Filiado na dominadora Team Sky desde a sua génese, em 2010, Bradley Wiggins, de 34 anos, atravessa um período negro na carreira: vencedor do Tour de France 2012, o actual campeão olímpico de contra-relógio vai falhar a próxima edição da prova rainha do Grand Tour. A decisão foi tomada pela direcção técnica da equipa (liderada por Dave Brailsford) e o britânico não conseguiu disfarçar a sua desilusão por ter sido relegado para segundo plano: «A equipa está focada em torno do Chris Froome. Estou arrasado. Trabalhei ao extremo para isto ao longo do inverno e até ao verão. Sinto que estou na mesma forma em que estava há dois anos», comentou o antigo chefe-de-fila da Sky.

Depois da gloriosa Volta à França em 2012, o britânico, nascido em Gante, na Bélgica, viu a sua preponderância dentro da formação inglesa decair devido à ascensão categórica do colega de equipa Chris Froome. O queniano, de 29 anos, tornou-se na maior estrela no firmamento da Sky: depois de uma prestação ímpia em na época de 2012 (em auxílio do seu líder Wiggins) e de um 2013 absolutamente brilhante (venceu o Tour de France, o Critérium du Dauphiné, o Tour da Romandia, o Tour de Omã e o Critérium Internacional), Froome ofuscou Wiggins no panorama do ciclismo internacional.

O planeamento da Team Sky não inclui a participação de Bradley Wiggins na prova francesa, escolha que poderá dar o corte decisivo na ligação do campeão olímpico com a formação de Manchester. Wiggins, que detém no seu pecúlio sete medalhas olímpicas (quatro de ouro, uma de prata e duas de bronze), está antes escalado para liderar a equipa na Volta à Suiça, prova que Froome não disputará, por estar presentemente a correr o Critérium du Dauphiné. A frustração de Wiggins poderá, no futuro, significar a separação entre o corredor e a equipa mais forte do circuito internacional, uma vez que até a própria relação entre Wiggins e Froome não se tem pautado pela pacificidade.