Brasil. Anfitrião com lugar cativo na história da competição, parte com natural preferência para o primeiro jogo do Grupo A. Além disso, impõe-se a necessidade da vitória moral em casa, de forma a fazer valer a confiança ao plantel renovado de Scolari, que ainda presta dúvidas pertinentes no seu alinhamento. No particular frente à Sérvia (na passada sexta-feira), a servir de treino para o real confronto com a Croácia, a equipa canarinha ficou aquém das expectativas impostas. Ganhou pela margem de apenas um golo, numa partida morna, com poucos rasgos ofensivos, sem a velocidade e solidez a que as formações brasileiras tradicionalmente nos habituaram.

Croácia. Do outro lado do campo, surge uma formação europeia mais sólida que valorizada. Forte tacticamente, conta com um meio-campo bem construído: Modric, Rajidic e Kovacic. O trio será imprescindível para segurar o avance brasileiro, bem como deverá ser capaz de conseguir boas transições de jogo, já que é no contra-ataque que a baliza de Júlio César terá mais probabilidades de sofrer perigo. Scolari reconhece esta particularidade no adversário, antevendo: «A Croácia tem jogadores mais criativos no meio-campo, que são o Rakitic e o Modric. São jogadores que erram poucos passes. Vamos fazer uma marcação na saída desses dois jogadores principalmente, para dificultar».

No entanto, a selecção orientada por Niko Kovac já tem sofrido dificuldades mesmo antes do inicio da competição, à custa das recentes e consecutivas perdas, por motivo de lesão. Mocinic, Mate Males, Ivan Strinic, Niko Kranjcar e Ivo Ilicevic são baixas confirmadas para o Mundial. Também o avançado Mario Mandzukic não poderá alinhar na equipa croata, uma vez que se encontra suspenso. No lado brasileiro, não se ajustam os remendos, como Kovac tem feito por necessidade, antevendo-se que Scolari faça alinhar a equipa que utilizou no amigável contra a Sérvia.

Brasil joga nos dois lados

Nem só a selecção brasileira se faz com brasileiros. A croácia viaja para São Paulo com dois jogadores naturalizados, que nasceram no actual palco do Mundial: Eduardo da Silva e Sammir. Embora o último enfrente poucas possibilidades de conseguir a titularidade contra o país de origem, Eduardo Silva disputa um lugar no onze com a bandeira croata, que escolheu representar e que, acredita, poderá sair vitoriosa no primeiro embate. «A Croácia pode surpreender qualquer equipa, principalmente se fizermos o primeiro golo. Aí, será complicado para o Brasil recuperar», declarou.

Brasil e Croácia defrontaram-se, num passado recente, no Mundial da Alemanha 2006, onde inauguraram o Grupo F, com a vitória do Brasil por intermédio de um golo de Kaká. Nesta edição, os croatas ficaram pela fase grupos, na qual só angariaram dois pontos, enquanto os brasileiros avançaram até aos quartos-de-final, onde caíram ante os gauleses (que mais tarde viriam também a eliminar Portugal, nas meias).

O actual confronto entre os dois países têm início marcado às 17:00, hora local; 21:00, em horário português. Que se abram as portas do Arena de São Paulo. Que se abram as portas do Mundial 2014.

Onzes prováveis