A Toro Rosso sempre habituou a ter prestações medianas e pouco dignas de registo. A fama e o proveito de ser equipa satélite da Red Bull não ajudam e a equipa é encarada como uma subsidiária, onde os jovens pilotos vão prestar provas antes de subir para a casa mãe caso tenho talento (ou contactos) para isso.

2014 com sensações mistas

Este ano a Toro Rosso começou com vários problemas. A troca de motores Ferrari para a Renault não foi proveitosa e o equipamento fornecido pelo construtor francês não ajudou numa melhoria da performance. A juntar a isso problemas na fiabilidade e principalmente no sistema “Brake by wire” tornaram o início algo complicado para a equipa. As corridas que se seguiram foram de clara melhoria. O carro sofreu alterações que melhoraram o comportamento e o equilíbrio que se traduziram em resultados interessantes. Mas foi sol de pouca dura uma vez que os problemas de fiabilidade voltaram a assolar a equipa e tem sido uma presença assídua nos fins-de-semana da Toro Rosso. Já foram colocadas mais melhorias no monolugar mas os ganhos foram nulos. E ao nível de inovações não há nada digno de apontamento.

Resultado final? Um 7º lugar que poderá estar em perigo caso a Lotus consiga resolver os seus problemas. O nível competitivo das outras equipas abaixo na tabela não assusta por enquanto mas esperava-se um pouco mais da Toro Rosso. Mas a mediania tem sido nota constante por parte da equipa. Imposta ou não? Eis a questão.

Os pilotos: Kvyat a mostrar potencial e Vergne com a porta de saída aberta

Jean Eric Vergne é um piloto difícil de entender. As suas prestações são demasiado inconstantes. Mas dizer que o francês tem falta de talento é falacioso. Basta ver que quando a pista fica molhada, Vergne torna-se num piloto eficaz e rápido. Em piso seco… é apenas mais um. Custa ver tanto potencial perdido, mas ao contrário de outros pilotos da Red Bull Júnior Team não se pode queixar de falta de oportunidades. E muita paciência teve Marko com ele. O austríaco costuma ter o gatilho leve no que diz respeito a dispensas de pilotos mas aguentou o francês dois anos. Mas a corda partiu esta semana. Max Verstappen foi apresentado como piloto da Red Bull Junior Team e pouco tempo depois anunciado como piloto da Toro Rosso para o próximo ano. Uma decisão que tem tanto de surpreendente como de incompreensível. A F1 ainda é perigosa e a falta de experiencia pode sair muito caro… demasiado caro. No entanto quem ficará de fora será certamente Vergne que, embora com talento, não aproveitou a hipótese que teve na F1.

Daniil Kvyat foi a surpresa do ano passado. Os rublos compraram a sua entrada directa para a F1. O jovem saltou directamente da F3 para a F1, algo que se pensava que seria um salto maior que a perna, mas se Verstappen com 17 anos pode ir para a F1, a questão de Kvyat nem se coloca. O russo tem feito pela vida e mostrado que tem potencial para ser um bom piloto. Não tem cometido muitos erros e tem sido até melhor que o seu companheiro de equipa. Só isso já é muito bom. É verdade que a ida do russo para a equipa bloqueou a entrada de Félix da Costa e essa “azia” é difícil de esquecer, mas não se pode fugir à realidade que o rapaz é bom e tem potencial.

O que esperar da equipa para o resto da época?

Para o futuro não se espera nada de mais da equipa. Manter o 7º lugar será muito bom, dadas as prestações que têm tido. Mas com a entrada de Max Verstappen fica cada vez mais claro o papel que a Toro Rosso tem. Servir de incubadora para a Red Bull. É raro ver um Red Bull ter a vida dificultada por um Toro Rosso. E isso não abona a favor da equipa. Nem do espectáculo.