O duelo Argentina x Bélgica evoca o recente favoritismo da imponência sul-americana sobre o futebol europeu e, simultaneamente, recupera históricos encontros. Os Campeonatos do Mundo de 1982 e 1986 contaram com duelos apaixonantes entre as duas selecções e a Argentina de Maradona espalhou a magia do futebol pelo mundo. O número 10 agora é outro e Lionel Messi pode marcar a diferença num jogo que se prevê equilibrado.

A eficiência belga pela arte argentina

Primeiro a Suíça, depois a Bélgica. Uma sequência lógica nos confrontos da Argentina, que pretende derrubar mais um conjunto europeu no seu caminho de aspiração ao título. A verdade é que o jogo dos oitavos ante os helvéticos poderá ter servido de bom treino para o colectivo de Alejandro Sabella, que demonstrou dificuldades em fazer valer o seu favoritismo. Teoricamente, os belgas representam desafio maior, mas a forma como as duas equipas europeias encaram as suas partidas tem pontos similares, de ilação para o grupo argentino.

Tal como os suíços, os representantes belgas vão entrar em jogo com o propósito claro de travar a arte atacante do adversário. «Vamos desafiar a Argentina em bloco», tal como definiu o seleccionador Marc Wilmots. A Argentina pode entrar rapidamente em vantagem pelos pés criativos que a compõe, pelo que é natural que a defesa da Bélgica sofra de protagonismo durante a partida, na tentativa de travar Di María, Higuaín ou Messi.

Porém, esta selecção europeia dispõe da qualidade da eficiência que a colocou nesta fase da competição. Falta demonstrar ao mundo a «Geração de Ouro» que se apregoa, mas está mais que comprovada a sua abordagem eficaz. Sem exibições cheias, não conta com derrotas no Mundial.

O «10» Messi evoca papel de Maradona

A muralha belga poderá fazer reviver memórias antigas no seio argentino, pela forma como conseguiu garantir a vitória no Mundial Espanha 82. Nem Maradona foi capaz de engenhos capazes de iludir a defesa europeia, que lhe negou o festejo do golo. A Bélgica venceu o duelo do Grupo C, com golo de Vanderbergh. Volvidos 4 anos, em solo mexicano, El Pibe teve oportunidade de vingança e marcou os dois golos que fizeram cair a Bélgica nas meias-finais do Mundial de 1986.

Se a Argentina da altura contava com os pés mágicos de Maradona, a actual conta com os de Messi. A comparação entre os «10» não é nova mas vigente. A forma como o ataque argentino da década de 80 se sustentava na inspiração de Maradona é equiparada à necessidade do colectivo actual de contar com Messi na frente do terreno. Aguero está lesionado e Higuaín e Palácio estão em período carente de tentos.

Restam Di María e Messi para os golpes de ataque, sendo que o segundo tem provado a sua exclusividade no onze. Não só marca, como assiste, em suporte de uma dupla que pode levar a Argentina à aclamada final. Maradona mostra-se apreensivo: «Não podemos ser o Deportivo Messi. Mas se as coisas não saírem ao pibe não o podemos culpar pela hecatombe da Argentina».

Wilmots não conta com Vermaelen, Sabella sem Aguero

«A Argentina não tem apenas Messi... Tem Messi, Di Maria, Higuaín... Quando não é o Messi que decide, é o Di Maria, quando não é o Di Maria, é o Messi.». Quem o diz é Courtois, o guarda-redes belga conhecedor dos avançados argentinos. A actuar no Atlético de Madrid já se debateu com investidas barcelonistas de Messi ou com as incursões madrileñas de Di María. E estará apto para deter agora os dois, em par.

O mesmo não poderá dizer Vermaelen, que normalmente dispõe de reserva no onze titular belga, mas que se encontra em recuperação de lesão muscular, tendo falhado já o encontro anterior com os Estados Unidos.

Do lado argentino, a lesão está com Aguero, com problemas na coxa esquerda. E Sabella não poderá contar também com Rojo, que viu o cartão amarelo na partida antecedente com a Suiça e, por isso, se encontra a cumprir castigo. Para o seu lugar deverá entrar José Maria Basanta.

Onzes prováveis