O circuito canadiano Gilles Villeneuve é conhecido pelo stress que impõe às unidades motrizes, e poderá ser o teste mais duro que os novos V6 turbo vão encontrar até agora. Para esta corrida, várias equipas têm preparadas melhorias e o optimismo parece mesmo ser a palavra de ordem.

Renault com melhorias para este fim-de-semana

A Renault F1 anunciou que espera diminuir a distância pra a Mercedes. O chefe das operações Remi Taffin afirmou que, pela primeira vez as unidades motrizes da marca francesa irão rodar no regime máximo. Até agora as unidades motrizes tinham rodado num modo de segurança, devido a problemas de fiabilidade. Mas esses problemas parecem estar já ultrapassados e como tal a marca francesa espera dar um passo em frente para desafiar os Mercedes, que têm estado imbatíveis. Com várias partes novas e uma nova afinação, os Red Bull, Toro Rosso e Caterham poderão ter um aumento de performance. De lembrar que no passado GP, o Red Bull de Vettel teve problemas na unidade de recuperação de energia térmica, que obrigou a desistência do alemão, assim como os Toro Rosso tiveram problemas no sistema de escape. Esses problemas foram revistos supostamente resolvidos.

Na Red Bull optimismo moderado e suspeitas de testes ilegais

Já a Red Bull não está tão confiante para este GP. Christian Horner mostra-se optimista em relação às evoluções feitas pela Renault, mas ainda assim não coloca o optimismo tão alto como os franceses. A pista é muito específica, com longas rectas e poucas curvas de média e alta velocidade, o ponto forte do RB10 e uma vez que o monolugar privilegia mais o apoio em curva, os Red Bull são já tradicionalmente mais lentos em recta, o que poderá ser um problema neste circuito. De qualquer forma com as novidades da Renault, o monolugar poderá tornar-se de facto mais competitivo, para alegria de  Vettel, que esta semana disse que achava as criticas em relação ao seu desempenho nas últimas corridas  “desrespeitosas” e que um tetra campeão do mundo não desaprende a conduzir de um dia para o outro. Ainda na Red Bull, foram hoje levantadas suspeitas pelo jornal alemão "Bild", que a equipa terá realizado um teste secreto em Março, na Áustria. Lembrar que esse tipo de testes é proibido pela FIA. O teste terá envolvido a Red Bull e a Toro Rosso, tendo a duração de 6 dias, entre o final dos ensaios de pré-temporada e a primeira corrida em Melbourne, o que explicaria a melhoria surpreendente que o RB10 mostrou na primeira corrida. Uma das provas que está a ser usada é uma mensgaem no twitter de António Félix da Costa que nesses dias colocou que ia para a Áustria.

Ferrari com mais novidades.

Outra equipa que espera melhorias para este fim-de-semana é a Ferrari. A Scuderia tem em vista para esta corrida melhorias ao nível do motor e da aerodinâmica. É sabido que o F14 T é lento (os pilotos já se queixaram várias vezes disso), mas tem-se mostrado fiável o suficiente para que os engenheiros da marca italiana arriscassem uma afinação mais agressiva para este fim-de-semana. Ao nível da aerodinâmica há novidades no fundo do carro, de forma a melhorar a instabilidade em travagem, algo que se tem visto bastante no carro de Kimi, enquanto Alonso tem conseguido disfarçar mais esse problema. É pouco provável que todas as melhorias sejam usadas em corrida, mas nas sessões de treino deverão ser de trabalho árduo para a Scuderia, para testar os novos componentes.  James Allison, o novo director técnico da Ferrari anunciou estas melhorias e referiu também que a Ferrari tem falta de ideias inovadoras e criativas. Segundo o britânico, a Ferrari tem uma forma de trabalhar que impede os engenheiros de ser criativos, pois os prazos e o medo de falhar atrapalham o processo. Parte da estratégia de Allison é permitir que os engenheiros possam inovar sem medo. Por fim dizer que Allison analisou de forma muito fria e prática a diferença de performances entre Alonso e Räikkönen. «Räikkönen tem sido mais lento que Alonso, mas a diferença entre eles está a diminuir», afirmou Allison.

Mclaren espera que o traçado beneficie o MP4/29. Do Japão aumenta a preocupação

Por fim a McLaren mostra-se também optimista para o GP do Canadá. Eric Boulier, o director de equipa, afirmou que esta pista poderá beneficiar os monolugares da McLaren, que têm tido desempenhos bem fracos este ano, devido essencialmente à falta de apoio aerodinâmico. Como esta pista tem poucas curvas em apoio, como já foi dito, o MP4/29 poderá tirar partido disso e tornar-se mais competitivo. A equipa tem levado para cada GP muitas melhorias mas nem todas se mostraram eficazes. Esta semana vieram a público rumores que a Honda está preocupada com o desempenho da McLaren, que possui a melhor unidade motriz mas que ainda assim tem tido prestações fracas. Sendo o segundo ano consecutivo que a equipa de Woking não produz um chassis competitivo, os japonenses mostram alguns sinais de preocupação. Mas foi também veiculado no Japão que a Honda também está a ter muitas dificuldades em desenvolver a sua unidade motriz. Segundos os relatos, a marca nipónica não tem conseguido extrair a mesma performance dos motores Mercedes e a fiabilidade tem sido o calcanhar de Aquiles dos protótipos. Espera-se pois um regresso bem mais complicado que o previsto para a Honda.

São, portanto, muitas as novidades a serem desvendadas no Canadá, e há ainda muitos rumores no paddock que, caso se confirmem, tornarão a prova ainda mais interessante, não esquecendo a batalha Hamilton - Rosberg, que poderá ter no GP do Canadá o seu próximo episódio.