O Vitória de Setúbal recusou a proposta do Rio Ave para que a data original da partida (amanhã, 16 horas) que irá opôr ambas as equipas fosse alterada, antecipada, de modo a dar aos vilacondenses mais tempo entre jogos e, consequentemente, maior tempo de descanso antes da partida com o Elfsborg, a meio da semana. Pedro Martins, técnico do Rio Ave, não se coibiu de criticar a atitude sadina, acusando-a de falta de solidariedade.

«O Vitória de Setúbal não quis alterar a data de jogo para hoje, não sei porquê. Isso demonstra que os clubes portugueses e o futebol português não são solidários. O Vitória está no seu direito, mas não entendo», disse ontem o responsável técnico dos vilacondenses na conferência de imprensa de antevisão da partida da primeira jornada. De recordar que o Rio Ave está a uma eliminatória de integrar o lote de equipas apuradas para a Liga Europa, depois de ter afastado o IFK Gotemburgo.

Direcção sadina escuda-se no prazo regulamentar

O Vitória de Setúbal reagiu ao ataque feito por Pedro Martins, rebatendo as críticas e relembrando que o próprio Rio Ave tem, em bom português, 'telhados de vidro'. Leia aqui o comunicado na íntegra:

No seguimento das declarações proferidas pelo treinador do Rio Ave na conferência de imprensa de antevisão do jogo de amanhã, nomeadamente no que à acusação de “falta de solidariedade no futebol português”, diz respeito. Cumpre-nos esclarecer o seguinte:

1) O Rio Ave FC solicitou a alteração do jogo, em causa, fora do prazo estabelecido pelos regulamentos da Liga, num momento em que a estrutura do Vitória Futebol Clube, já, tinha toda a logística, inerente a esta partida, devidamente programada;

2) Curioso ser este clube a fazer este tipo de acusações quando, não há muito tempo, mais concretamente na época passada, recusou, sem razão aparente, adiar o jogo da Taça de Portugal, entre os mesmos intervenientes, num mês (o de janeiro 2014) em que o Vitória Futebol Clube disputou seis partidas oficiais, sendo que cinco delas foram realizadas fora de casa, o que obrigou a equipa sadina a percorrer mais de 3.000 Km, em menos de trinta dias. Neste caso existiu uma solidariedade imensa…

3) Nem seria necessário relembrar – tão presente que está na memória de todos – a recusa do clube, então orientado pelo Sr. Pedro Martins, em adiar por 24 horas um jogo da I Liga, após uma série de incidentes que envolveram a aterragem no Funchal, da aeronave que transportava a comitiva Vitoriana, e que obrigou os jogadores sadinos a permanecerem no seu interior mais de cinco horas, com o desgaste físico e mental inerente a uma situação deste tipo.

Não queremos, de modo algum, que os pontos enunciados, anteriormente, transmitam uma atitude revanchista por parte do Vitória Futebol Clube, não é essa a nossa forma de estar no Futebol. O que fundamentou a recusa do adiamento do jogo foram os argumentos plasmados no ponto 1.

Resta-nos desejar ao Rio Ave, nesta sua primeira aventura nas competições europeias, toda a sorte do mundo, fazendo votos sinceros para que consiga amealhar os tão importantes pontos para o ranking da UEFA, algo que o Vitória Futebol Clube se orgulha de sempre ter feito, ao longo dos seus mais de cento e três anos de história.

O Departamento de Futebol Profissional