De uma equipa como a McLaren espera-se sempre muito. A história, o poderio financieiro e as condições do seu Centro de Tecnologia colocam a equipa de Ron Dennis sempre como uma das favoritas. Mas todo o potencial da equipa tem sido consecutivamente desaproveitado e o estatudo de grande mantem-se pelos factores atrás referidos e não pelas conquistas, cuja última remonta a 2008 com a coroação de Hamilton como campeão do mundo.

O inicio da revolução depois de uma época fraca

Eric Boullier, o novo homem forte da Mclaren. (imagem: autosport.com)

A época de 2013 fez soar os alarmes. Se em 2012 o carro era bom e foi o único com andamento suficiente para os Red Bull, embora tenha pecado e muito na parte da fiabilidade ( se não fossem as constantes falhas do motor Mercedes e os erros da boxe a McLaren poderia facilmente ter lutado até ao final pelo campeonato), em 2013 um novo carro com conceitos diferentes e uma nova abordagem tornou-se um desastre. A McLaren acabou o campeonato de construtores em 5º com 122 pontos, muito longe da 4ª Lotus com 315 pontos. Dada a fraca campanha e tendo finalizado o trabalho na parte de carros de estrada, Ron Dennis resolveu voltar a pegar nas rédeas da F1, descartando Martin Whitmarsh (cuja falta de liderança poderá ter sido um dos factores para o insucesso), foi buscar Eric Boullier à Lotus, que tinha feito um campeonato excelente (apenas não fez melhor por falta de dinheiro, o que levou Kimi a sair mais cedo de cena) e começou a reformular várias áreas técnicas, dando maior enfase à aerodinâmica que reforçou com o braço direito de Newey na Red Bull, Peter Prodromou.

Revolução em curso

E mais mudanças devem estar a acontecer dentro de portas pois Boulier veio afirmar que a McLaren precisa de uma nova abordagem à F1. A equipa tem feito o mesmo durante muito tempo e tornou-se numa equipa de engenharia em vez de uma equipa de competição. Segundo o francês, que citou Ron Dennis, a equipa perdeu fleixibilidade para resolver os problemas com que se depara. “A McLaren ainda é uma grande máquina, mas o mundo fora do MTC mudou, com mais restrições ao nível dos testes em pista e no túnel de vento.”

“É uma mudança de estratégia, com uma nova forma de construir carros, de introduzir novos conceitos e melhorias. Nada será como antes pois não nos podemos dar a esse luxo”.

Nova estratégia, novos pilotos?

Como tal espera-se uma mudança profunda na cultura e na forma de estar da equipa. E as mudanças podem não só ficar pela parte técnica? Os rumores de troca de pilotos são mais que muitos e são vários os pilotos que se perfilam para ocupar um lugar nos Mclaren.

O mais falado é sem duvida Alonso. Depois de uma época difícil, com muitos problemas e uma saída nada pacifica em 2007, o espanhol poderá dar uma nova oportunidade à McLaren, ele que está farto de dar oportunidades à Ferrari, sem no entanto receber um carro que lhe permita lutar pelo titulo. É o piloto que mais hipóteses tem ( teoricamente) de ir para a McLaren.

Falou-se de um regresso de Hamilton ( muito dificilmente o britanico trocaria a Mercedes pela sua antiga equipa, uma vez que a Mercedes é a equipa a bater e poderá continuar a ser em 2015) e da possibilidade de Vettel ir para Woking ( a sair da Red Bull, o alemão deverá dar prioridade à Ferrari.

Para além destas duas improváveis opções fala-se inevitavelmente de Hulkenberg, o alemão que já há 2 anos que mostra que tem talento para outros voos. Seria uma boa adição, e um prémio merecido para “Hulk”.

O ultimo nome falado é… Grosjean. O francês da Lotus, que era conhecido como o “Kamikaze”, tem crescido gradualmente e produziu no final de 2013 prestações muito boas com vários pódios. Já longe vão os tempos em que os colegas de equipa tremiam quando ele aparecia nos retrovisores e Grosjean tem conquistado o respeito de pilotos e equipas. Um dos grandes responsáveis pelo seu crescimento é Boulier, que poderá usar a sua posição na McLaren para entrgar o lugar ao seu compatriota.

Button ainda tem hipóteses de permanecer na equipa. Já Magnussen deve ter o lugar assegurado para 2015 ( imagem: bbc.co.uk)

Button ainda tem hipóteses de permanecer na equipa. Já Magnussen deve ter o lugar assegurado para 2015 (imagem: bbc.co.uk)

Não se deve descartar no entanto a permanencia de Button, que tem tentando levar o barco a bom porto, mesmo com a dificuldades conhecidas. Receber nova oportunidade seria um prémio justo para quem tem se dedicado por completo à equipa. Além de merecido, embora Button não seja o mais talentoso do grid, tem talento suficente para levar a McLaren ao titulo caso o carro assim o permita. Já Magnussen por seu lado é aposta da McLaren para o futuro e como tal deverá ter o lugar assegurado.

Falta saber o que Ron Dennis quererá, pois neste momento no meio deste mar de interrogações há apenas uma certeza. Ron Dennis está de volta, é ele que manda e só sairá quando a McLaren voltar a vencer.