A Marussia tem uma história com 3 anos, mas cuja origem remonta a 2010 com a criação da Virgin Racing, que juntou os esforços da Manor Motorsport, da Wirth Research e da Virgin de Richard Branson, como grande patrocinadora. Entretanto a Marussia (fabricante russa de carros desportivos) tornou-se a maior accionista da equipa, levando a alteração do nome para Marussia Virgin Racing, que posteriormente se tornaria apenas Marussia Racing, em 2012.

Marussia de 2012 a 2013

A Marussia tem sido o “parente pobre” da F1, juntamente com a Caterham. Em 2012 ficou em 11º no campeonato de construtores, tendo como melhor resultado um 12º lugar em Singapura por Timo Glock, que foi repetido no Brasil por Charles Pic, que compunham nesse ano o line up da equipa.

Foi também neste ano que a piloto de testes Maria de Villota teve um gravíssimo acidente, no aeroporto de Duxford, onde a equipa ia realizar testes de aerodinâmica em linha recta, provocando-lhe ferimentos profundos. Villota lutou com todas as suas forças, recuperou e tornou-se um exemplo de superação mas, infelizmente, viria a falecer no ano passado, sendo este episódio o mais trágico da curta vida desta equipa.

Em 2013, Timo Glock e Charles Pic saíram da equipa e deram lugar a Max Chilton e Jules Bianchi. O piloto brasileiro Luiz Razia foi anunciado como parceiro de Chilton, mas os patrocinadores falharam os seus compromissos e a equipa foi obrigada a trocar Razia por Bianchi. E foi precisamente graças ao talento de Bianchi que a Marussia conseguiu vencer o confronto com a Caterham. Jules Bianchi, aliás, já tinha sido piloto de testes da Force India (2011) e da Ferrari (2012) , equipa que deposita grandes esperanças no francês e que poderá em breve dar-lhe um lugar na Scuderia. No ano passad,o as suas performances (juntamente com o fraco rendimento dos pilotos e dos carros da Caterham), permitiram-lhe sobressair, ajudando a equipa a conquistar um inesperado 10º lugar final no campeonato de construtores e 19º na tabela dos pilotos.

2014, o ano dos primeiros pontos da equipa

Em 2014, tendo abandonado os motores Cosworth e passando a equipa a munir-se de unidades motrizes da Ferrari, a Marussia manteve um orçamento reduzido mas cujos resultados têm vindo a melhorar, depois de dois abandonos de Bianchi (Austrália e Malásia), que foram compensados com boas prestações de Chilton, ele que este ano tem também mostrado algo mais, sem no entanto deslumbrar.

O exemplo dessa melhoria é o brilhante 9º lugar no Mónaco, que poderia mesmo ser 8º, não fosse a dupla penalização por desrespeito à regra que diz que as equipas não podem cumprir as penalizações quando a corrida se encontra sob Safety Car. Um pormenor que não retira o mérito à equipa e ao piloto pela conquista dos 2 pontos.

A luta com a Caterham continua, mas neste momento a balança pende claramente para a equipa russa, que conseguiu ultrapassar até a Sauber na tabela de construtores e ocupa agora um inédito 9º lugar. A equipa tem introduzido poucas mudanças no carro, mas as que foram implementadas resultaram em cheio. Por exemplo, as melhorias feitas no GP do Mónaco custaram apenas 2000 libras, como revelou Graeme Lowdon, director desportivo da equipa.

Bianchi, que até nem tinha tido um início de ano muito positivo, conseguiu assim os primeiros pontos na F1 e mostrou-se aos patrões das equipas maiores, para onde quererá mudar-se no final deste ano, desde que se prove capaz de manter a sua forma. Tem este ano a forte concorrência de Kobayashi da Caterham, que obrigará o francês a melhorar o seu nível para repetir o sucesso do ano passado. Mas Bianchi tem talento para se impor na F1 e gravar o seu nome na história da modalidade.

Terá sido este o ponto de viragem?

Este poderá ser um ponto de viragem para a equipa, que deverá aproveitar para dar mais um passo e evoluir de forma a tornar-se mais competitiva. O discurso é bastante positivo neste momento e o objectivo passa por ultrapassar definitivamente a Sauber, algo os homens da Marussia acreditam que podem fazer. É verdade que a equipa tem evoluído de forma lenta, mas analisando o percurso desde 2012, é um crescimento sustentado e feito com “trocos”, comparado com o que as outras equipas gastam. Este recente sucesso da, numa altura que a F1 precisa de diminuir os custos de forma a tornar-se novamente sustentável.

Os números da Marussia Racing

  • 3 épocas na F1.
  • 45 GP.
  • 24970 Km feitos em corrida
  • 2 pontos conquistados até agora.
  • Melhor resultado em qualificação: 15º
  • Melhor resultado em corrida: 9º