Começo dominador do Uruguai, golo a condizer logo aos 23 minutos: castigo máximo a favor de «La Celeste», Edinson Cavani a marcar sem dificuldades, alegria uruguai no Estádio Castelão. O favoritismo da selecção treinada por Óscar Tabaréz fazia prever uma vitória tranquila mas a história da partida não tomou o caminho mais previsível. O empate surgiu pelos pés do virtuoso Joel Campbell, que se exibiu a um nível elevado. Muslera nada pôde fazer para deter o potente remate do avançado costa-riquenho de apenas 21 anos - a selecção orientada por Jorge Luis Pinto enchia o peito e cerrava os dentes. Por seu turno, o Uruguai decrescia em termos de fulgor, jogando nulidades e abdicando de apoquentar Keylor Navas.

Costa Rica apagou a luz 'Celeste'

O golo do empate desencadeou a caminhada triunfal da Costa Rica no relvado do Castelão: de rajada, «La Sele» construiu o 2-1 na sequência de um livre bombeado para a área uruguai, onde Duarte bateu a concorrência, apenas quatro minutos depois do tiro de Campbell. Aos 58 minutos a surpresa ganhava corpo. O Uruguai, munido do perigoso Cavani, não contava ainda assim com o goleador da Premier League, Luis Suaréz, ainda lesionado, mas a ausência do avançado do Liverpool não poderá ter sido desculpa - o apagão 'Celeste' foi mau demais para ser imputado à ausência de um elemento apenas. A verdade é que toda a formação uruguaia esteve ausente.

Perto do fim, aos 84 minutos, foi a vez de Urena marcar, descoberto por um passe tirado a régua e esquadro. Desmarcação veloz e toque subtil para dentro da baliza perante a saída de Muslera. Machadada final no adversário, surpresa consumada no Grupo D. Já nos últimos cartuchos da partida, tempo ainda para uma falta duríssima de Maxi Pereira sobre Campbell, que tentava manietar a posse de bola e esgotar o tempo de jogo. Cartão vermelho directo para o lateral direito do Benfica, que assim falhará a partida frente à Inglaterra. De sublinhar o jogo apagado de Forlán, assim como as exibições pálidas de Stuani e Gargano.

Jogo vivo até ao fim viu 'azzurra' bater ingleses

As expectativas eram altas e ninguém saiu defraudado do duelo entre Inglaterra e Itália: jogo vivo, mexido, repleto de boas movimentações, velocidade de ponta e dinâmicas de alta rotação, todas estes complementos a fazerem jus à reputação de ambas as formações. A Inglaterra alinhou num 4-2-3-1 com Henderson e Gerrard no controlo da zona central, enquanto Sturridge, na frente, era apoiado por Rooney (descaído para a ala esquerda), Welbeck (na faixa contrária) e pelo benjamin do Liverpool, Sterling - portanto, um trio de apoio altamente veloz, tecnicista e com capacidade de finalizar.

A Itália de Prandelli formou-se num 4-1-4-1 com Darmian no lado direito da defesa (alinha pelo Torino) e Chiellini na esquerda, De Rossi como trinco e, à sua frente, uma linha de 4 médios: Verratti e Pirlo focados no miolo, com Marchisio e Candreva juntando dinâmica. Balotelli foi o avançado escolhido. O primeiro golo surgiu dos pés do médio da Juventus: Marchisio desferiu um pontapé certeiro no seguimento de um canto, mas a turma de Roy Hodgson respondeu num ápice. Aos 37 minutos, apenas 3 depois do golo italiano, Rooney ganhava espaço na ala e cruzava para a finalização mortal de Sturridge. Sem chances para Sirigu. 

Mas apenas cinco minutos após o recomeço do jogo, a Itália voltou a colocar-se em vantagem, demonstrando maior pujança competitiva. Candreva subiu pelo flanco direito e, depois de vislumbrar Balotelli ao segundo poste, cruzou a bola, que viajou metros e metros até encontrar a cabeça do avançado italiano, que não desperdiçou a assistência do médio da Lazio. Um dos melhores em campo, Antonio Candreva fazia a diferença e permitia ao controverso Balotelli oferecer os três pontos à «Squadra Azzurra».

Orgulho num mundo que não é «perfeito»

Se por um lado Balotelli se mostrou «orgulhoso» pela exibição individual e pelo resultado da sua selecção, o seleccionador inglês não disfarçou uma certa frustração: «Esperava iniciar o Mundial com uma vitória, mas não vivemos num mundo perfeito. Na segunda parte fizemos tudo bem, menos finalizar. Infelizmente, permitimos à Itália uma ou duas ocasiões, que eles souberam aproveitar», afirmou depois do jogo, realçando a boa exibição de Sterling. De relembrar que Mario Balotelli marcou o seu primeiro golo em Mundiais. Tal como Pirlo, o jogador milanês queixou-se da temperatura elevada: «As condições meteorológicas foram extremas», afirmou. O calor foi uma constante no Arena Amazónia.

Mourinho compreende deslocação de Rooney

Analisando o posicionamento de Rooney, José Mourinho afirmou compreender a opção do seleccionador inglês, apesar de achar que o jogador do Manchester United não alinhou na sua melhor posição: «Obviamente Roy Hodgson estava a tentar jogar ao mesmo tempo com Rooney, Sterling, Welbeck e Sturridge. Para fazer isso alguém teve de jogar mais na ala e esse foi o trabalho de Rooney», comentou. Rooney fez uma assistência para golo (partindo da faixa esquerda precisamente) e ainda dispôs de uma oportunidade soberana para empatar a partida, mas o remate saiu ao lado do poste.