Sebastian Vettel é neste momento um piloto sob pressão. Os resultados que tem obtido, aliado à falta de fiabilidade do seu monolugar em 2014 e às prestações francamente positivas do seu colega de equipa, Daniel Ricciardo, que tem surpreendido todos, fazem com que esta não seja uma altura propícia a festejos para o tetracampeão do mundo de F1. Mas as 100 corridas pela Red Bull são o mote para uma breve retrospectiva da carreira do piloto na equipa austríaca.

O inico da carreira na BMW Sauber

Vettel desde cedo mostrou que seria um caso sério, e as vitórias nas categorias mais baixas do automobilismo levaram-no inevitavelmente à F1, cuja porta foi aberta pela BMW Sauber, com a ajuda da Red Bull, pertencendo “Seb” à Red Bull Junior Team. Foi em 2006 que o alemão começou a sua caça aos recordes, iniciando a sua carreira na F1 da melhor maneira, fazendo o melhor tempo na sua primeira sessão de treinos pela equipa.

Em 2007 foi confirmado como piloto de testes pela BMW Sauber onde, por força do acidente de Kubica, foi chamado a correr no GP dos Estados Unidos, largando da 7ª posição e acabando em 8º, tornando-se o mais jovem piloto a pontuar na F1, roubando o recorde que era de Jenson Button.

A confirmação do talento na Toro Rosso

De 2007 a 2008 correu pela Toro Rosso, uma vez que foi chamado para substituir Scott Speed. Depois de um inicio algo difícil, Vettel mostrou o seu talento no GP do Japão, onde chegou ao 3º lugar, atrás de Webber. Mas o alemão acabaria por bater contra o australiano que mais tarde seria seu colega, quando o Safety car estava em pista, fruto de uma “matreirice” de Hamilton, que liderava. Para compensar o incidente, no GP da China, subiu do 17º para o 4º lugar, confirmando as suas credenciais como um dos pilotos mais promissores do paddock. Foi na Toro Rosso que fez o seu primeiro pódio e vitória, em Monza, em 2008, tornando-se o piloto mais jovem a vencer um GP, ele que tinha quebrado o recorde do piloto mais jovem a fazer a pole position nesse mesmo fim-de-semana.

A entrada para a Red Bull e o caminho até ao Tetra

Em 2009 mudou-se para a Red Bull, sendo companheiro de equipa de Mark Webber. Na primeira época na nova equipa conseguiu ficar em 2º no final do campeonato, atrás de Button. Em 2010 venceu o seu 1º campeonato do mundo, algo que repetiria 3 vezes consecutivas, tornando-se tetracampeão no ano passado. São no total 100 corridas pela equipa principal do toro vermelho:

38 vitórias;

62 pódios;

44 pole positions;

23 voltas mais rápidas.

Apesar destes números esmagadores, Vettel não é um piloto muito popular. Muitos afirmam que o seu sucesso se deve aos carros brilhantemente desenhados por Newey e que o seu talento não é comparável ao de Hamilton, Raikkonen ou Alonso. Além disso a sua popularidade decresceu consideravelmente depois do incidente «Multi-21» (referência usada pela equipa Red Bull, dizendo que o carro nº2 deveria terminar à frente do nº1) na Malásia, onde desobedeceu às ordens de equipa, ultrapassando Webber e acabando definitivamente com uma relação que teve poucos altos e muitos baixos. Esse incidente levou a que fosse assobiado várias vezes no pódio, o que Vettel viria a considerar injusto. Apesar dos assobios, Vettel conseguiu sempre óptimos desempenhos, não dando hipóteses à concorrência.

Em 2010 conseguiu vencer o campeonato, sem liderar uma vez a tabela dos pilotos durante a época, e conquistando o título com a vitória na última corrida, em Abu Dhabi, num campeonato disputado até ao final, tal como aconteceu em 2012 onde, na última corrida, em Interlagos, depois de um pião na largada que o atirou para as últimas posições, recuperou até ao 6º lugar. Mesmo com o carro danificado, conseguina os pontos suficientes para vencer novamente o campeonato -- pela 3ª vez consecutiva.

Uma carreira recheada de sucessos, em que nem todos foram tão fáceis como se quer fazer parecer. Manter-se durante quatro anos seguidos no topo da categoria rainha do automobilismo exige talento e muito esforço. E foi essa combinação que permitiu a Vettel quebrar quase todos os recordes (tem, de momento, 20 recordes em seu nome). Este ano, contudo, não lhe tem corrido de feição, mas Vettel está na equipa certa para dar a volta a situação e voltar à glória do passado recente. Por enquanto, no momento em que assinou 100 corridas pela Red Bull, fica um impressionante registo, que atesta a sua qualidade e o porquê da história da modalidade já ter imortalizado o seu nome.