Olhando inicialmente para as equipas que compõem o Grupo F, desde logo uma selecção ganha contornos de favorita, caso da Argentina, que ao ser tida como uma das grandes candidatas a conquistar o Mundial surge numa posição privilegiada enquanto num plano ligeiramente inferior se assistirá a um longo despique por um lugar nos oitavos-de-final entre Bósnia e Herzegovina, Nigéria e Irão.

Para abrir o grupo nada melhor do que um primeiro teste ao candidato argentino que tinha pela frente a Bósnia e para mais conseguia entrar na partida de forma auspiciosa alcançando desde logo o primeiro tento num desvio de cabeça do sportinguista Marcos Rojo que acabou por embater no defensor adversário Sead Kolasinac.

Inadvertidamente o esquerdino bósnio deu vantagem à equpa das pampas e passou a comprovar que a falta de apoio do Papa Francisco, que anunciou ter-se abstido de apoiar a sua nação, não terá acarretado efeitos divinos ou sobrenaturais, até porque sem sequer necessitar de imprimir um ritmo elevado era a Argentina quem dominava, aproximando-se de novo tento à passagem do minuto 31, altura em que voltou à carga com um forte remate de meia distância de Javier Mascherano.

No entanto, Asmir Begovic respondeu à altura e manteve a sua equipa bem dentro do resultado, razão pela qual foi procurando colocar as redes argentinas em perigo com tentativas de longe que preocuparam a Argentina e obrigaram a mexidas ao intervalo, entrando Fernando Gago para fortalecer um meio-campo que apenas contava um elemento de características.

Alterações da Bósnia surtiram efeito e obrigaram Argentina a aplicar-se

Mesmo perante a alteração argentina a Bósnia e Herzegovina regressou ao relvado com poucos complexos e criando perigo com um remate de fora da área da autoria de Izet Hajrovic aos 53 minutos, mas na resposta a Argentina foi mesmo letal, atingindo o 2-0 aos 64 minutos numa bem gizada tabelinha entre Gonzalo Higuaín e Lionel Messi, que em seguida dominou e transportou o esférico num movimento bem ao seu estilo finalizado com um disparo rasteiro de pé esquerdo.

A desvantagem de dois golos agudizava os problemas da Bósnia, que no seu encontro de estreia em Mundiais se via também obrigada a imprimir alterações em vários sectores, refrescando o meio-campo com a entrada de Haris Medunjanin e ainda a ala direita com Edin Visca.

As mexidas acabaram por surtir efeito, adiantando o conjunto europeu no terreno para chegar mesmo ao 2-1 aos 84 minutos numa jogada protagonizada por Senad Lulic numa abertura que desmarcou o goleador Vedad Ibisevic e que poderia ter trazido dúvidas quanto ao vencedor do encontro, mas até final acabou mesmo por ser a Argentina quem mais se aproximou do golo que aumentaria as diferenças num remate de Messi que acabou por tocar as redes... mas pelo lado de fora.

Irão surpreendeu a Nigéria pela atitude positiva na segunda parte

No restante duelo da jornada, Irão e Nigéria defrontavam-se num confronto no qual entraram melhor os africanos ainda que as verdadeiras ocasiões de realce tenham demorado a chegar, tendo a primeira situação apenas aos 31 minutos, altura em que Ahmed Musa levou o guardião cedido ao Sporting da Covilhã Alireza Haghighi a trabalhos forçados ao defender um perigoso livre directo que terá sido a grande ocasião de perigo de uma primeira parte, diga-se, pouco digna de um Mundial.

Contando com os seus elementos mais experientes como Javad Nekounam, veterano que lidera a comitiva pela sua experiência a reconhecida capacidade nos remates de meia distância, existiu muito mais Irão na segunda parte, o que acabou por denotar-se a partir dos remates do atacante Reza Ghoochannejhad, um primeiro em jeito aos 49 minutos e um outro aos 66 que acabou por sair muito por alto.

Essa atitude iraniana terá apanhado de surpresa a Nigéria, que entrou para a partida como a equipa africana com maiores hipóteses na teoria de seguir para os oitavos-de-final mas que na segunda metade agia com timidez e apenas chegava ao remate a partir da meia distância.

Para alterar essa situação, o treinador Stephen Keshi procurou injectar maior poder físico ao ataque lançando o experiente Foluwashola, mais conhecido no meio futebolístico por Shola, Ameobi, no entanto sem consequências, não conseguindo evitar um nulo que deixa tudo em aberto mas ao mesmo tempo parece comprovar que a Argentina consiste claramente na melhor equipa deste agrupamento e terá garantida a passagem às fases a eliminar do Mundial.