta de todos os sectores do campo, a Selecção orientada por Vicente del Bosque tem tudo o que precisa para chegar onde quer.

Depois da conquista do Campeonato Europeu, o título de Campeão Mundial caiu como uma cereja no topo de bolo. De Cassillas a Diego Costa, passando por David Villa, Fernando Torres, Piqué, Juan Mata e Xabi Alonso, Del Bosque tem muito por onde escolher. A táctica da velha raposa do Futebol vai variando, o 4x3x3, o 4x2x3x1 ou o 4x1x4x1 varia consoante as necessidades da equipa e Del Bosque sabe isso muito bem.

O sector mais forte continua a ser o meio-campo: Xabi Alonso, Iniesta, Iturraspe, Fábregas, Busquets, Juan Mata e Koke. Estas são as estrelas da equipa espanhola. O jogo agressivo, a posse de bola, a técnica e a táctica são os pontos mais fortes e que mais fazem tremer o adversário.

A versatilidade e o estilo de jogo são as qualidades máximas do actual campeão do Mundo. Com soluções em campo e no banco, Vicente Del Bosque consegue fazer as substitições necessárias a qualquer altura do jogo sem perder o rendimento e a qualidade da equipa.

No ataque, Fernando Torres, David Villa, Lllorente e Diego Costa são a ofensiva a temer. Com a conquista do campeonato espanhol, Diego Costa será obviamente o favorito à titularidade. David Villa tem a experiência e a táctica já conhecida de todos nós. Torres, que a bem dizer vai de Besta a Bestial no campeonato inglês, é o menino de ouro da Selecção e Llorente tem nas pernas o investimento merecido para a qualidade que tanto o caracteriza em todos os sectores dentro das quatro linhas.

A defesa compromete e o cansaço começa a pesar

O ponto mais fraco do campeão talvez esteja na defesa. Quando comparados com outros jogadores da equipa, os defesas laterais da selecção espanhola deixam a desejar. As perdas constantes de bola à boca da grande área, as distracções e a falta de iniciativa para ajudar no contra-ataque deixam os adeptos espanhóis descontentes com a equipa.

Mas o problema da selecção de Vicente de Bosque não se fica por aqui. O campeonato espanhol foi reenhido como há muito não se via e o cansaço toma agora conta de todo o plantel espanhol. Com 7 jogadores do Barcelona no plantel principal, o seleccionador espanhol tem mesmo de fazer contas à vida antes de decidir por definitivo os 23 para levar ao Brasil.

Diego Costa não é certo na convocatória, Piqué, Busquets e Xavi deixara a desejar no campeonato e Casillas, habitual capitão da Selecção Espanhola, poderá não ter jogos suficientes para abraçar o Brasil como titular.

Apesar de tudo, recordemos que Del Bosque não é um novato nestas andanças e se há seleccionador que conhece de fio a pavio todos os jogadores da selecção é ele. Depois de ter conquistado a Liga dos Campeões ao serviço do Real Madrid, o experiente técnico espanhol sabe bem o que está a fazer e melhor do que ninguém, será ele que saberá quem merece, ou não merece, a ida a Terras de Vera Cruz.

A equipa

O Líder: Xavi, dono e senhor da experiência

34 anos de vida, 550 jogos ao serviço da Selecção e uma qualidade sem precedentes. Xavi é dono e senhor do meio-campo espanhol e apesar de ser titular indiscutível na equipa de Del Bosque, o menino bonito do Barcelona deixa a braçadeira de capitão a cargo de Iker Casillas. A consistência, coerência, nível físico e estilo de jogo de Xavi são inconfundíveis e com ele no centro do meio-campo a bola está mis que segura. O apoio ao ataque e as ajudas à defesa são outras das características de Xavi. A verdade é que sem ele, a Selecção Espanhola parece perder o rumo que tanto a caracteriza no contra-ataque. Golos, dribles, fugas, passes e reviravoltas no jogo são as características essenciais para um jogo perfeito e curioso ou não, Xavi é perito em todas elas.

O às: Velocidade e qualidade: assim falamos de Iniesta

Com uma qualidade em campo de fazer inveja a muitos, Iniesta é, sem sombra de dúvidas, o jogador a temer na Selecção Espanhola. Um jogador com provas dadas e uma com uma qualidade fora do normal, Andrés faz o que quer quando a bola lhe chega aos pés. Ainda a jogada vai a meio, já Iniesta está a ver a oportunidade do golo. O jogo intuitivo, rápido e inteigente do médio centro espanhol fazem dele a estrela da equipa. Iniesta joga com garra, com amor à camisola e foi no golo da final do Mundial de 2010 que o espanhol mostrou que quando joga, dá tudo em campo. Del Bosque sabe que para manter Iniesta a este nível precisa apenas de lhe dar o apoio necessário nos outros sectores do campo para poder jogar como quer. A verdade é que com Iniesta em campo, a única certeza é a de que fome de golos não faltará.

A não perder: Koke, o talentoso

O talento de Koke dentro de campo já não e novidade para ninguém, aos 22 anos o médio do Atlético de Madrid revela ser uma das jovens promessas do futebol mundial. Tendo feito uma das suas melhores épocas desde a chegada à equipa principal do Atlético de Madrid, Koke é uma das figuras a ter em conta ao longo do próximo campeonato do Mundo. Distribuição de jogo, técnica mais que apurada, boa capacidade de passe e um bom remate à meia distância são algumas das qualidades desta pérola espanhola. Chegou até a ser equiparado à qualidade do benfiquista Enzo Perez, mas a verdade é que Koke ainda tem muito para crescer e neste Mundial vai ser o tudo ou nada: ou Koke se revela, ou Koke cai. A aposta está feita, a qualidade mais que provada, agora falta ver jogar.

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Sobre o autor
Mariana Cordeiro Ferreira
Transpiro futebol por todos os poros