Nunca a Grécia chegara aos oitavos-de-final de um Mundial, mas ontem, com Fernando Santos ao leme da formação helénica, a História grega escreveu um novo capítulo. A vitória contra a Costa do Marfim (2-1) colocou os gregos na fase seguinte e fez do português um seleccionador que o tempo não esquecerá. Pela primeira vez, a Grécia lutará no lote restrito das melhores 16 selecções do globo.

À terceira foi mesmo de vez

O Mundial 2014 é a terceira participação grega na competição de selecções. À aventura no Brasil juntam-se outras duas: Mundial 1994, nos Estados Unidos da América e o Mundial 2010 na África do Sul. Depois de ter fracassado nas fases de grupos dessas duas edições, a terceira participação foi definitivamente a vez do sucesso - 4 pontos e o apuramento para os oitavos-de-final garantido com um golo fatídico de Samaras nos últimos segundos do encontro diante da Costa do Marfim.

«Momento histórico»

«É um momento histórico», assim reagiu Santos à qualificação para os oitavos da prova. «Aplicámos a nossa estratégia e resultou, pois marcámos dois golos e ainda tivemos mais duas ou três grandes oportunidades. A equipa jogou a um nível muito bom, mostrámos as nossas capacidades e penso que a vitória é justa», concluiu, no fim da partida, imprópria para cardíacos.

Acabar em beleza

Chegado à selecção grega depois do Mundial 2010, na ressaca da saída do heróico Otto Rehhagel (vencedor do Europeu 2004 em Portugal), Fernando Santos logrou apurar a Grécia para o Euro 2012, onde chegou aos quartos-de-final, e para o Mundial no Brasil, conseguindo amealhar 4 pontos nas respectivas fases de grupo. Recentemente criticado pela imprensa grega devido aos fracos resultados na prova (derrota por 3-0 contra a Colômbia e empate a zeros com o Japão), Santos voltou a cair nas graças do povo grego...agora para não mais sair. Está sim de saída do comando dos helénicos.

De partida da selecção mal termine a competição, Fernando Santos deverá voltar a treinar clubes, fazendo uma pausa no trabalho de seleccionador. Experiente e respeitado pelo trabalho feito ao longo de 27 anos de carreira como técnico, o treinador de 59 anos acumula passagens pelo Estoril (0nde passou quase toda a sua carreira de futebolista), Estrela da Amadora, FC Porto, AEK, Panathinaikos, Sporting, Benfica e PAOK.