No calendário da F1 desde 1976, o GP do Japão alberga uma das mais electrizantes provas do calendário e, não tendo o passado de Monza ou Spa-Francorchamps, o grande prémio nipónico já foi palco dos mais bonitos duelos da história da Fórmula 1.

Características do circuito

Ao longo dos anos o circuito de Suzuka sofreu poucas alterações ao seu traçado original. As 18 curvas que desenham o circuito japonês continuam a ser a principal atracção, algumas delas de perfil rápido e outras mais lentas como é o caso das “S Curves” entre a curva 3 e a curva 7, a “Hairpin” ou a “Casio Triangle” antes da recta da meta.

Ao contrário de outros circuitos, Suzuka apenas apresenta uma zona para a activação do DRS. Deste modo, os pilotos terão de procurar ganhar posições com maior inteligência e perícia ao volante. Com 5.807 km, Suzuka é uma pista de longa extensão onde são necessárias apenas 53 voltas para completar os 307.471 km do circuito.

Fuji Speedway

A estreia da F1 em solo japonês aconteceu no Fuji Speedway, nos anos de 1976 e 1977. Os vencedores foram o americano Mario Andretti e o inglês James Hunt, respectivamente. Após nove anos de ausência, o GP do Japão voltou ao calendário da F1 em 1987, já no circuito de Suzuka, onde foi disputado até 2006. O regresso da F1 ao Fuji Speedway aconteceu nas temporadas de 2007 e 2008, já com várias alterações ao circuito tradicional, desde logo o aumento proporcional do número de curvas. Lewis Hamilton e Fernando Alonso foram os respectivos vencedores.

Duelos na “terra do sol nascente”

A estreia do GP do Japão na F1 ficou para a história pela famosa discussão do campeonato do mundo de pilotos entre James Hunt e Niki Lauda, sob condições meteorológicas adversas. Lauda abandonou a corrida devido à chuva forte que se abatia sobre o circuito alegando que a sua vida estava acima de qualquer vitória. Lembre-se que Lauda quase perdeu a vida em Nürburgring nessa mesma temporada. Com o terceiro lugar alcançado em Fuji, Hunt sagrou-se pela primeira e única vez campeão do mundo na “terra do sol nascente” com a vantagem de apenas um ponto sobre Niki Lauda.

Outro mítico e controverso duelo em solo nipónico foi o de Ayrton Senna e Alain Prost entre 1988 e 1990. O GP do Japão foi a penúltima corrida do calendário nestes três anos, factor decisivo nas contas para o mundial de pilotos. Em 1988, Ayrton Senna sagrou-se pela primeira vez campeão do mundo pela McLaren após o duelo com o francês, seu companheiro de equipa.

No ano seguinte, Senna e Prost protagonizavam novo duelo no Japão. Com o campeonato em aberto, ambos os pilotos estavam na iminência de revalidar o título de campeão. No final da corrida, um toque entre ambos os pilotos ditou o abandono de Prost e a desqualificação de Senna, que acabou por vencer a corrida. Após vários confrontos nos media entre Senna, Prost e o presidente da FISA Jean Marie Balestre, ficou decidido que o brasileiro foi o único responsável pelo acidente. Alain Prost sagrou-se, assim, campeão do mundo em 1989.

Como não há duas sem três, 1990 foi palco de mais um duelo entre Senna e Prost. O francês trocou a McLaren pela Ferrari no início da época e estava perto do título desejado mas desta vez, caso não terminasse a corrida, Senna seria campeão. O brasileiro, certamente magoado com todas as acusações de que foi alvo na temporada anterior, não queria ver fugir a oportunidade de destronar o seu maior rival. Após o arranque da corrida, Senna e Prost chocaram violentamente provocando o abandono de ambos. Ayrton Senna sagrou-se automaticamente campeão, pela segunda vez.

Vencedores e curiosidades

Michael Schumacher é o piloto com mais vitórias em Suzuka. O alemão venceu o GP do Japão por seis ocasiões, uma pela Benetton (1995) e cinco pela Ferrari (1997, 2000, 2001, 2002, 2004). O segundo piloto mais congratulado é Sebastian Vettel com quatro triunfos (2009, 2010, 2012, 2013).

De salientar que Fernando Alonso é o único piloto com vitórias em ambos os circuitos. Em 2006, ao serviço da Renault, Alonso foi o mais rápido em Suzuka e, em 2008, repetiu o triunfo desta feita em Fuji.

Por ser uma das últimas corridas do calendário, o GP do Japão já coroou 13 campeões do mundo.