Linhas de batalha milimetricamente desenhadas

A primeira parte desta segunda meia final não teve grande história e muito menos lances que fizessem palpitar os corações de Holandeses e Argentinos. Acima de tudo foi possível vislumbrar um grande respeito entre as duas selecções que entraram em campo com blocos bem fechados, sempre à procura do erro adversário. Assistiu-se a uma primeira metade extremamente tática, exigente, mas sem lances de perigo. Apenas algumas chamadas de atenção.

Do lado Holandês, Sneijder foi comandando o meio-campo da laranja-mecânica, fazendo uso da sua visão de jogo para tentar que o esférico chegasse a Robin Van Persie. Já do lado argentino que não contou com o recentemente lesionado Di Maria, sentiu dificuldades, possivelmente fruto da ausência de um construtor de jogo puro no seu meio-campo, algo que obrigou Leo Messi a recuar variadíssimas vezes para organizar o jogo ofensivo da Argentina.

No final do primeiro tempo destaca-se ainda uma investida em contra-ataque dos argentinos, com Marcos Rojo, um dos jogadores em plano de destaque na sua selecção a arriscar-se numa incursão pelo lado esquerdo. O cruzamento tirado pelo jogador do Sporting por pouco não chegou à cabeça de Higuain.

Dinâmica de jogo não quebrou o empate

À entrada para o segundo tempo o jogo não melhorou muito em relação àquilo que se havia visto nos primeiros 45 minutos. Com a entrada de Classie, a Holanda pareceu querer assumir o controlo do jogo, mas a defensiva argentina dificilmente cedia. A bola rolava, de pé para pé, de um lado ao outro do campo, mas parecia impossível romper o último terço de terreno da selecção de Sabella. Ao minuto 75, surgiu aquele que, até então, poderia ser considerado o melhor momento do jogo. Numa brilhante jogada de contra-ataque pelo lado direito, Enzo Pérez serve Higuaín com um cruzamento tele-guiado. A bola foi às malhas laterais da baliza.

Já no período de compensação, foi a vez dos holandeses chegarem perto do golo. Sneijder com um genial toque de calcanhar, isolou Robben que apenas foi travado por um soberbo corte de Javier Mascherano.

Mais uma vez, tudo se resolveu nos penalties

No prolongamento, pouco mudou. As oportunidades de maior perigo pertenceram à Argentina, mas no entanto, nunca foram uma ameaça real à baliza defendida por Cillessen que foi desta vez o escolhido para defender os remates da marca de grande penalidade.

Na conversão de castigos máximos, a Holanda que no passado fim de semana venceu a Costa Rica, vacilou. Vlaar e mais tarde Sneijder falharam as suas grandes penalidades, enquanto que a Argentina converteu todas, apurando-se para a final de Domingo. Destaque total para as paradas de Sergio Romero, uma das estrelas da partida, acabando por ser fatal no destino holandês.

Dita a ironia do destino que a Argentina chegue à final de um Mundial precisamente no Brasil, o país com o qual detém uma histórica rivalidade. O jogo das grandes decisões será assim um Alemanha-Argentina. Quem irá levantar o ouro? Aguardemos por Domingo.