A seleção Gaulesa procura voltar em grande a uma fase final do campeonato do mundo e esquecer o passado que os tem atormentado. Possui uma equipa forte e de certa forma renovada e na primeira fase mostrou credenciais. Com 8 golos marcados e apenas 2 golos sofridos a França surpreendeu pela positiva, pois, antes do Mundial começar não lhe foi atribuído o estatuto de favorita. Mesmo com um dos nomes mais sonantes da equipa, Frank Ribéry, de fora do mundial devido a lesão, os Bleus têm praticado um futebol ofensivo guarnecido por um desenho tático muito interessante. 

Fantasmas do passado

Os Franceses não podem estar orgulhosos da sua seleção nos últimos anos. Desde cabeçadas, discussões e jogadores deixados de fora, tudo isto contribuiu negativamente para as más prestações dos Gauleses. O jogo frente à Alemanha será o primeiro grande teste neste campeonato do mundo e caso os franceses levem de vencida a seleção germânica têm tudo para começar a pensar seriamente na conquista do titulo.

Qualidade técnica para dar e vender, faltará «cabeça»? 

Relativamente aos eleitos por Didier Deschamps não há nada a apontar. Fortes fisicamente,dotados de uma técnica fabulosa, irreverentes, enfim, uma série de magos e mágicos ansiosos por deixar um toque da sua magia nos relvados brasileiros. Raphaël Varane, Paul Pogba e Antoine Griezmann três peças fundamentais no desenho táctico do seleccionador Francês estrearam-se neste mundial e a vontade de se mostrarem ao mundo é mais um factor que contribuiu para as boas exibições individuais e por consequência, da equipa.

Ao lado de Varane tem alinhado Mamadou Sakho (com excepção do último jogo) um autêntico muro de betão ansioso por desarmar os artilheiros das equipas adversárias. Valbuena, Evra e Karim Benzema acrescentam à qualidade técnica e táctica a tão importante experiência. A egrégia responsabilidade de guardar as redes francesas tem sido entregue a Hugo Lloris que até à data cumpriu com eminência o seu papel. Cabaye, Sagna, Debuchy, Moussa Sissoko e Olivier Giroud são outros nomes que podem fazer a diferença nesta seleção que em outros tempos era irremediavelmente favorita à conquista de tudo em que participasse. 

Porém, como em tudo na vida, a qualidade técnica ou aptidão para fazer algo não é suficiente. O controlo psicológico e o equilíbrio das acções a ele anexado é fundamental para alcançar o sucesso. Depois de tantos problemas vivídos pela seleção Francesa nos últimos anos, o confronto frente à Alemanha será a resposta à pergunta: será que os problemas foram esquecidos e estamos diante de uma "Nova França"? 

Vamos esperar pelo jogo de sexta feira para verificarmos se os Franceses têm estofo para dar uma cabeçada nos fantasmas do passado ou se vão seguir o velho exemplo e voltar a casa mais cedo do que pretendiam.