Nesta temporada de resposta a um anterior ano de sucesso praticamente absoluto, o Benfica e mais concretamente Jorge Jesus têm em mãos um desafio quase tão importante como a renovação do título nacional, passando pelo apuramento para a fase a eliminar da Liga dos Campeões, o que na Luz não sucede desde há três temporadas, uma situação que ainda assim parece não afectar minimamente o excelente relacionamento entre o técnico e o presidente das águias, Luís Filipe Vieira.

«Eu e o presidente temos uma ligação muito próxima», já fez questão de dizer o timoneiro benfiquista sobre o homem que será o principal responsável pela sua continuidade no clube. Aliás, neste momento Jesus goza até de uma elevada popularidade junto da massa adepta benfiquista que no entanto estará atenta a este desafio que se abre para o técnico de desta feita acertar, a de acertar mas contas e finalmente conseguir apurar o clube encarnado para essa fase mais adiantada da prova.

Ainda assim, prever um eventual enfraquecimento do técnico no seio do campeão nacional seria algo de improvável e até uma verdadeira rábula. Será, de toda a forma, interessante avaliar por quantas vezes Jorge Jesus foi capaz de qualificar o Benfica para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões:

Pior momento terá sucedido em 2010/2011, ano em que Lyon ‘apurou’ Jesus para a Liga Europa

No que concerne à primeira época de Jesus no Benfica, essa análise não poderá ser feita dado que o clube estava apenas apurado para a Liga Europa após uma temporada na qual o técnico não se encontrava ainda no clube. No entanto, deve medir-se a responsabilidade do treinador nas temporadas que se seguiram.

Em 2010/2011, segunda época de Jesus ao comando, o emblema lisboeta não passou da fase de grupos, posicionando-se em terceiro atrás de Schalke 04 e Lyon, que por sua vez bateu o Hapoel Tel-Aviv na última jornada, salvando a época europeia benfiquista na altura e começando a comprovar uma prática que se repetiria nos anos seguintes.

Nesse período começava a existir a confirmação de que as equipas ‘despromovidas’ da Champions para a Liga Europa se tornam de imediato fortíssimas candidatas a vencer a competição, bastando constatar a conquista do hoje muito poderoso Atlético de Madrid há algumas épocas ou as finais consecutivas deste mesmo Benfica, que realizou nessa mesma prova vários encontros de alto nível.

Últimos anos de Champions sofríveis, mas com um ciclo que proporcionou duas finais europeias

Chegado à temporada 2011/2012, essa foi mesmo a melhor época de Jesus na Champions na qual as águias não só passaram a fase de grupos como ainda

chegaram aos quartos-de-final, fase na qual foram eliminados por margem curta pelo Chelsea que se haveria de sagrar campeão europeu, fazendo jus à opinião uma vez deixada pelo treinador de que o”Benfica quando moralizado é muito difícil de segurar,” inclusivamente nos grandes jogos.

Em 2012/2013 voltavam os momentos de eliminação na fase de grupos, desta vez atrás de Barcelona e Celtic, passando as águias para a Liga Europa, competição na qual chegaria à final, dando início a um ciclo continuado na época passada na qual se conheceu uma nova eliminação no terceiro posto, desta feita atrás de PSG e Olympiacos, voltando a transitar para a Liga Europa e repetindo a presença na final.

Contas feitas, o Benfica apenas por uma vez se qualificou para a fase seguinte da Champions com Jesus ao leme. Assim, na corrente temporada o desafio será o de repetir a época ‘milionária’ de 2011/2012 que no entanto parece difícil de igualar. De qualquer forma, e mesmo perante um agrupamento complicado com Bayer Leverkusen, Zenit e Monaco a passagem aos oitavos parece possível e até mesmo algo de realista, dependendo agora do plantel encarnado e da astúcia do seu treinador o regresso a uma fase prestigiante para qualquer clube.